sábado, 11 de junho de 2016
Um jornal da educação pública
O sistema educativo português vive tempos marcados por uma contradição que merece ser intelectualmente compreendida e politicamente resolvida. A contradição não é inédita nem difícil de enunciar: as escolhas políticas relativas aos ciclos básico e secundário da educação estão a traduzir uma concepção de defesa do ensino público, universal e tendencialmente gratuito; as escolhas políticas relativas ao ensino superior estão a determinar, ou pelo menos a encorajar, uma visão neoliberal, elitista e não democrática do ensino superior.
Sandra Monteiro, Contra-sensos na educação, Le Monde diplomatique - edição portuguesa, Junho de 2016.
Aproveito para deixar um excerto do artigo, Batalhas educativas, que escrevi para o número deste mês:
As esquerdas nacionais têm travado recentemente uma significativa batalha pela educação pública, em torno da limitação do uso e abuso de contratos de associação para financiar a provisão privada de ensino, procurando começar por evitar ilegais sobreposições ali onde existe já capacidade pública instalada. No momento em que escrevo, esta batalha parece para todos os efeitos ganha no campo da política pública. A confiança cresce deste lado e o desespero isola o outro lado, compelido a convocar a União Soviética de Estaline como metáfora histórica tão lunática quanto de duvidosa eficácia política.
No entanto, quero neste momento assinalar algumas preocupações quanto à argumentação mobilizada nesta batalha por alguns sectores das esquerdas, quer em defesa da limitação dos tais contratos, quer na crítica ao adversário na sua versão intelectualmente mais poderosa. Move-me a ideia de que qualquer batalha política tem de ser educativa, no sentido em que a política tem de envolver uma permanente pedagogia popular, capaz de arrastar persuasivamente maiorias para posições socialmente mais justas e democráticas, que nos permitam travar as próximas lutas em melhores condições político-ideológicas. Incluem-se nestas um conhecimento mais aturado do inimigo e dos seus versáteis projectos de classe, em particular no que à organização dos sistemas de provisão, incluindo de educação, diz respeito.
Gostei dos sistemas de provisão do inimigo!
ResponderEliminarNão sei bem o que seja mas deve ser qualquer coisa muito neoliberal, como aprovisionarem-se de gente competente pela exigência e não pela democrática bandalheira esquerdalha.
“… aprovisionarem-se de gente competente pela exigência”
ResponderEliminarSó um Job é que terá paciência para aturar mais esta “coisa”, ou para vergar-se perante a “competência da mão estendida” que é exibida pelos gestores do ensino particular, sempre à cata da renda…
Jose, burro, o inimigo não tem sistemas de provisão antes sustenta-se exigindo e apropriando-se deliberadamente via concessão rentista desses sistemas, mas ninguém perguntou à maioria dos beneficiários desses sistemas se estava interessado e disposto a ser provido pelo inimigo, percebeste?
ResponderEliminarO pressuposto, gentis treteiros, é a de que o objectivo sempre é o domínio do Estado colocando-o ao serviço de uma ideologia a ser propagada pela escola pública.
ResponderEliminarProvisionar o Estado desse instrumento é essencial ainda porque a esquerdalhada, estando vocacionada para a mama pública, sem ânimo nem arrojo para qualquer 'fazer-se à vida' em território inimigo, vai seguramente povoar de treteiros essa escola e cumprir a missão.
Assim, na impossibilidade de saquear os activos que o inimigo acumulou pela subsidiação pública, importa reproduzir esses meios sob a alçada pública independentemente do absurdo dos custos associados.
Mas não pode ser assim à bruta como os cretinos militantes gostam de alardear, pois há que considerar que o inimigo fica aprovisionado de amplos meios materiais que podem ser dirigidos à formação de uma elite que pode ser obstáculo ao plano.
Melhor que o assassinato é conduzir o inimigo ao suicídio, por muito que isso iluda as legítimas expectativas dos crentes.
