domingo, 5 de agosto de 2018
Um jornal que assume um ponto de vista
No espaço público e mediático não faltam exemplos de intervenções que, assumindo ou não esse combate, participam da disputa de ideias e projectos antagónicos. Subtil ou ruidosamente, propõem formas diferentes de organizar as sociedades e contribuem para estruturar os modos como elas se pensam a si mesmas, seja na relação com o presente, o passado ou o futuro. Este texto que o leitor agora lê não é excepção. A excepção é que este jornal assume um ponto de vista.
Sandra Monteiro, Na construção do senso comum, Le Monde diplomatique - edição portuguesa, Agosto de 2018.
Deixo ainda um resumo da componente portuguesa deste número, com a participação de dois membros do blogue:
Na edição de Agosto, destaque para a análise da economista Ana Cordeiro Santos ao processo de «Financeirização do Estado, política de habitação e subsídios à especulação». Um ano depois dos incêndios de Pedrógão Grande, propomos uma reportagem de José Luís Santos na aldeia de Ferraria de São João, onde a comunidade criou uma Zona de Protecção de Aldeia. Passamos também pela linha de Sintra, onde Laura Almodovar nos mostra uma associação islâmica num contexto de dinâmicas de relegação espacial e social. Pedro Hespanha reflecte sobre os desafios da economia solidária e José Castro Caldas sobre o horror neoliberal à acção colectiva, enquanto Carla Baptista foi ao Largo Intendente ver como surgiu uma rádio comunitária e e um festival.
Então um jornal com uma visão global e não fala da Venezuela?
ResponderEliminarAnalisemos três pontos:
1) A Venezuela tem possivelmente as maiores reservas de petróleo do mundo. Porventura maiores do que as da Arábia Saudita. E tem menos de 32 milhões de habitantes. Como podem faltar bens essenciais nas prateleiras dos mercados? Como pode haver tanta pobreza e exclusão?
Denomina-se em Economia, factor amplificador. Em países bem geridos, Noruega ou Arábia Saudita por exemplo, os recursos petrolíferos aumentam a prosperidade e a qualidade de vida, em países corruptos, como Venezuela ou Angola, aumentam a miséria e as desigualdades.
2) Em relação às relações internacionais os média estão a ser, infelizmente, demagógicos; pois Portugal tem relações comerciais e diplomáticas, como é seu dever, com qualquer estado onde há forte presença de portugueses. Porque não se indignam com as relações "amigas" que Portugal tem com Angola?
3) O caso da Venezuela, onde este ano a inflação chegará ao um milhão porcento (para o sapiente "SP" aka Sapo Patriótico, que anda por aí a falar das maravilhas da soberania monetária), sendo que o estado venezuelano já vai retirar cinco zeros à moeda, é o caso típico dos efeitos do populismo e da demagogia socialistas: a miséria, a pobreza, a escassez e as desigualdades. Tudo aquilo que o socialismo prometia findar. E finda, temporariamente enquanto há "dinheiro em caixa", mas arrasa com o aparelho produtivo, leva à fuga de capitais em massa, e por fim, ao desastre económico e social.
«...uma narrativa neoliberal que deturpava dados da economia e atribuía culpas a supostos comportamentos dos indivíduos (o «gastar acima das suas possibilidades») e do Estado (o «enorme endividamento público»)».
ResponderEliminarÀ medida que a esquerda não encontra razões que explícita e coerentemente sustentem as teses que são base da sua ortodoxia, a linguagem e a distorção histórica têm um papel crescentemente relevante.
A descrição de factos passa a «narrativa que deturpava dados da economia»
Os comportamentos que originaram os factos são « narrativa que atribuía culpas a supostos comportamentos»
E não vá a ‘narrativa’ socratiana ser insuficiente, qualificá-la de neoliberal garante seguramente o apagamento dos factos e dos comportamentos que os originaram.
Isto está mau
ResponderEliminarO Pimentel Ferreira vem buzinar a treta dele.
