domingo, 17 de julho de 2016

Euro-visões que nos custaram mesmo muito caro


Quando as coisas apertam, não há como apelar à tradição inventada dos grandes líderes europeus, procurando inspiração na sua visão. Para não irmos mais longe, podemos procurar inspiração em Helmut Kohl, François Mitterrand ou Jacques Delors. Podemos procurar inspiração no Tratado de Maastricht, a sua grande obra. É claro que logo em 1992 uns economistas chatos e anacrónicos, caso de um tal de Wynne Godley, na tradição keynesiana de Cambridge, disseram mal de tal visão, com a seguinte previsão de padrões:

“A ideia central do Tratado de Maastricht é a de que os países da Comunidade Europeia devem avançar para a união económica e monetária, com uma moeda única gerida por um banco central independente. Mas como é que a restante política económica deve ser conduzida? Dado que o Tratado não propõe qualquer instituição para lá do banco europeu, os seus patrocinadores têm de presumir que nada mais seja necessário. Mas isto só seria correcto se as economias modernas fossem sistemas auto-regulados sem necessidade de qualquer gestão (…) [O] poder de emitir a sua própria moeda, de recorrer ao financiamento do seu próprio banco central, é a principal dimensão da independência nacional. Se um país perde este poder é reduzido ao estatuto de uma autoridade local ou de uma colónia. As autoridades locais e regionais não podem desvalorizar, mas também não podem financiar-se através da criação monetária, enquanto os outros métodos de financiamento estão sujeitos a regulação central. E também não podem mexer nas taxas de juro. Como as autoridade locais não possuem instrumentos de política macroeconómica, as suas escolhas políticas são reduzidas a assuntos menores, um pouco mais de educação aqui, um pouco menos de infraestrutura ali (…) Se um país não pode desvalorizar e não recebe transferências orçamentais niveladoras, então nada deterá um processo cumulativo de declínio terminal, culminando, no fim, na emigração, como única alternativa à pobreza e à fome.”

11 comentários:

  1. Devia ter existitido um referendo sobre a adoção da moeda única, os lideres não estavam à altura de tal escolha e, agora estamos a pagar a fatura de tal erro.

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    1. "os líderes"? Que saiba houve um partido e o seu líder que disseram não. O PCP e o Carlos Carvalho!

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  2. Mais uma vez um texto que chama a atenção para a autÊntica fraude para que nos arrastaram.

    Eugénio Rosa dirá:
    "A maior parte da informação divulgada sobre a economia e a sociedade portuguesa nos media é dominada pelo pensamento neoliberal, porque é este que tem acesso privilegiado aos media. Este domínio é tão grande que atinge os próprios meios académicos podendo-se falar, com propriedade, de um pensamento económico único dominante. Quem esteja familiarizado com a ciência económica, sabe bem que a economia não está acima dos interesses de classe que se confrontam na sociedade, e o neoliberalismo defende os interesses do poder económico dominante nas sociedades capitalistas actuais".

    Foi o que fizeram. Foi o que andaram a fazer. Foram abafadas todas(ou quase) as vozes críticas.

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  3. Até aqui falamos do euro dos ricos da soberania e independência nacionais a´ moeda ligadas e de tal forma, que ate parece que a divida também e´ soberana…
    Quando passaremos a falar do euro dos pobres do enfeudamento da nação face ao Imperio …?
    Para quando falar a uma só voz deste tema que nos e´ comum… CEE/EURO?
    Há uma incapacidade latente nos partidos de esquerda em assumir a direção desta FRENTE que se quer FRATERNA.
    A luta cada qual por si só leva ao desastre… eu sou contra a U.E. mas sou do PCP, eu sou contra a U,E. mas sou do BE. Eu estou a´ rasca porque sou do PS que tem gente dos dois lados. Os que se dizem apartidários atiram-se aos partidos…
    A democracia e´ dialogo e´ cedência e´ compreensão mutua; sem isto nada feito meus amigos! De Adelino Silva

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  4. Sempre foi assim: emigra-se de onde não há capacidade de criar riqueza para onde ela existe.
    Haja moeda ou não, haja soberania ou não, como refugiado ou trabalhador migrante.

    Alguém diz como se vai criar riqueza?
    É a moeda que a vai trazer?
    Tretas!

