quinta-feira, 6 de setembro de 2018
Porno-riquismo
Numa reportagem do Expresso sobre o crescimento do luxo em Portugal, Miguel Guedes de Carvalho, director do grupo Amorim Luxury (CEO, acrónimo em inglês, a língua dominante dos negócios sem fronteiras), afirmou que «não podemos ter pessoas de classe média ou média baixa a morar em prédios classificados». Guedes de Carvalho é casado com Paula Amorim, o principal rosto da maior fortuna nacional, deixada por Américo Amorim e hoje avaliada em 4502 milhões de euros. Daí o nome do grupo, detido e presidido por Paula Amorim, e que inclui, entre outros, «um espaço de indulgência único» na Avenida da Liberdade chamado JNcQuoi (a língua francesa ainda dá cartas no campo da distinção), englobando um restaurante e uma loja de luxo; esta última é parte de uma cadeia. A mesma reportagem do Expresso informa-nos que os clientes mais indulgentes têm a honra de ter o seu nome gravado no balcão do bar. Entre os 48 nomes aí gravados no primeiro ano de funcionamento, encontram-se o do milionário francês do imobiliário Claude Berda, de que voltarão a ouvir falar neste artigo, o do político e advogado de privatizações para estrangeiros, José Luís Arnaut, ou o do gestor de rendas eléctricas também para estrangeiros, António Mexia: «Nomes que num fim de tarde passado entre queijos e vinhos Barca Velha e Château Margaux gastam facilmente dez mil euros e outro tanto (ou mais) numa manhã de compras, na loja Fashion Clinic no piso de baixo, entre roupas e calçado Gucci, Valentino e Dolce&Gabbana».
Por sua vez, no novo suplemento mensal do minguado Diário de Notícias chamado DN Ócio – «uma revista que aborda informação relativa ao mercado premium e de luxo – das questões práticas às aspiracionais», segundo o seu estatuto editorial – pode ler-se a enésima reportagem sobre a Avenida da Liberdade, sobre os seus «guardiões do luxo». Nela, Filipa Ferreira, «head concierge» (o inglês cruza-se convenientemente com o francês) do Tivoli Avenida da Liberdade, afirma que «o cliente pede e nós dizemos sempre que sim (…) vamos ter de concretizar o pedido seja como for». De forma certamente não intencional, a DN Ócio homenageia um livro clássico da economia política, que será em breve editado entre nós: A Teoria da Classe Ociosa. Publicado em 1899, numa era de desigualdades igualmente cavadas, Thorstein Veblen cunhou aí a noção de consumo conspícuo, sendo um dos seus críticos mais lúcidos. Para lá do ócio, a classe dominante dos grandes proprietários assentava a sua reputação de base pecuniária no consumo ostentatório, especializando-se de resto em actividades económicas predatórias de natureza predominantemente financeira. Ao mesmo tempo, os seus hábitos infectavam o resto da pirâmide social, gerando uma emulação consumista assente também no desperdício e na criação de obstáculos a uma comunidade inclusiva e com hábitos funcionais.
Avançando mais de um século e para este lado do Atlântico, cruzamos as declarações de Guedes de Carvalho e de Filipa Ferreira, oriundas dos dois lados da mesma avenida e da mesma divisão social, e encontramos uma realidade, com amplos reflexos mediáticos, em ascensão neste país e que precisa de um termo novo: porno-riquismo. O porno-riquismo é a nova fase do consumo conspícuo num tempo de capitalismo multi-escalar com desigualdades pornográficas, onde o dinheiro assim concentrado é sempre quem mais ordena, incluindo na dimensão pessoal, que é sempre política.
O resto do artigo, incluindo as referências omitidas neste excerto, pode ser lido no número de Setembro do Le Monde diplomatique - edição portuguesa.