O José a dele treta
Por exemplo, o pobre pimentel ferreira que andou aqui aos papéis a promover a Fertagus e as PPP (há cada um) resolve voltar a fazer a sua rábula habitual
ResponderEliminarQuer que se cumpra o seu roteiro Koltural. Ou seja que se aborde o seu posicionamento político-ideológico às ordens de seu amigo zé manel fernandes e do psd, de que é militante.
Porque não se falará neste blog do que o pobre pimentel quer que se fale? Da sua versalhada, do seu chefe passos coelho, do seu cursozito, daquela excelente criatura, a Nádia, que está a tirar um curso de relações públicas lá na Arábia Saudita às ordens de um sheik sabido.
E se não se fala nisso , então, temos direito à incrível anedota de vermos um pobre joão pimentel ferreira a arengar às massas deste jeitinho tão jeitoso.
Não se sabe o que apreciar mais. A impotência argumentativa de pimentel ferreira ( essa Arábia Saudita vem a jeito) ou esta sua figurinha ridícula.
E não consegue ocultar a sua raivazita em factor amplificado, como se chama em ekonomia do tamanho da sua frustração
Com a devida vénia a Sandra Monteiro é altura de repór as suas próprias palavras para se verificar a justeza das suas palavras:
ResponderEliminar"Estará ainda na memória o quanto foi importante, no período da Troika e do governo do Partido Social Democrata (PSD) e do CDS-Partido Popular, desconstruir uma narrativa neoliberal que deturpava dados da economia e atribuía culpas a supostos comportamentos dos indivíduos (o «gastar acima das suas possibilidades») e do Estado (o «enorme endividamento público»). Essa narrativa, ao mesmo tempo que procurava evitar a discussão sobre as causas estruturais, e em particular europeias, da própria crise, criava limitações à possibilidade de se vislumbrarem alternativas políticas futuras. Como sempre, a disputa da memória do passado andou a par com o projecto que se pretendia implantar no presente, formatando as expectativas de futuro. Se alguma coisa se pode aprender com o papel da repetição de conhecimentos e de ideias, talvez seja que nunca é demais insistir em dar visibilidade aos combates da memória, à disputa do senso comum dominante, sobretudo quando as instituições da sua produção e intermediação, das universidades e think tanks à comunicação social ou empresarial, se dão a grandes esforços para apagar a sua dimensão conflitual e de construção histórica. Há muitas maneiras de se participar nesse apagamento, consoante a percepção do que é aceitável em cada momento, ou até sem plena consciência de nele se participar"
Estas palavras são de uma enorme clareza. E afundam à priori todo o esforço de um tal jose para continuar a defender a trampa do discurso troglodita que nos inundou durante não sei quantos anos
A ladainha do"viver acima das possibilidades" era uma ladainha. Mas era uma ladainha perigosa. Tentava justificar com intuitos de um moralismo de predador, a rendição à troika e a submissão aos ditames do seu governo. E o retrocesso social experimentado.
ResponderEliminarAfinal também o enorme endividamento privado tinha nas suas alavancas um ainda maior endividamento privado, que se tentou, com êxito transferir para o público
Temos assim que os "factos" apresentados por jose são tretas a insistir na narrativa neoliberal que objectivamente deturpava dados da economia.
À medida que o troikismo e o neoliberalismo se deparam com a não confirmação das razões que explícita e coerentemente tentaram sustentar as teses que são base da sua ortodoxia, a linguagem e a distorção histórica têm um papel crescentemente relevante.
Mas, como dizia Marx em relação à repetição da História, também aqui esta tentativa de jose manter uma narrativa falsa e manipuladora sai em tom de farsa.
Como ele tão bem demonstra
Sem dúvida há que reconhecer a excelência discursiva da 'língua de pau'.
ResponderEliminarLa langue de bois (appelée parfois humoristiquement xyloglossie ou xylolalie, du grec xylon : bois et glossa : langue ou λαλέω / laleô : parler) est une figure de rhétorique consistant à éviter de présenter une réalité par l'utilisation de tournure de phrase et d'expressions usuelles.