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  5. Está esquecido e desmemoriado o sujeito que anda sistematicamente com as tretas na boca.

    O sempre foi assim é treta. Houve dois picos migratórios na história do último século em Portugal. Uma em pleno fascismo, nos anos 60, em que o depravado ditador compelia, mercê das suas políticas, as pessoas para a emigração.
    Outra sob a governança dos neoliberais Coelho e Portas, continuação da mesma política de empobreciemtno e depauperação.

    Mas a falta de memória selectiva denota-se também nesta atoarda - alguém diz como criar riqueza?

    É o que tem feito sistematicamente, se não toda a esquerda, uma parte importante da esquerda.

    A riqueza é de quem trabalha. Não é de quem se apropria do trabalho.Nem de quem, de forma miserável e criminosa, deposita o produto do saque em offshores, com o apoio expresso do sujeito que anda com as tretas na boca.

    Percebem-se assim os urros do sujeito gritando hossanas à troika. Percebem-se assim os vivas aos despedimentos e à depauperação salarial. Percebem-se assim os aplausos de vende-pátrias às sanções da UE e às chantagens da mesma UE.

    A riqueza cria-se com trabalho.

    Porque há riqueza produzida. Só que ela é sistematicamente desviada para os bolsos dos corruptos e dos néscios "grandes empreendedores", assumidos donos disto tudo.

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  6. "agora que eu gostava de viver num mundo onde a riqueza produzida fosse parar às mãos de quem, imagine a audácia, a produz verdadeiramente e não de chico espertos gananciosos gostava, gostava muito!"

    Nem mais. Uma sociedade sem escroques e sem exploradores. Sem vampiros, pese a defesa da vampiragem pelo tipo das 14 e 26

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  7. Não te esqueças das melgas que valem bem mais que os vampiros em capacidade de mamar o sangue à manada.

    Treteiros que só regulam para deixar tudo tão confuso que nem vampiros nem melgas são apanhados pela lei.
    Aos vampiros ainda lhes gritam muito (o que nada os incomoda!) mas as melgas, são estimadas como praga benfazeja, indispensáveis à modorra da manada, exangue mas tão conformada e solidária que só pode ser a antecâmara da felicidade.
    Acontece que é a antecâmara da miséria.

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  8. A defesa dos vampiros escondido atrás das melgas nunca dá bons resultados.

    Eis a confirmação objectiva de tal facto:
    http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2016/07/vende-patrias-ou-vampiros.html

    Eu sei que o processo custa a engolir e que é necessário o voltar a esta defesa dos vampiros. Que diacho são comparsas do das 19 e 41 e as melgas são um pretexto óptimo ( pensa o coitado ) para esconjurar o odiento dos vampiros. Um processo antigo da parte do sujeito que defendia por exemplo que Borges, um vampiro de alto coturno, tinha direito ao saque da forma desonesta como o tinha, mas que quem vive do seu trabalho não passa duma melga inoportuna.

    Eis também aqui e mais uma vez o darwinismo social escarrapachado. Paredes meias com as teorias eugénicas? Paredes meias também com outras coisas mais

    E uma delas é o abandono forçado e em passo de marcha ( de ganso?) do que se discute e do que se debate. E de como de repente a "criação da riqueza", dita daquela forma tão tola como desonesta desaparece por entre os interstícios das antecâmaras da felicidade e da miséria

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  9. Os Vampiros, de Zeca Afonso, denunciava o ventre podre,corrupto, ávido, totalitário, esmagador, sem pruridos nem escrúpulos, da besta negra do Capital. E apontava o dedo à ligação estreita que este tinha com o regime fascista

    E tal não era perdoado pelos egrégios donos de Portugal. E tal não é perdoado pelos descendentes ou servidores dos donos de Portugal. Como o prova o exemplo em anexo.

    Que o expressa desta forma ( coloquial e imperativa como era hábito tratarem a desgraçada da progenitora?) aproveitando a boleia para a citada fuga.

    Mas do tema e concreto e em abstracto?

    Um ridente nada.

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  10. A cada dia que passa mais se vai sabendo como funcion esta coisa da UE e da sua Comissão:

    "Comissão sabia há anos da manipulação de emissões na indústria automóvel"

    O alemão Der Spiegel teve acesso a documentos que demonstram que Bruxelas sabia da manipulação de emissões poluentes

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