Errata. Um leitor atento chama-me a atenção para um erro. E os erros corrigem-se: onde se lê Miguel Guedes de Carvalho deve ler-se Miguel Guedes de Sousa. Peço desculpa ao visado e aos leitores. Naturalmente, será publicada uma errata no próximo número de Outubro.
Excelente
ResponderEliminarEu gostava que o João Rodrigues concretizasse o que vê como 'uma comunidade inclusiva e com hábitos funcionais'... É que se a ostentação do luxo é deplorável (mas ao menos sabemos onde se encontra o dinheiro, daí muitos capitalistas inteligentes preferirem um low-profile), ela é centenas de vezes preferível ao socialismo de miséria, tão característico da URSS e (menos) dos seus ex-satélites.
ResponderEliminarA grande vantagem do capitalismo, em versão mais inclusiva e menos de 'gilded-age' é certo, é que este permitiu ao operariado ocidental a sua ascensão à classe média, usufruindo de níveis de bem-estar com que os seus congéneres soviéticos só podiam sonhar...
Mas, com certeza, tais sacrifícios valiam bem a pena, quanto mais não fosse para garantir que o capitalismo ocidental se ia comportando de maneira mais ou menos decente, não é o que você costuma argumentar?
Mais uma vez é comovente este estremecer de Jaime Santos pelo porno-riquusmo.
ResponderEliminarMais uma vez voltando-se para a URSS, como quem agita um espanta-espíritos
E mais uma vez vendendo a história da elevação do nível de vida blablabla
É o que vemos todos os dias desde há uns bons anos. Uns a viver com cada vez mais. A grande maioria s tentar apenas manter s cabeça fora de água
São a estes exercícios, um pouco néscios, que está reduzida a vertente dita social-democrata? A esta rendição incondicional ao neoliberalismo, que até tenta justificar o porno-riquismo?
Shame
«...gerando uma emulação consumista assente também no desperdício e na criação de obstáculos a uma comunidade inclusiva e com hábitos funcionais.»
ResponderEliminarOra, quanto ao consumismo, temos recentes encómios ao seu desenvolvimento provenientes das mais sisudas e reputadas fontes progressistas.
Que daí advenham obstáculos a uma comunidade inclusiva e com hábitos funcionais, importa demonstrar que a presença dos ricos venha a prejudicar quem na comunidade, e convirá certificarmo-nos se 'hábitos funcionais' não nos aproximará da detestável austeridade.
Jose vem depressa, montado no seu diabo, falar sobre o "consumo". E o consumismo
ResponderEliminarFica sempre assim, quando se denuncia o porno-riquismo. Em ansiedades e a rezar.
A rezar:
-Pelos ricos, assim deste modo tão solidário.
-Pela austeridade. Daquela implementada por esses mesmos ricos para ficarem ainda ais ricos. Sob a batuta de Passos e Portas e na Ordem Nova troikista
O INE, divulgou, há alguns dias, informação desagregada que permite confirmar que a economia portuguesa há oito trimestres consecutivos cresce acima de 2%, situação que não se verificava desde final do século passado.
ResponderEliminarPode afirmar-se que 2018 registou no segundo trimestre do ano um bom ritmo de crescimento na actividade económica, superando o ritmo do primeiro trimestre do ano, o que é indissociável da nova fase da vida política nacional, iniciada com o afastamento do PSD e CDS-PP do Governo e das políticas que tem sido, desde então, possível prosseguir, de devolução de rendimentos a trabalhadores, pensionistas e reformados, de melhoria nos apoios sociais, de subida contínua do salário mínimo, de redução da carga fiscal sobre os rendimentos do trabalho, interrompendo-se um longo período de recessão e estagnação da nossa economia e colocando-se o país a crescer a um ritmo anual um pouco acima dos 2% ao ano. O crescimento do consumo das famílias e o seu impacto na melhoria do investimento impulsionaram a aceleração da actividade económica, com forte impacto quer na procura interna, quer na procura externa.