ResponderEliminarC'est une forme de communication qui peut servir à dissimuler une incompétence ou une réticence à aborder un sujet en proclamant des banalités abstraites, pompeuses, ou qui font appel davantage aux sentiments qu'aux faits.
José pode rabiar à vontade
ResponderEliminarAté em francês. Ou em alemão.
Mas os factos são tramados. O seu paleio habitual. Do TINA até ao diabo. Passando pelo viver acima das possibilidades e das características da preguiça. Genéticas como se sabe, para este tipo de gentes
Compreende-se esta narrativa afinada deste José. A sua labuta dos últimos anos arruinada num instante.
Passa por este frenesim uma impotência concreta. E a frustração equivalente
Agora esmiuçada em francês
A língua de pau é para a esquerdalhada o sucedâneo profano da ladainha, que sempre mobiliza os crentes que tão só esperam impulsos que os transportem ao conforto da fé.
ResponderEliminarDívidas e défices são obra do Maligno, que vagueia pelo mundo, oremos...
Não vale a pena estes exercícios de contorcionista
ResponderEliminarA “língua de pau” transformada no leit motiv para afastar não só o que se debate, como também para esconjurar as tretas espalhadas em modo automático.
Desaparece a defesa destrambelhada do “ gastar acima das suas possibilidades” Desaparece nao do historial de josé, mas sim no que a este post diz respeito
E curiosamente ( ou talvez não ) o papaguear troikista/passista/paulista sobre o enorme endividamento público atenua-se desta forma aí em cima patente
Parece que surtem alguns efeitos estes puxares de orelha em género figurado a quem começou com essas entradas de leão e agora se limita à língua de pau” e à oração
Este josé com tantos anos perdidos a debitar sobre o TINA e sobre o viver acima das possibilidades.... E agora reduzido apenas à invocação do diabo.( “!maligno” ,no novel linguarejar)
Como se dirá frustração e impotência, na língua de pau francófona, em uso por jose?
A clareza de princípios e a honestidade intelectual da esquerda derivou de um saudável ódio ao capital e de uma denodada defesa do socialismo para um cenário esquerdalho de misteriosos jogos de poder e combates de apagamento de memórias pelo uso de linguagem encriptada.
ResponderEliminarÉ como se na plenitude de um sistema capitalista um qualquer jogo da cabra-cega determinasse quem é que acaba por deitar a mão ao dinheiro.
Mais uma vez não passa
ResponderEliminarPerante um editorial de Sandra Monteiro, jose começa por insultar a inteligência dos demais.
É vê-lo numa linguagem encriptada e pernóstica a tentar afugentar os factos.
O discurso troglodita que o alimentou durante anos, os dogmas que esgrimiu consecutivamente, aparecem agora caídos por terra.
O "viver acima das possibilidades" a "preguiça dos portugueses" as idiotices repisadas anos a fio são assim expostas como verdadeiras idiotices sem ponta por onde se pegar.
E o endividamento público martelado até à náusea para esconder a conversão do privado naquele, é também escondido por debaixo da tralha das "teses que são base para a sua ortodoxia " e outras asneiradas a despropósito
As coisas começam a assumir o aspecto de farsa
ResponderEliminarÀ medida que o troikismo e o neoliberalismo se deparam com a não confirmação das razões que, explícitamente, tentaram sustentar as teses que são base da sua ortodoxia, a linguagem e a distorção histórica têm um papel crescentemente relevante.
O que pode fazer jose? Isso mesmo
E partir para a "língua de pau".
E, num processo curioso, escondendo algum tique ainda mais curioso, utiliza o francês como forma de expressar a sua opinião abalizada sobre o que Sandra Monteiro escreveu, numa assaz manifestação de impotente e frustrado frenesim.
Temos fuga.
Desaparecem as teses que são a base para o discurso serôdio e repetitivo de jose.
ResponderEliminarO TINA. Os desalmados que viviam acima das suas possibilidades. Os patifes que não queriam sair da sua zona de conforto.A canalha que não queria obedecer às ordens da troika. Os traidores ao Capital que não seguiam os mandamentos de Passos, o Coelho, e de Paulo, o Portas, os que queriam viver acima das suas possibilidades, os preguiçosos do Sul que possuíam os genes da preguiça inscritos irremediavelmente no seu DNA,tudo isto se eclipsa e desaparece
E o que temos como "substituto"?
