Nos últimos quarenta anos, o Reino Unido foi dominado pelo neoliberalismo, um credo que procurou adaptar algumas das posições do liberalismo clássico do século XIX a um mundo onde o papel do Estado tinha aumentado (…) A raiva que gerou as mudanças sísmicas assenta nos fracassos do neoliberalismo. O principal elemento foi a crise financeira de 2008 (…) [A] divisão tornou-se muito mais tóxica pelo de facto de a elite ter sido bem-sucedida nos anos neoliberais. Em 1980, um CEO de uma empresa cotada na bolsa ganhava 25 vezes mais do que o trabalhador médio. Em 2016, os patrões ganham 130 vezes mais (…) A privatização alimentou o ressentimento também. A promessa trabalhista de renacionalizar os caminhos de ferro, impensável há uma década, é agora popular: agradeçam às tarifas elevadas e aos lucros privados.
Dado que são excertos de um artigo da The Economist desta semana, é caso para dizer que estamos perante o mais parecido que encontrarão com uma autocrítica, algo melancólica, vinda de uma revista que condensa todas as semanas os argumentos neoliberais sobre tudo e mais alguma coisa ou não tivessemos perante uma visão do mundo global e que se vê no centro.
Já há vários anos que leio esta revista todas as semanas e não me lembro de ver o termo neoliberal aí usado, ainda para mais com tanto à vontade analítico. Realmente, não há melhor para descrever as últimas décadas: o neoliberalismo não é mesmo um slogan. Curiosamente, os próprios autores neoliberais chegaram a usar este termo, mas só antes do início da hegemonia nos turbulentos anos setenta.
Entretanto, argumenta-se na The Economist que May e Corbyn sinalizam, cada um à sua maneira, uma ruptura com o neoliberalismo. Talvez sim, talvez não. Ainda é cedo. Seja como for, é um bom sinal que haja mais discernimento, até porque este tende a emergir mais frequentemente quando já estamos a olhar para o passado. Aliás, rupturas como a do Brexit poderão também contribuir, esta é a aposta, para fazer do neoliberalismo um credo do passado…
Os 8 mais ricos são tão ricos quanto metade da população do mundo (3,7 biliões de almas)
ResponderEliminarhttp://www.reuters.com/article/us-davos-meeting-inequality-idUSKBN150009
Imaginem o quanto estes 8 “trabalham”…
Claro, os outros incomensurável menos ricos só não são mais ricos porque são piegas e não querem sair da zona de conforto!
Os super ricos escondem 21 TRILIÕES nos offshore
https://www.forbes.com/sites/frederickallen/2012/07/23/super-rich-hide-21-trillion-offshore-study-says/#39b564bd6ba6
Repitam comigo: “Não há dinheiro”, Não há dinheiro”, Não há dinheiro”, Não há dinheiro”...
Passo a passo...vão mandar o Referendo ás urtigas!
ResponderEliminarA "lufada" na dita esquerda, faz o seu papel mas, mantém-se cúmplice activo
na SEGREGAÇÃO...da Decisão!
O Brexit trouxe o medo e a certeza da incerteza.
ResponderEliminarMais do que definir o que quer que seja, atribui ao Estado o papel que lhe cabe - regulador das crises que se adivinham.
Geringonço, podes confiar, os mais ricos não comem o que têm - posso garantir!
ResponderEliminarCerteza da incerteza e comida dos ricos.
ResponderEliminarÉ a estas inanidades que está reduzido quem prometia bordoada a quem não obedecesse ao troikismo interno e externo?