Assinale-se no entanto que a procura externa líquida tem, nos últimos quatro trimestres, tido contributo negativo para o crescimento do PIB como resultado de um ritmo de crescimento em volume das importações superior ao das exportações.
Os resultados agora obtidos devem no entanto ser avaliados com alguma cautela, não apenas porque o PIB do nosso país em termos reais se encontra ao nível de 2008 (10 anos atrás), enquanto o investimento está ainda ao nível de 1997 (21 anos atrás), o que facilita a subida em termos homólogos, mas também porque, dado o grau da destruição do nosso aparelho produtivo, a desejável aceleração da procura interna, por via do consumo e do investimento, e o aumento das importações, estão inevitavelmente a conduzir ao novo desequilíbrio da nossa balança corrente"
"Dias depois da divulgação destes dados pelo INE, Rui Rio veio dizer na festa do Pontal, que o crescimento que tem vindo a ser registado no nosso país é «negativo» porque, considera ele, a nossa economia tem de crescer pelas exportações e pelo investimento e não pelo consumo privado. A preocupação dele não é, no entanto, com a falta de resposta do nosso aparelho produtivo às nossas necessidades da procura.
ResponderEliminarA preocupação dele é outra e é recorrente na direita portuguesa que, sempre que o crescimento se apoia na procura interna e em particular no consumo privado, o diaboliza; e quando se apoia nas exportações e no investimento, o santifica.
Este tipo de afirmação é de um enorme simplismo e é definidora do pensamento de direita no nosso país, pois trata da mesma forma consumo de produtos supérfluos e consumo de produtos essenciais ao bem-estar das nossas famílias, e subalterniza a importância que a capacidade de consumo de milhões de portugueses tem na actividade económica do país e directamente no investimento.
A direita e os seus ideólogos sabem que o crescimento sustentado do consumo privado, implica o fim das políticas de desvalorização do trabalho e dos trabalhadores, que tiveram um efeito devastador nas condições de vida de milhões de portugueses, em especial com o anterior governo PSD/CDS e as políticas da troika, e exige o prosseguimento de políticas de melhoria de distribuição do rendimento, seja através de aumentos de salários e pensões, do aumento do salário mínimo, da redução da carga fiscal sobre o trabalho ou dos apoios sociais às famílias e por tudo isso, essa mesma direita não se cansa de diabolizar o crescimento do consumo.
Como costumo dizer, eles defendem o aumento do poder de compra dos consumidores desde que não lhes vão ao bolso e, por isso mesmo, desde que esses consumidores não sejam as famílias portuguesas, mas antes as famílias espanholas, francesas, alemãs, holandesas, italianas e inglesas, que constituem os nossos principais mercados de exportação.
Suprema hipocrisia!"
(José Alberto Lourenço)
« a falta de resposta do nosso aparelho produtivo às nossas necessidades da procura»
ResponderEliminarIsto preocupa-me imenso, verdadeiramente desespera-me.
Não encontro um televisor, um computador, um telemóvel, um abacate, que seja resultante do nosso aparelho produtivo; pela certa que o destruíram.
Quer-se um picheleiro - está em França; um enfermeiro - foi para o Reino Unido: uma costureira - foi trabalhar para o supermercado; o serralheiro - nem para fazer o orçamento teve tempo (conseguiu um estagiário, mas passa o tempo no uotzap).
Felizmente temos um sistema de ensino que vai trazer gente competente e cheia de vontade de trabalhar com televisores, computadores e telemóveis; para os abacates virão refugiados.
Gosto disto. Ao menos temos gajos ricos. Farto de miseria a minha volta estou eu!
ResponderEliminarGosta disto o zé9A?
