sábado, 23 de julho de 2016
Leituras
«A Goldman tem uma longa experiência de recrutamento de perfis políticos e económicos importantes, antigos comissários europeus ou ex-presidentes de bancos centrais. (...) É a solução perfeita. Barroso é liberal, conservador e atlantista, como os líderes da Goldman Sachs. Como ex-Presidente da Comissão, o posto por onde passam os dossiers em Bruxelas, ele conhece todos os recantos da máquina europeia, os seus governos, os dirigentes dos bancos centrais de cada Estado-Membro, etc. Depois do Brexit - um golpe muito duro para a banca, que concentra em Londres a maior parte dos seus funcionários na Europa - Barroso vai ajudar a Goldman a tomar as decisões corretas.»
Marc Roche, A Goldman Sachs encontrou o seu novo «missi dominici» de luxo
«Barroso desafia as leis da física, andando pelo mundo sem coluna vertebral e mantendo-se, ainda assim, sempre de pé. Mas por mais que me apetecesse escrever sobre ele, Barroso limitou-se a fazer a progressão natural na carreira de “gestor de inevitabilidades políticas que a globalização impõe às economias abertas”. (...) É impossível olhar para a União Europeia e não ver a Goldman Sachs por todo lado, sobretudo em todo o lado onde encontramos as causas ou as supostas “soluções” para a crise. Há anos que este grupo financeiro se dedica a comprar políticos no ativo ou a colocar pessoas suas em cargos públicos relevantes. E é apenas a mais alarve, não temendo dar nas vistas.»
Daniel Oliveira, Coitado do Barroso
«A notícia de que Durão Barroso ia trabalhar para o Goldman Sachs apanhou-me de surpresa. Sempre pensei que Durão já trabalhava para o Goldman há muitos anos. Não fiquei chocado. Tenho mais receio dos que vêm do Goldman para cá do que os que vão de cá para lá. Para mim, o Goldman Sachs não é currículo, é cadastro. (...) Durão ajudou a encenar a cimeira das Lajes e as armas químicas invisíveis que justificaram a guerra do Iraque. O Goldman maquilhou as contas da Grécia para justificar a entrada no Euro. São também o homem e a instituição que muito fizeram para conduzir a Zona Euro para uma crise sem precedentes. Têm tudo para dar certo. Foram feitos um para o outro. Imagino que a lista de casamento esteja num "offshore".»
João Quadros, Durão gelatina
"...Sempre pensei que Durão já trabalhava para o Goldman há muitos anos...."
ResponderEliminarExacto.Tal como as Merckels e os Hollandes, não mencionando os Soares, Socrates, Passos, etc. "Money talks".
Proponho que passemos a votar nos candidatos a CEO da Goldman Sachs. Evitavamos a infindável fila de caricatos e despendiosos "middleman".
Todo o caso tem a estrutura de um preconceito de base em acção: O privado é inimigo do público, e a transição público-privado é presumido ser traição, corrupção, falta de tudo o necessário para manter o campo da fidelidade e da honra.
ResponderEliminarÉ claro que democrático quer dizer chefias transitórias e lugares não cativos; mas aos líderes democráticos compete após os mais altos cargos reduzirem-se à humildade democrática da sobrevivência em lugar modesto e recatado, preferentemente de serviço público se mantiverem ambições políticas.
Assim sendo, mais do que o Durão que não me merece particular interesse, todo este enredo significa de facto a muito baixa confiança no serviço publico e de quem o exerce, pois só assim o papel do Durão tem - para além da agenda de contactos - qualquer relevância.
"Para mim, o Goldman Sachs não é currículo, é cadastro. (...) Imagino que a lista de casamento esteja num "offshore"
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ResponderEliminarDito de outra forma: a coisa esta´ preta.
Os partidos políticos, os movimentos sociais, a espontaneidade agrupada, humanas, começaram ainda agora a dar os primeiros passos históricos para uma caminhada inovadora longa de seculos. “As cadelas apressadas parem sempre os cachorros cegos” já minha avo´ dizia.
A depuração natural das sociedades humanas esta´ presente mas impercetível ao ser individual. E não tem como apressar o seu andamento. E´ como a rotação e translação do Planeta.
Já repararam como os impérios humanos se erguem e submergem sem periodicidade?
Já repararam como o homem muda de filosofia Politica permanentemente…o que e´ hoje, amanha deixa de ser…dá-se o dito por não dito e por aí fora…
Dizem que e´ uma questão cultural, talvez seja, mas já viram que e´ raro o ano que os governos, todos eles, que não toquem na educação?
Temos o horroroso exemplo de Durão Barroso que passou do MRPP ao PPD/PSD e de 1º ministro de Portugal passa a presidente da CE e agora foi transformado em banqueiro.
