sábado, 6 de agosto de 2016

O dever de ver


Portugal está a ser submetido, há vários anos, a uma experiência de engenharia social (...) Os poderes que protagonizam esta experiência não são necessariamente loucos (por muito que se vislumbre neles laivos de sociopatia) nem incompetentes (por muito que a incerteza associada a qualquer experiência possa ser fraca desculpa). E o fanatismo com que insistem na aplicação dos seus modelos pode ser sobretudo sinal de um poder absoluto que não é politicamente partilhado nem intelectual ou socialmente contestado – pelo menos não com a força que seria necessária. A cegueira que lhes é atribuída ao observar as consequências das suas experiências parte do princípio de que dominantes e dominados, vítimas e carrascos da austeridade, partilham os mesmos objectivos e lutam pelos mesmos interesses. Nada podia ser mais falso. E é justamente porque estamos perante profundas assimetrias de poder e interesses altamente divergentes que é tempo de percebermos que a cegueira que nos parece insensata tem atrás de si promotores altamente racionais e que é o nosso próprio direito à cegueira perante isto que deve ter limites.

Sandra Monteiro, Sanções, FMI e Cegueira, Le Monde diplomatique - edição portuguesa, Agosto.

24 comentários:

  1. Boa posta o excelente editorial da Sandra Monteiro no Diplomatique.

    ResponderEliminar
  2. Interessante que o ponto de vista aqui expresso parta de um pressuposto, a saber, da absoluta demonização do adversário. Na verdade, parece que alguns críticos do Capitalismo concordam com os neoliberais mais assanhados no que diz respeito à competência absoluta das instituições que compõem a chamada troika. Mas, onde uns só vêm um poder benevolente, apesar das exigências de 'tough love', os outros não vislumbram senão objetivos funestos. Claro, no momento em que isto é feito, deixam de ser possíveis contemporizações, e estamos no reino do 'se não estás connosco em tudo, estás contra nós' (quem não alinha, coitado, é porque está no mínimo cego, como diz a autora). Depois, há outro aspeto que continua em falta, e eu lamento insistir nisso. Toda a crítica pressupõe, explicitamente ou implicitamente, uma alternativa. Ora nós, dessa alternativa, sabemos de facto muito pouco. Fala-se em saída do Euro mas não se explica nem como isso se faz, nem se fala muito do modelo económico que deverá substituir o atual no caso de isso acontecer. E aí é que a porca torce realmente o rabo. Porque assim como a Direita viu nesta crise uma oportunidade para tentar alterar de forma irreversível as relações de poder no nosso País, pergunta-se se o objetivo da Esquerda da Esquerda não será realmente o mesmo, desenterrando toda a maquinaria política que deveria repousar tranquilamente no Caixote do Lixo da História, dadas as consequências da sua utilização no Passado?

    ResponderEliminar
  3. E vice-versa, é tudo quanto se pode dizer, dizendo tudo.

    O PREC e suas sequelas significaram transformar a oralidade associada ao senso comum num novo politicamente correcto que vive uma realidade paralela.
    O sistema capitalista funciona em todo o seu esplendor, acrescido de notas de corrupção desbragada, mas o discurso é como se o socialismo estivesse na ordem do dia e fosse a expressão de um viver quotidiano.
    Haverá um nome para semelhante patologia, mas haja ou não haja, imagino as dificuldades para o observador menos avisado!

    ResponderEliminar
  4. E se se repetir de novo o vice-versa ao vice-versa do das 17 e 21 ficamos de novo como estáamos.Mas ficamos sem saber bem o que é esta coisa do dizer tudo.

    Depois percebemos. Regressámos ao senso-comum. Agora em tom de lástima pelo facto do PREC e coisa e tal mais a oralidade acoplada ao tal senso-comum em jeito de cópula oral. Falta apenas o Sol a girar à volta da terra para concluirmos da mais valia das escolas fundamentalistas.

    Porque o que está mesmo em causa é que estão a por em causa o capitalismo, que funciona em toda a sua corrupção feita de esplendor desbragado.

    E isso não pode ser. Há que arranjar um nome para quem ousa tal. Para que se proceda como mandam os procedimentos e enviar quem sofre de tal patologia para os locais onde se asilam os loucos. E se procedam a outras experiências.
    Os nazis tÊm vasto conhecimento na matéria e podem ser fonte de inspiração para o dito sujeito das 17 e 21

    ResponderEliminar
  5. "Na verdade, parece que alguns críticos do Capitalismo concordam com os neoliberais mais assanhados no que diz respeito à competência absoluta das instituições que compõem a chamada troika".

    Tenha dó Jaime santos. Isto não é um argumento crítico. Isto é uma simples contastação dos factos. Que claro põem em causa a cabeça na areia dos que pensam que isto é um baile de cortesãos.