ResponderEliminarTem todo o direito. Há sempre tipos que gostam disto
Jose e a agitação porno-riquista:
ResponderEliminarPrimeiro foi a cena do "consumismo". Tal qual o Rio ( o que denota que este tipo já mudou de montada, ou vice-versa)
E confirmando que a direita e a sua extrema tratam da mesma forma o consumo de produtos supérfluos e o consumo de produtos essenciais ao bem-estar das nossas famílias
Depois foi a defesa subreptícia da austeridade. Desmontada rápida e tão eficazmente que se recolhe ao silêncio mais profundo
Agora é isto:
"« a falta de resposta do nosso aparelho produtivo às nossas necessidades da procura»
Isto preocupa-me imenso, verdadeiramente desespera-me."
O que temos nós a ver com estas fitas deste jose? Apenas as habituais de quem pactuou e pactua com a destruição do nosso aparelho produtivo. Ou não tivesse ele andado a apelar ao voto cavaquista, símbolo maior desta mesma destruição
Jose e a agitação porno-riquista ( segunda ou quinquagésima parte, já não sei bem):
ResponderEliminarLastima-se jose agora deste modo:
"Quer-se um picheleiro - está em França; um enfermeiro - foi para o Reino Unido: uma costureira - foi trabalhar para o supermercado; o serralheiro - nem para fazer o orçamento teve tempo (conseguiu um estagiário, mas passa o tempo no uotzap).
Não dá pena agora este choradinho?
Todavia, aquando da sinistra governação de Passos e Portas e Cristas e Cavaco, foi com alegria inusitada que jose seguiu a palavra de ordem troikista e mais além no que diz respeito ao convite à emigração. E o contentamento era tão grande que não hesitava em replicar, por tudo o que era blog, as indicações de Passos quando à "necessidade de sair da zona de conforto.
A 12 de Outubro de 2013 às 1:30 pm, não se continha jose e dizia textualmente isto:
"Com a emigração a atingir a burguesia e não só o povão, chega a dramatização e a pieguice!"
Agora, 6 de Setembro de 2018 é esta treta aí em cima explanada
Este tipo é acima de tudo aquilo que parece que é
Jose e a agitação porno-riquista ( terceira ou quinquagésima primeira parte, já não sei bem):
ResponderEliminar"Felizmente temos um sistema de ensino que vai trazer gente competente e cheia de vontade de trabalhar com televisores, computadores e telemóveis; para os abacates virão refugiados.
José não está contente com o pequeno insulto ao serralheiro ( que passará o tempo na net? Como sabe ele? O que sabemos é que jose passa o tempo a dar ao dedo por aqui e por não sei quantos blogs).
E como jose não está contente, volta-se para o "ensino". E não só.
Para o ensino "ironiza" em dó menor. O que sobra é o seu ódio ao direito ao ensino, como função social do estado. Como o comprovam as centenas de comentários sobre o tema
Voltar-se-á também para os "refugiados". A confirmar a tentativa de utilizar o tema em benefício da sua ideologia.
Repare-se contudo:agora é o ensino e os refugiados. Está mais uma vez em processo de fuga.
Compreende-se.
Quando se denuncia o porno-riquismo fica assim:
Em ansiedades. E a rezar?
O 'aparelho produtivo' é para a esquerdalhda, não um qualquer plano de fomento industrial, mas como que uma saudosa memória do tempo em que se entretiveram a destruí-lo.
ResponderEliminarQue ampla matéria de exercício esquerdalho proporcionaram a Siderurgia Nacional, a Lisnave e tantos outros aparelhos produtivos!
Agora as fabriquetas espalhadas pela província, uma aqui, outra acolá, são péssimos laboratórios de experimentação progressista.
Então, voltam-se para o imaginário do que não temos, e num país onde não se querem capitalistas, imaginam que haveria de ser o Estado, com a sua caterva de boys e de acomodados a criar esse mundo de maravilha montado com dívida.
Depois do ensino e dos refugiados, jose arremete para outra área.
ResponderEliminarA do nosso aparelho produtivo e a sua destruição.
Compreende-se a raiva como o faz. Tripla.
