A cultura é demasiado importante para ficar à mercê da uniformização e da exclusão produzidas pelas lógicas puramente comerciais. Daí a importância do apoio e provisão públicas, ajudando a criar lógicas promotoras de uma enriquecedora diversidade artística e da democratização no acesso às actividades culturais.
Apesar da criação de um Ministério, como afirmou recentemente o Manifesto em Defesa da Cultura, “a política cultural do governo do PS não trouxe, no essencial, nenhuma viragem em relação ao desastroso percurso de décadas que nos conduziu até aqui.”
Para lá das questões orçamentais, mas com elas articulada, há também a questão da cultura política neoliberal que se difundiu e que está bem patente nas ofensivas declarações da Directora Regional da Cultura do Centro, ao considerar que os que requerem financiamento público são um “incómodo” para o Estado.
Como afirma Pedro Rodrigues, “talvez o mais sensato fosse deixar a notícia morrer naquele canto da página 20 do jornal de Sábado, mas apesar de tudo parece-me que se justifica que troquemos umas ideias sobre o assunto.” Realmente, insensato seria deixar alastrar este senso comum neoliberal com poder; sensata foi a mobilização, resultante da tal troca de ideias, que está bem patente nesta petição:
“É no mínimo inusitado que uma funcionária do Estado com estas responsabilidades profira tais declarações. Elas ofendem os profissionais que têm trabalhado no serviço público financiado pelo Estado, tentam criar uma clivagem entre estruturas ‘subsidiadas’ e ‘não subsidiadas’ e entre profissionais e não profissionais, amesquinham os próprios funcionários do Ministério e as personalidades convidadas para avaliar as candidaturas apresentadas, contradizem o espírito e a letra da Constituição e do programa do actual Governo e – sobretudo – insultam os cidadãos que são os principais beneficiários das políticas públicas de cultura no nosso país.”
Fica claro, pedir dinheiro ao Estado não deve envergonhar ninguém e o os funcionários só têm que assegurar que os candidatos tenham todo o acesso facilitado.
ResponderEliminarSem dúvida uma muito coerente posição com princípios centrais que governam o espírito Abrilesco.
Aquilo a que chamam cultura é ainda assim de dificultosa avaliação pela variedade dos fundamentos:
a mensagem do artista, a sobrevivência do artista, o previsível fracasso económico da iniciativa do artista; tudo a ser embrulhado na necessidade de levar a cultura aos cidadãos.
E o número de artistas já institucionalizados com beneficiários... complicado.
Pedir dinheiro ao Estado não fica mal a ninguém
ResponderEliminarFoi por isso que este José quer que o Estado financie a saúde privada. Quer que os impostos de todos nós contribuam para aumentar ainda mais os lucros do privado... à custa da saúde dos portugueses.
É um “ artista” português. Com as virtudes que espelha no seu texto
Jose sempre de arma na mão assim que ouve falar em cultura ou quando se prepara para saquear o Estado, sem qualquer vergonha antes, exigindo que sejam entregues à pandilha neoliberal todos os sectores transmutáveis em rendas ou que pague os desmandos dos DDTs. Em suma, é o descaramento da oligarquia neoliberal e dos seus papagaios.
ResponderEliminarCultura, cultura são as rendas, os tachos e os galos não é Jose?
Complicado é também o gosto kultural do jose.
ResponderEliminarAndou por aí a pregar o "decorar" como método de aprendizagem. Fazia-lhe espécie essa coisa de "aprender a aprender". Deixava-o mais do que atarantado, sobretudo irritado.
Naaaa. Isso de democratização no acesso às actividades culturais é coisa a evitar. Essa coisa de diversidade artística é coisa perigosa. Pode fazer as pessoas também começarem a raciocinar e a fugirem dos trilhos pregados pelos viúvos salazarentos.
Que diacho,o Estado é para alimentar aquela catrefa de gordos, luzidios e néscios grandes patrões , que vivem e querem continuar a viver à custa de todos nós.
E se possível a depositarem o cacau nos bordéis,perdão nos offshores da ordem .Era isso mesmo que defendia este mesmo jose
Complicado.