Isso mesmo: uma oração e o Diabo em versão de "o maligno"
As entradas de leão reduzidas a umas línguas de pau, em francês para parecer mais fino, e a uma oração...
ResponderEliminarÉ francamente medíocre. Tão medíocre e tão fanado que jose é quase obrigado a responder ao puxão de orelhas em sentido figurado.
E como responde?
Com mais fugas patéticas.
Tenta enveredar pelo papaguear de uma tão idiota como impotente definição do que é a "esquerda", colada a cuspo com aqueles lugares-comuns paridos em qualquer lugar da direita ou da direita-extrema. Como se tal constituísse matéria do debate e como se não soubéssemos todos que a visão de quem faz da defesa da exploração dos outros, o seu modo de vida, tivesse algo de rigoroso ou de isento.
A sua tentativa de apagar a memória dos dislates que andou por aí, ad nauseam, a debitar é convertida em "apagamento de memorias", numa tirada frustrada e impotente sobre os factos aí em cima plasmados e esclarecidos pela autora do texto
Numa última tentativa de denegrir Sandra Monteiro atira-se à "linguagem encriptada", num boçal(é o termo) convite à preguiça na interpretação de um texto e numa manifesta demonstração da mediocridade ( é também o termo) que esta gente demonstra pela utilização dos neurónios próprios.
Preferirá outros discursos, manhosos, hipócritas, sinistros e em voz de cana rachada, ideologicamente bem definidos, que são apresentados pelo próprio, como "claros e lúcidos"?
E depois o final, o magnífico final, que resume toda uma ideologia e todo um modo de estar.
Que permite ver que a preocupação desta gente é quase só uma: "deitar a mão ao dinheiro".
E que não olha a meios para o conseguir
Para além da 'língua de pau', que como já referi pode atingir algum virtuosismo na sua execução, neste país de originais costumes há outras linguagens ao serviço das mesmas obscuridades redutoras da realidade.
ResponderEliminarUma dessas linguagens, ainda não suficientemente teorizada e sobre a qual incidem suspeitas de que à não claridade se associe a ausência de lucidez, está provisoriamente referenciada como 'reco-reco', uma alusão que associa o pastoril a imagens menos asseadas e olorosas.
Aparece o reco-reco. O quintal com a piscina já não chega a jose para afogar as suas mágoas ?
ResponderEliminarE presto desaparece o tiro nos pés do seu confessado desejo de “ deitar a mão ao dinheiro”
Percebe-se, se não a imagem menos asseada(?), a dor pela impotência argumentativa e o destrambelho pela frustração patente.
É a “ isto” que está reduzido o pobre jose.
Comparem-se mais uma vez as suas entradas de leão e estas saídas mansas, quase que pastoris(sic) e em reco/reco ( re-sic) dorido
Não se confunda o 'reco-reco' com o 'soalheiro', o último nível da degradação coloquial, onde a calúnia e a mentira são vício residente.
ResponderEliminarA versão mais popular e mais melíflua sempre contém um 'se calhar ...' ou um 'a mim parece-me...' ou o 'disseram-me ...' antes da verrina.
Já na versão esquerdalha, nesse mundo de verdades inquestionáveis, o soalheiro debita certezas, descaradas mentiras que A Luta sempre justifica; é o orgulho da baixeza.
Ah.
ResponderEliminarA cena continua.
Sai agora o dicionário particular do coitado do jose. Reduzido agora a "mais isto", à procura aflito, atordoado e comprometido no seu léxico peculiar, para ver se oculta as pérolas que debitou. As que debitou e o espectáculo pouco digno como teve que meter o rabinho entre as pernas com o denunciado pela Sandra Monteiro
A impotência e a frustração agora escondidas atrás de idiotices tresmalhadas em "definições" tiradas dos compêndios bolorentos de senis personagens.
Só uma boa gargalhada a pontuar estes espectáculos tão didácticos.