-Logo à cabeça pela necessidade de esconjurar o porno-riquismo ( bule-lhe com os nervos) e todos os pretextos são bons para tapar as encenações dos que lhe são próximos, ideologica e afectivamente. O deslumbramento pacóvio também passa por este tipo de patronato.
-Depois porque falar no nosso aparelho produtivo e da sua destruição é ter de falar no modus operandi de todo este processo. É ter que falar também em alguns nomes incontornáveis, nomeadamente em Cavaco. Outro motivo para a ira de jose, já que mostra sinais de perturbação quando os factos concretos lhe são apresentados. Pelo que não tem outro remédio do que debitar lugares-comuns de outras eras, que a realidade se encarregou de demonstrar que não passavam de propaganda ao serviço dos Donos de Portugal
-Mas há um terceiro motivo para esta raiva peculiar que o acomete. É que quando se fala em melhorar o nosso aparelho produtivo, logo jose vê ameaçados uns não sei quantos dogmas que nos tenta impingir. À cabeça, a retoma da nossa soberania e o nosso progresso económico. Isso arruinava-lhe o diabo e os jogos quase sempre sujos dos agiotas e credores. Mas também colocaria em causa a nossa dependência com este euro e nesta UE pós-democrática. Ou seja lá ia ao ar o seu conhecido deutchland uberalles
"A desindustrialização em Portugal o estrangulamento financeiro da actividade produtiva e a destruição de milhares de empregos no sector industrial que colocaram um país numa situação de dependência externa - que hoje é mais clara do que nunca - iniciou-se com a adesão de Portugal à então CEE - o emprego nesse sector caiu dos 39% do total nacional em 1985 para cerca de 16% em 2012 e o peso do seu valor acrescentado no PIB nacional de 28,3% para 13,1%. E não se pense que este ritmo foi igual em toda a UE pois a taxa de desindustrialização em Portugal, após a adesão à CEE, foi várias vezes superior à taxa média da UE no mesmo período. Ou seja, o mercado único, as privatizações, o papel central atribuído ao capital estrangeiro, protegido pela UE, conduziram à anulação das potencialidades de desenvolvimento dos países mais periféricos. Se é evidente que o mercado não funciona para equilibrar a economia, é apenas o investimento público com vista à recuperação de indústrias básicas e estratégicas, ao desenvolvimento de indústrias de alto nível tecnológico que pode solucionar o problema."
ResponderEliminarQuanto aos boys sabemos a sua proveniência.
ResponderEliminarFilhos dilectos do bloco central de interesses, com o PP pela trela e a conduzir os submarinos. Filhos dilectos deste modelo de sociedade, em que a corrupção se atasca como uma lapa. Filhos dilectos dos donos de Portugal, que alternam os seus assentos entre os lugares governamentais e os lugares nos conselhos de administração.
Não será por nada que jose tentou proteger os corruptores, numa altura em que as calças dos seus terratenentes começavam a ser chamuscadas pela investigação de alguns factos banais.Colados a estes corruptores, uma chusma de boys, para todo o serviço, incluindo em blogs com promoção directa depois para o governo.
A direita tem governado e tem-se governado. Montada na especulação, nas privatizações, na transformação da dívida privada em pública, nas PPP, nos Swaps. E nos agiotas e credores.
Alguns dos ídolos banqueiros de jose são afinal apenas uma das faces da máfia. Pela sua actividade, temos o país como está.
Os factos são tramados. O aumento das desigualdades, a acumulação da riqueza nas mãos dos mais ricos, que se tem vindo a agravar, atestam este mundo de maravilha aqui defendido pelo jose.
Está no vértice da pirâmide,ele e os terratenentes que andou a cantar , alguns dos quais deviam estar presos.
Também é por isso que jose fica tão nervoso quando se denuncia o porno-riquismo.
Cumplicidades e solidariedades de classe, pois então.