Mais uma tentativa de absolvição, convenhamos que pusilânime e idiota, sobre a existência destas riquezas néscias
Se Passos sabe, ainda o acusa de piegas
O neoliberalismo venceu devido ao falhanço das políticas keynesianas de pleno emprego e à estagflação dos anos 70. Se os 'gloriosos 30 anos' tivessem continuado para o futuro, Thatcher nunca teria tido qualquer hipótese de vitória. Sucede que aquilo que nos propõem como alternativa ao neoliberalismo é precisamente a receita anterior (e o João Rodrigues iria levar-nos, se pudesse, para outras receitas que essas, falharam ainda mais clamorosamente). E enquanto assim for, aquilo que ganhará serão versões sucessivamente mais reacionárias desse neoliberalismo. Trump não está a enveredar por uma via mais protecionista a nível comercial e May não irá certamente fazê-lo (lembra-se do 'Global Britain'?). Fica-lhes claro aquilo que não afeta os interesses dos mais poderosos, que é o combate à imigração. Como se verá amanhã em toda a probabilidade (e já agora, Corbyn, se ganhar, não tem dinheiro para nacionalizar o que quer que seja, como notou o insuspeito Larry Elliot, e os aumentos de impostos que propõe não cobrem o aumento de despesa que quer fazer, como notou o Institute of Fiscal Studies). Portanto, João Rodrigues, prepare-se para voltar a dar com os burros na água... Só com a ideologia nunca vai longe, porque, como dizia Thatcher, o 'socialismo' à custa da dívida acaba mesmo quando acaba o dinheiro dos outros...
ResponderEliminarCuco, sossega; as tuas fatwas são só ridículas.
ResponderEliminarA única certeza é a incerteza. Mais a comezaina dos ricos.
ResponderEliminarAgora transformadas em fatwas
Mais uma vez dá uso à pileca que o satisfaz. E abandona o enviesado elogio aos muito ricos e as máximas a la palice.
Para mergulhar nos dogmas religiosos?
O Jaime Santos qualquer dia sai do armário e assume-se como neoliberal, já não deve faltar muito, agora até a execrável Thatcher enaltece...
ResponderEliminarJaime Santos, dizer que não há dinheiro no mundo onde o que se passou/ passa com a banca, guerras intermináveis e bilionários cada vez mais podres de ricos é abjecta retórica.
O Jaime Santos tem um grande problema, o mundo neoliberal que defende à socapa (cada vez menos à socapa…) não é sustentável, uma pessoa minimamente atenta e não fanatizada já percebeu isso, portanto, pode continuar a vir ao ladrões de bicicletas choramingar e chamar nomes ao João Rodrigues mas o mundo (especialmente o mundo mais jovem) não vive no seu ritmo, digamos, ritmo neoliberal.
Querem apostar que vamos ver o Jaime Santos ainda mais agitado e revoltado à medida que o europeísmo e globalização forçadas pelos ricos e poderosos seguem o seu caminho decadente?
Mas o Jaime Santos é um social democrata!A sério, não se riam!
Infelizmente Jaime Santos tem uma péssima memória.
ResponderEliminarSerá que se esqueceu do enterro que fez a Corbyn? Citando concomitantemente personalidades e gurus de nomeada para comprovar a validade do funeral?
Agora faz o mesmo. Não em relação ao tema mas ao método. Não está seguro do que diz ou gosta de estar acompanhado. E mal
Essa de citar Thatcher , aquele expoente de extrema-direita e idolo do neoliberalismo mais fétido mao lembra ao diabo
Jaime Santos teria votado em May, a versao local de Macron,ou em Corbyn?
ResponderEliminarUma dúvida inquietante. Ou talvez não.
Que saudades de Blair, aquele criminoso de guerra, que traiu o Labour dizendo que a ideologia tinha morrido. E escondia a sua própria, enquanto governava em nome do Labour nos mesmos moldes do governo de Thatcher
Quase que aposto que Jaime Santos é o pseudónimo de Francisco Assis no LdB e tem sempre os dedos cruzados a fazer figas para o insucesso de um verdadeiro socialismo. Para infelicidade sua e benefício da maioria das pessoas que percebem que a conversa da TINA está mal contada, os tiros vão-lhe saindo pela culatra.
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