    Um reparo a atestar a forma como até na forma como se escreve se perverte um pouco o sentido das coisas: "competência absoluta das instituições". O "absoluto" é tirado exactamente donde?

    Ah, estes gestos falhados

    ResponderEliminar
  6. " absoluta demonização do adversário"

    Adversário? Volta a noção que isto é um baile de caridade

    Sandra Monteiro é duma clareza espantosa.Vale a pena lê-la de novo:

    "dominantes e dominados, vítimas e carrascos da austeridade, partilham os mesmos objectivos e lutam pelos mesmos interesses. Nada podia ser mais falso"

    Nada mesmo pode ser mais falso O mesmo que dizer que os escravos partilhavam os mesmos objectivos que os eslavagistas.

    E de forma lapidar:
    "é tempo de percebermos que a cegueira que nos parece insensata tem atrás de si promotores altamente racionais e que é o nosso próprio direito à cegueira perante isto que deve ter limites."

    Na mouche

    ResponderEliminar
  7. A porca torce o rabo nos europeístas envergonhados que mais não têm que oferecer que o mesmo europeísmo em que nos atolamos a cada dia que passa.

    Não há alternativa é uam canção falhada, um refrão pífio, um gesto oco.

    E a insistência no tema só dá mais poder ao poder absoluto e à extrema-direita que aproveita e avança.

    ResponderEliminar
  8. O ABSURDO DESTA democracia QUE NOS IMPIGEM,

    ESTÁ NA TENTATIVA DE IMPOSIÇÃO DA legitimidade,

    DE UMA CASTA QUE DECIDE...A VIDA DE OUTROS!

    DADA A DISPARIDADE DAS FORÇAS EM CONFRONTO,
    SÓ A PROXIMIDADE DE CONVULSÃO,
    CONSEGUE FAZER ABRIR MÃO...dos "donos disto tudo".

    É CLARO QUE HÁ SEMPRE UNS ACÓLITOS, MAIS PAPISTAS QUE O PAPA.

    ResponderEliminar
  9. Andava há duas décadas a esquerda da esquerda a avisar e a querer evitar o que aí vinham em termos de Europa - o alegre lugar em que isto se tornou - e já andava o Jaime Santos acusando-a de "querer demonizar o adversário".

    Cá chegados, ao anunciado pela dita esquerda, e JAime SAntos cotinua contentinho que não se pode "demonizar o adversário".

    Há alguma hesitação quando toca a escolher entre as ideias e palavras dos que avisaram que ia ser o que realmente é e as ideias dos que recusaram "demonizar o adversário" como Jaime Santos? Vê-se bem de que lado prefere estar quando tem de escolher.

    ResponderEliminar
  10. Ninguém seguiu a sábia sentença atribuída a Einstein:
    “o pensamento que criou a crise não pode ser o mesmo que nos vai tirar da crise”. E´ bom que se compenetrem nesta frase .
    O Tio Sam, lançador do “Bomerango” (crise) tem-o sempre a´ mao e em chegando a ocasiao lança-o em forma de bolha ou de balao tanto faz, e os aborigenes europeus, mais vassalos que os australianos, la´ vao cantando e rindo…
    Outro tempo o vencedor tinha direito aos despojos da batalha, enriquecendo. Hoje, a Europa recebe os despejos da guerra, empobrecendo. Melhor dizendo, os USA atiram os foguetes e os U.E. apanham as canas.
    Penso há muito que e´ chegado o momento para sacudir esta maldiçao daqui pra fora. De Adelino Silva

    ResponderEliminar
  11. Quando em Portugal surgir um governo digno, que apoiado no povo, repudie os Tratados Orçamental, de Lisboa e de Maastricht, rompa com a EU, OTAN e recupere a soberania monetária e liberte o país da opressão do capital financeiro. Então sim, a democracia não será mitigada, pedinchada ou mendigada…
    Não teremos que nos desculpar com alemães e franceses ou belgas – a nossa troika – a boa ou ma´ governação será de inteira responsabilidade
    dos portugueses.
    Hoje em dia há alternativas, não temos que estar agarrados a organizações que procurem guerra e fustiguem os povos.
    E´ Bruxelas ou Lisboa que brinca com o tesouro do povo, CGD?
    Mãos a´ obra trabalhadores e empresários de Portugal !
    De Adelino Silva

    ResponderEliminar
  12. Eu bem dizia, dizem os sempre certos acertos em retalhos da realidade.

    Esclareçam os gurus: fracassado o PREC ( e não foi Bruxelas que organizou a Maria da Fonte e o 25N), a adesão à CEE prejudicou qual alternativa gloriosa?

    Atribuir à CEE a responsabilidade pelo que nunca teria sido é uma treta piedosa e piegas.


    ResponderEliminar
  13. José tem às 21:52 um problema de raciocínio. A interrupção do PREC não permitiu ver o que ia ser. O contrafactual é uma futilidade para historiadores decadentes.