Assim, manter uma treta de baixo teor ofensivo é a muito prudente sugestão do autor.
José , vai lamber as mãos do duarte lima, da oleosa das finanças q foi 'trabalhar' para quem andou a fazer favores enquanto 'ministra' e, o paulo portas da Mota-Engil, meu filho da mãe.Tudo bons Rapaces...
ResponderEliminarDesaparece, que infestas, seu psicopata
Portugal e´ um pais carenciado de quase tudo e, onde se nota mais e´ na saúde económica e escolar. Por isso a abundancia de excrescências bancarias e escolares.
ResponderEliminarQuanto aos seus dirigentes, o quadro e´ simplesmente aterrador…Agora deram em serviçais a dias…ou empregadas domésticas sem remuneração e sem aspirador elétrico; porque afetados pela doença, são adversos as ciências e tecnologias.
Tanto as escolas privadas como os bancos privados são limpos a´ vassourada deixando no ar, já de si saturado, uma poeira podre e malcheirosa.
Sem um mínimo de “Brio” profissional, os varredouros, também eles a prazo incerto, não sabem nem sonham com a necessidade de liquidez…preferem espetáculos na TV e andar de braço-dado com o soba europeu das finanças de seu nome Dragi.
E o povo? Me perguntam…
La vai levando a vidinha como sempre esperando por melhores dias… de Adelino Silva
cagalhão zé
ResponderEliminarque drogas malucas e pesadas andam por aí
fico invejoso dos teus contactos
É mesmo do inimigo que se fala. Dum inimigo de classe. Dum inimigo que se esmifra no caso em concreto para continuar o saque por parte de meia dúzia de patrões de colégios privados .
ResponderEliminarDum inimigo que por vezes se traveste em gentil prosador ,arvorando gentis palavras, gentis engates aprendidos em gentis antros do bas fond da extrema-direita. Os gentis são assim. Aprenderam-na toda na sua própria casa
Mas "esquecem-se" da forma verdadeiramente gentil ( mas de todo suspeita) do domínio do Estado Fascista e da sua ideologia fascista, a ser propagada pela escola do regime, pela propaganda do regime, pela canalha do regime. E protegida como é óbvio pela polícia política, a PIDE para a qual o inimigo andou por ai a vender a ideia que era coisa séria e sumamente gentil .
O mais do resto é o vómito do ataque à escola pública. E a busca incessante da mama (a palavra é aqui usada para confrontar quem de forma néscia usa e abusa da dita).
ResponderEliminarBusca incessante da mama para os interesses privados, a fazer lembrar que a mama foi o principal objectivo do regime de salazar e que por aqui continua entre os sue sicários desta forma tão evidente. Mas para ocultar a mama de meia-dúzia de correligionários e obesos patrões de escolas privadas vale tudo. Desde um "fazer-se à vida" do saudoso governo de Passos/Portas/Cristas até às investidas bacocas e reverenciais em torno de "elites", a fazer lembrar as elites dos pensadores eugénicos e dos abutres nazis.
A sugestão do "suicídio do inimigo" é apenas a nota pseudo-dramática com o seu cheiro de piegas, a tentar repescar o choradinho fadista como arma de propaganda. Coisas a que a falta de decência é mestra e que trazem a marca da hipocrisia sebenta e oleada do costume.
Hoje, o país deslumbra-se com o futebolista Cristiano Ronaldo, como em tempos se deslumbrava com o hoquista/futebolista Jesus Correia, o dos Cinco Violinos. Quero dizer com isto que a “parvalheira não mudou nada…”, resta dizer que gosto de futebol e da arte de quem o pratica. Só que o que e´ de mais parece mal.
ResponderEliminarIsto vem a propósito do presidente da república e do 1º ministro andarem por terras de França a apregoar os limões. Numa finta a dois, o fintado foi o povo português… Talvez, e em contrapartida, Hollande retribua e venha Portugal festejar a tomada da bastilha, talvez!