Para acabar ou começar a acabar este bezidroglio
Humano, teremos de nos organizar não como hordas humanas, como parecemos hoje, mas tendo em vista os arranjos das ciências sociais que ajudam muito. Militantes humanistas erguei-vos! De Adelino Silva
Tanto carinho pelo cherne é só relevância politica ou é apimentada por inveja ?
ResponderEliminarQuem fala aí em "preconceito de base em acção" é quem exprime, e da forma pesporrenta como o faz, o seu preconceito com outras coisas, desde a geringonça até à "paneleiragem" ( peço desculpa mas o termo é dele), passando pelos "coitadinhos" e pelos trabalhadores?
ResponderEliminarVeja-se o esforço esforçado, significativo e significante em defesa de Barroso. Que não lhe parece de "particular interesse", como o mesmo dizia de outros que serviu e que defendeu ad nauseam, como se tal afastamento oratório o tornasse não conivente com a porcaria e com a bandalheira deste Barroso e dos seus iguais.
Veja-se como escamoteia o que Barroso fez. É o silêncio absoluto. E como reveste o cúmplice de Bush e de Blair de, imagine-se, servidor público. Ofende este conceito. Porque para este tipo só mesmo a serventia ao grande Capital, tal como transparece em cada letra do que escreve e rabisca.
E é desta forma que o gestor dos interesses de coisas como a Goldman Sachs ( que antes de o ser já o era) é convertido em caridoso promotor do interesse público. E desta forma sem escrúpulos e com a demagogia própria de quem não tem vergonha, se transforma um proxeneta em virgem púdica
Mas veja-se outro pormenor pitoresco.
ResponderEliminarVeja-se como quem anda por aí de livro dos coitadinhos aos caídos, (e espumando ódio por quem mais não faz do que o seu trabalho ou de quem mais não faz do que defender os seus direitos), se ergue presto em defesa do pobre Barroso.
O coitado que querem ver reduzido à "sobrevivência em lugar modesto e recatado" é uma ode ao coitadinho do Barroso. Directo este desvalido para a sua peculiar Agenda dos Coitadinhos.
Entretanto torna-se difícil para estas coisas fundamentalistas apagarem a imagem (bem tentam, bem tentam) desta promiscuidade de putas caras entre o Poder e os Grandes Grupos Económicos. Servem-se uns aos outros e revezam-se nos locais onde forem necessários. Desde que economicamente também lhes for conveniente. É ver a dança de cadeiras e os lugares que ocupam e que vão ocupando.
É o capitalismo estúpido. Um bandalho a singrar e a servir outros bandalhos como só os bandalhos o fazem e os outros bandalhos o querem
Adelino, ainda se o Durão assentasse praça ou fosse para serralheiro...
ResponderEliminarO carinho dispensado por alguma da nossa burguesia por coisas como Durão Barroso reflecte-se na forma como alguns desses burgueses encaram as críticas a quem tem uma posição de relevo, mesmo que estes não passem de canalhas ou de ladrões de alto coturno
ResponderEliminarÉ só inveja, dizem, absolvendo e identificando-se com tão ilustres personagens.
Pensarão também que todos são feitos à sua própria imagem e semelhança?
Por falar em primaveras árabes e revoluções coloridas a condizer com a vontade do Imperio, esta´ um verão de rachar – as praias cheias de gente alegre -- a dar vazão ao amargo dos dias correntes. Ate custa a crer que haja tanta maldade neste Mundo…Tiros simples ou de rajada em Bruxelas, Paris e Munique, golpes políticos ou económicos no Brasil, Venezuela e também na Turquia. Bombardeamentos no Iraque, Libia, Síria e Afeganistão, não esquecendo o desmantelamento da Jugoslávia e da Ucrânia e, e, e por ai fora no centro de Africa...
ResponderEliminarProlifera a indústria armamentista para la´ e para ca´ do Atlântico, a procura do nuclear aumenta a olhos vistos e nesse entremês, abatem florestas tropicais ou não.
A humanidade possidente esta´ danada por armar o Espaço de armas nucleares, as tais de destruição maciça ou na totalidade… e ate o Imperio se da´ ao luxo de legislar para todo o Planeta. Se isto e´ a Democracia Ocidental…”Quero ir pra´ Ilha” de Adelino Silva
"se o Durão assentasse praça ou fosse para serralheiro..."
ResponderEliminarUma carta de amor ao Barroso, que isto de assentar praça ou de serralheiro não é para a nata dos políticos e dos banqueiros.
A aristocracia caduca tem destas coisas. Mistura a sua pedantice e assume que o direito do mais forte ao saque deve permanecer ao longo dos tempos.
Que diacho. Há sempre uns mais iguais do que outros.
(Ou de como o darwinismo social vem em socorro da outra canalha)