«Houve um tempo em que, à esquerda, reformas foram a edificação de um Serviço Nacional de Saúde, a construção da escola pública, a criação e subida do salário mínimo ou a introdução do subsídio de desemprego. Quando hoje nos são pedidas reformas, sabemos que nos estão a pedir a facilitação dos despedimentos ou o plafonamento da Segurança Social. As reformas têm de voltar a significar o que sempre significaram para nós: progresso social, concretização de direitos e aumento de bem-estar. (...) Só a defesa de um Estado Social forte e universal pode garantir liberdade para todos, e não apenas para alguns: só um sistema de saúde público e universal garante a todos, do nascimento até ao fim da vida, cuidados independentemente do seu rendimento; só um sistema público de pensões garante que ninguém chega à reforma dependente de terceiros ou da estabilidade dos mercados financeiros; só a legislação laboral pode proteger os trabalhadores da eventual discricionariedade dos empregadores. (...) O desafio da social-democracia não é hoje muito diferente do passado: garantir, num mundo em rápida mudança, a liberdade, a igualdade e a prosperidade dos cidadãos numa comunidade política que assenta num denso tecido de direitos e de deveres, de valores morais de justiça e de cooperação, e de laços de interdependência e de reciprocidade».
Do artigo de Pedro Nuno Santos no Público de ontem (a ler na íntegra aqui).
«do nascimento até ao fim da vida, ...independentemente do seu rendimento»
ResponderEliminarSempre se fala em trabalhadores mas sempre se evita falar em trabalho.
A mensagem desta esquerdalhada desonesta e populista é sempre a mesma: estamos a trabalhar para dar tudo a todos, dado e arregaçado!!!
Os eufemismos da actualidade são uma mera forma de esconder a desonestidade. Há um cem numero de pessoas dedicadas ao proxenetismo e à exploração de seres humanos, passeiam-se por todo o lado como gente de bem mas são seres absolutamente desinteressantes e desprezíveis.
ResponderEliminar"Arregaçado"?
ResponderEliminarEste termo é curioso. Uma vez passa, duas também. Agora perpetuamente colado a sound-bytes repetitivos e desonestos de patrões deste calibre, é mesmo demais.
Falar em trabalhadores perturba Jose. Gosta mais de falar em offshores, em confederações patronais. E em viver das rendas e das heranças paternas.
"Arregaçado"?
Este termo é curioso, mas é tão freudiano
Mas vale bem a pena colocar aqui o link para a resposta, muito inteligente, que Mariana Mortágua dá a PNS, também no Público. Porque ela, em contraponto a este texto, expõe as contradições insanáveis que existem apesar de tudo dentro da Geringonça. E era bom que PNS não se tivesse limitado a pairar sobre este tema e lembrado que a Social-Democracia é uma doutrina que se adapta ao tempo. Basta lembrar a crítica de Marx ao programa de Gotha ou a viragem do SPD ocorrida nos anos cinquenta com o programa de Godsberg. Quem nunca foi Social-Democrata não se deve arrogar no direito de definir o que a Social-Democracia deve ou não ser...
ResponderEliminarPorquè Jaime Santos?
ResponderEliminarQuem nunca foi pedófilo não se deve arrogar ao direito de criticar a pedofilia?
Ou quem nunca foi toureiro não se deve arrogar ao direito do que o toureio deve ou não ser?
Ou quem nunca foi economista não se deve arrogar ao direito do que a economia deve ser?
E por aí adiante.
Já compreendeu a burrada, caro JS?
Porque é por causa duma afirmação suspeita de JS, sobre a social-democracia ser uma doutrina que se adapta ao tempo, que permite a cada um de nós criticar o que a social-democracia deve ou não ser.
ResponderEliminarTodo o mundo é composto de mudança. Mas o que aqui está espelhado parece ser uma justificação para a traição da social-democracia face aos que devia representar. Tem o direito esta de mudar e tornar-se numa outra coisa? Claro que tem, mas ao tornar-se "social-democrata" não pode estar isenta das críticas ao que se tornou e ao que ela devia ou não ser.
E se traiu os seus ideais, não é com proclamações de que é uma doutrina que se adapta ao tempo, que consegue escapar ao juízo dos homens e à acusação de traição que impendem sobre muitos dos figurões de topo dos ditos Social-democratas