    Já na continuação da CEE para essa realidade que aí temos, as previsões só peçam por defeito.

    É o tramado da realidade. É a que é por muito que nos digam ser outra coisa.

    ResponderEliminar
  14. O que terá o PREC, ocorrido há mas de 40 anos, para deixar tão assustadiço Herr Jose?

    O PREC que vai buscar de mão dada com Maria da Fonte e o 25N. Ensandeceu, trata-se duma treta piedosa e piegas ou é apenas o medo que ainda gravita à volta e o impele a estas convocações?

    A adesão à CEE foi o que foi e infelizmente para Herr Jose a cada dia que passa mais dúvidas surgem.

    Mas o curioso é que não é preciso ir tão longe como a agora esboçada fuga do Herr Jose. Que, calando-se sobre o que está em discussão, quer voltar atrás na discussão, para calar a discussão.

    O debate sobre a Europa e esta UE está por aí escancarado. Para infelicidade de herr José o tema tem sido cada vez mais debatido. Basta que este saia da zona de conforto e que vá aprender.
    Pelo que as sandices sobre o "Atribuir à CEE a responsabilidade pelo que nunca teria sido".,não passam disso mesmo.Sandices.

    ResponderEliminar
  15. O artigo de Sandra Monteiro é a realidade e podia ter sido escrito há cerca de cinco anos. As políticas impostas pela UE e FMI a Portugal e à Grécia são as responsáveis pela situação gravíssima a que se chegou não só em Portugal como em toda a Europa do sul. Alem disso temos a acrescentar a aventura irresponsável do Euro , um sistema monetário fantasioso que quando muito apenas poderá beneficiar a Alemanha e seus satélites.

    ResponderEliminar
  16. Já não sei bem do que se trata:
    - A solução era não ter entrado ou era ter entrado e saído a tempo?
    - E se era sair a tempo, qual foi esse tempo? Ou é agora esse tempo?
    - A versão mais demonizada é a de que o que nunca foi tempo de sustentar em dívida políticas que sempre trariam as piores consequências.
    Dívida que só foi criada e só se sustenta e aumenta em resultado da adesão à CEE.

    Mas certo é que ninguém parece saber quais as políticas que, tendo produzido a dívida, são censuradas: fala-se das PPP mas ninguém parece condenar as autoestradas e tudo mais que elas produziram; fala-se da crise bancária, mas ninguém condena o financiamento bonificado de casa própria a todo o cão e gato; fala-se das dívidas do sector de transporte, mas a solução parece ser transformar a dívida em capital, ou seja, mudar o titular da dívida; e por aí fora...

    Em conclusão: tudo seria diferente se ocorresse o impossível ou o improvável de ocorrer. Um pensamento profundamente geringonçoso!

    ResponderEliminar
  17. Falando em problema de raciocínio.
    Não se sabe o que ia dar o PREC.
    Mas os seus promotores e os seus herdeiros não estão aí invocando saber o caminho para lá chegar?
    Se sabem para onde vão, porque não descrevem o caminho e o cenário de chegada?

    Não, passam o tempo a arengar sobre o passado e a falar em desgraças sem dar soluções que não sejam a imediata satisfação das suas clientelas.
    Política treteira em todo o seu esplendor!

    ResponderEliminar
  18. Sim, José, problemas de raciocínio.

    Não estamos a falar de os herdeiros do PREC arengarem sobre o passado..

    Há 24 anos, em Maastricht, os herdeiros do PREC disseram que Maastricht ia (tempo futuro) ter determinadas consquências. Os amigos do José (e do Jaime Santos) disseram que não, que os herdeiros do PREC queriam era falar do passado e de desgraças sem dar soluções que não fossem a imediata satisfação das clientelas.

    Há 19 anos, em Amesterdão, os herdeiros do PREC disseram que em Amesterdão, ia (tempo futuro) ter determinadas consquências. Os amigos do José (e do Jaime Santos) disseram que não, que os herdeiros do PREC queriam era falar do passado e de desgraças sem dar soluções que não fossem a imediata satisfação das clientelas.

    Há 19 anos, pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento, os herdeiros do PREC disseram que o Pacto de Estabilidade e Crescimento ia (tempo futuro) ter determinadas consequências. Os amigos do José (e do Jaime Santos) disseram que não, que os herdeiros do PREC queriam era falar do passado e de desgraças sem dar soluções que não fossem a imediata satisfação das clientelas.


    Há 16 anos, em Nice, os herdeiros do PREC disseram que Nice ia (tempo futuro) ter determinadas consequências. Os amigos do José (e do Jaime Santos) disseram que não, que os herdeiros do PREC queriam era falar do passado e de desgraças sem dar soluções que não fossem a imediata satisfação das clientelas.