Foi uma coincidência nada coincidental?!...
Fizeram uma jogada de gabinete, foi o que foi…Depois admiram-se do mal das escolas e dos bancos e do rombo no erário publico… de Adelino Silva
A propósito do "saquear os activos" e outras tretas dum discurso ideológico ultra-montano e a cheirar a bolor podre:
ResponderEliminarEis o que se "tenta" esconder:
Dois alunos da pior escola do ranking vencem concurso e bolsas de estudo:
Dois alunos do 12.º ano da Secundária de Valbom (Gondomar), última classificada do "ranking" em 2015, venceram um concurso de Matemática na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), ganhando bolsas de estudo.
"Eu nem queria ir, não me sentia muito inspirado", confessou à Lusa Pedro Machado que, à semelhança de Cátia Viana, frequenta o 12.º A em Valbom, concelho de Gondomar e que, tal como os sete colegas, pagou do seu bolso os 14 euros da viagem de autocarro que o obrigou a sair da cama às 06.00 de sábado para uma viagem de quase três horas até Vila Real.
Inseridos no mesmo concelho onde um dos colégios que viu cessado os contratos de associação, os alunos confessaram nunca terem sentido essa atracção, com Cátia a revelar ter preferido continuar a mostrar o seu "mérito" na escola pública enquanto Filipa Silva, finalista das Olimpíadas de Biologia, optou também por continuar na pública quando o convite surgiu para enveredar pelo privado.
"Também tive essa oportunidade de ir para esse colégio, mas prefiro mil vezes continuar na escola pública. Acho esta escola fantástica", frisou.
Pedro Machado concorda com o final dos contratos de associação tal como concorda que haja possibilidade de escolha pelos pais da escola onde o filho estude "mas daí a serem os contribuintes a pagarem uma escola privada, isso não. Se os querem lá, que paguem do seu bolso".
"Tenho orgulho em frequentar a escola pública e o ranking não é uma realidade, mas apenas números e no Colégio Paulo VI só lá entra quem tem as melhores notas, daí a sua boa classificação no ranking", sublinhou Pedro, acrescentando a Cátia: "Aqui todos têm a mesma oportunidade".
"Por um ponto afastada da final nacional das Olimpíadas de Biologia", num concurso que envolveu 30 mil alunos e onde restam os 50 melhores nacionais que vão apurar os quatro que irão disputar no Vietname a final mundial, Filipa Silva, que quer seguir Bioquímica e é aluna do 11º ano, defende "a valorização da escola pública" e diz que "não são os rankings que fazem as escolas"
Todo o demagogo ( ia a escrever cretino, mas hoje estou mais transigente) coloca o caso dos contratos de associação como se tratasse de estabelecer a definitiva opção entre escola pública e privada.
ResponderEliminarPara tudo que importa substancialmente o contrato de associação coloca a escola pública em meios materiais privados.
O quanto pagar por isso é debate que ninguém faz seriamente a começar por quem tem os meios para fazer as contas.
O que se esconde é a ambição de que a escola pública em meio público abtiguem clientelas que cumpram uma agenda ideológica.
E isso a cobardia oculta sob os pretextos mais espatafúrdios como as histórias da corichinha das 14:08.
Todo o demagogo ou todo o cretino de acordo com o critério de transigência ou não transigência.
ResponderEliminarConfessemos que é obra. Pouco asseada e reveladora de alguma senilidade a acompanhar o texto serôdio e velho dum ressabiado do deus mercado.Está apenas a ser gentil de acordo com o seu programa?
Compreende-se o ódio espatafúrdio à referida historia considerada como da carochinha. Mas registe-se que é uma magnífica história para ilustrar o paleio ideológico fundamentalista e ultra-montano de quem anda à procura do saque.
Engoliu e não gostou.Ainda bem.
Vamos ser mais claros .