    Vinte e Quatro, 19, 19 e 16 anos depois estamos no futuro que os herdeiros do PREC nos anunciaram e não no amanhã que canta que nos foi anunciado pelos amigos do José (e do Jaime SAntos). Se calhar, vale mais ouvir o que nos dizem os que nos anucniaram o que ai vinha, do que ouvir os que falharam e continuam a dizer que agora é que é, que agora é que as promessas de 24, 19, 19 e 16 anos se cumprirão.

    ResponderEliminar
  19. Problema de raciocínio de facto.

    Nada nesses tratados e acordos definem políticas económicas específicas.
    A unica condicionante verdadeiramente relevante é a de ter a associação à CE ter viabilizado um enorme endividamento para sustentar políticas idiotas ou maximalistas (no sentido do passo maior que a perna, para que bem se entenda).

    ResponderEliminar
  20. "Versão demonizada"?

    Uma fatua dum Savonorola enquistado no seu processo de defesa dos caminhos da miséria e do saque.
    A bramar em defesa das benesses da União europeia e até, duma forma envergonhada e cobarde, em defesa das PPP que dão as rendas pelas quais verte águas.

    Repare-se como se cala com as privatizações, com o saque da banca, com os banqueiros aos quais endereçava hinos e cartas de amor eterno, perdoando-lhes os pecadilhos de forma particularmente ternurenta.

    Repare-se como se cala com a corrupção institucionalizada num sociedade governada pelo neoliberalismo. Como silencia a violação da lei fundamental do país, como partilha calado os negócios da amiga Luís Albuquerque, como esconde a destruição do nosso tecido produtivo às mãos da tal Europa e de Cavaco.

    Eis em todo o seu esplendor o que está transformado um outrora partidário activo e entusiasmado do dito estado novo, convertido agora às delicias duma união europeia que lhe serve a ideologia e o saque.

    E. impotente, só tem para mostrar a trampa a que nos conduziram as políticas destes miseráveis que agora tenta vender sob a forma de creditos e de empréstimos e de auto-estradas e até, veja-se bem onde vai o desnorte, aos "cães e gatos" que crisma desta forma abjecta


    ResponderEliminar
  21. Não deixa de ser cómico ver que quem anda a usar a divida como mola para o empobrecimento do país e para o aumento da exploração capitalista venha agora dizer que a dívida é função da entrada na CEE.
    E que viva a CEE. Logo que viva a dívida

    Os anos que este pobre tipo andou a gritar pela austeridade e por se ir mais além do que a troika e a esganiçar ameaças directas e de extrema-direita a quem não lhe seguisse as rezas e a ideologia..

    "Às bestas serve-se a força bruta" dizia histérico, designando como bestas quem ousava lutar contra a governança Passos/Portas.

    O que faz a necessidade e a classe que serve, hein, Herr jose?

    ResponderEliminar
  22. Problemas de raciocínio e continuados de José quando diz que "Nada nesses tratados e acordos definem políticas económicas específicas."

    Os que criticaram MaasTricht disseram que por causa de Maastricht ia acontecer X, Y e Z.

    Os que criticaram Amesterdão disseram que por causa de Amesterdão ia acontecer U, V e T.

    Os que criticaram Nice disseram que por causa de Nice ia acontecer I, J e K.

    Os que criticaram o Pacto de Estabilidade e Crescimento o disseram que por causa de o Pacto de Estabilidade e Crescimento ia acontecer N,M e O.

    24, 19, 19 e 16 anos depois estamos confrontados com X, Y e Z; com U, V e T; com I, J e K; e com N,M e O.

    Mas quem tem razão são os que não viram "Nada nesses tratados e acordos [que] defin[isse] políticas económicas específicas.

    ResponderEliminar
  23. Veja-se bem até onde vai o desplante e a manipulação grosseira.

    "Nada neses tratados e acordos definem políticas económicas específicas"

    Ah não? mas vocemecê pensa que está a falar com débeis mentais ou com alguém da sua criação?
    O projeto integracionista foi desenvolvido a partir dos vetores de prevalência do capital, com forte hegemonia do poder do centro. A institucionalização dos princípios do neoliberalismo pelo Tratado de Maastricht gerou maiores assimetrias e prejuízos ao bem-estar social nas sociedades europeias.
    E o mais do resto que se viu.

    Ou as tais politicas ecnómicas "específicas" têm a ver com o quantitativo concreto do que se paga aos bancos para lhes cobrir os prejuizos ou têm em mente os perdões fiscais aos famigerados grandes grupos económicos?

    A formatação ideológica em defesa do neoliberalismo vai ao ponto de considerar que esta é a matéria prima a partir da qual gira a humanidade e o bem-estar das populações?

    Pois não passa porque a realidade desmente tal façanhuda idiotice. O resultado está à vista.

    ResponderEliminar