ResponderEliminarÉ falso que se coloque a questão dos contratos de associação como se se tratasse da definitiva opção entre a escola pública e a privada. Não vale a pena o esconder-se atrás do "demagogo" do "cretino" da "mama" ou do "gentil" . Tudo tem um limite e esta forma vil de torpedear o debate revela até que ponto a direita-extrema está desesperada.
O que se esconde desta forma canhestra e desonesta é o desejo de manter rendas inqualificáveis e injustificáveis pagas com o nosso dinheiro para o bolso directo de meia dúzia de patrões de colégios privados. Com a bênção legislativa de Crato e de Passos no governo anterior.
É assim verdadeiramente típico de quem anda em "demagogo", "cretino" "mama" ou "gentil" avance depois com estas enormidades que escondem apenas uma coisa: um zero. Um zero à esquerda: "substancialmente o contrato de associação coloca a escola pública em meios materiais privados.O quanto pagar por isso é debate que ninguém faz seriamente a começar por quem tem os meios para fazer as contas".
Um zero a esquerda duma extrema-direita frustrada.
Temos aqui mais uma prova do ataque à escola pública, escondido agora numa agenda de fundamentalismo religioso clientelar.
ResponderEliminarDuas notas breves:
- Uma é que o cariz ideológico da escola era patente e assente nos idos tempos do fascismo. Fazia parte da agenda ideológica do estado novo.E que tal escola era admirada por quem agora tenta fazer inverter as coisas e assim ofende com as suas "clientelas" a escola democrática e pública.
- A outra é que a qualidade do ensino público vai muito para além das clientelas apregoadas de forma desonesta. Que diabo quem queria uma escola a ensinar de acordo com o senso comum clientelar eram os idiotas fundamentalistas de direita e por essa onda ainda estaríamos a aprender que o Sol girava à volta da Terra.
Por que motivo o relato circunstancial do ocorrido com dois alunos duma escola pública do fundo duma tabela de ranking e que venceram um concurso e bolsas de estudo, causa tanta agitação num tipo aí em cima? Que não hesita em qualificar tal relato como estapafúrdio e como "história da carochinha"?
ResponderEliminarA história tem identificados os seus protagonistas, os jovens e as escolas envolvidas. Lemos o discurso directo dos vencedores do prémio. O texto é da Lusa e ninguém ainda duvidou do que lá está escrito, que poderia ser facilmente posto em causa se fosse detectada qualquer inverdade.
Então o que leva a este ataque descabelado e acintoso sobre um relato factual que não oferece dúvidas do que foi dito e de como foi dito?
Interessa voltar a este assunto porque interessa desmontar este modus faciendi típico da reles manipulação
Porque motivo esta história é incómoda para os que atacam a escola pública?
ResponderEliminarPorque desmente a caterva de aldrabices que andam acopladas a alguns dos mitos sobre as escolas públicas e privadas:
Começa logo pela região onde tal se passa. Uma zona onde o caciquissmo tem a força que tem e onde a voz do poder económico e religioso é escutada de forma subserviente.
Mas o melhor está para vir:
-"Dois alunos do 12.º ano da Secundária de Valbom (Gondomar), última classificada do "ranking" em 2015, venceram um concurso de Matemática na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), ganhando bolsas de estudo". Os rankings e as trafulhices que ocultam postas assim em causa?
-"Pagou do seu bolso os 14 euros da viagem de autocarro que o obrigou a sair da cama às 06.00 de sábado para uma viagem de quase três horas até Vila Real". Onde está a falta de ânimo e de arrojo" citada aí em cima, mais o nojento "fazer-se à vida" de Passos?
-"Inseridos no mesmo concelho onde um dos colégios que viu cessado os contratos de associação, os alunos optaram por se manter na escola pública apesar dos convites do privado". Cita-se "prefiro mil vezes continuar na escola pública. Acho esta escola fantástica" Quem tenta saquear o publico é o privado desde logo com a selecção dos seus alunos.
-"Pedro Machado concorda com o final dos contratos de associação tal como concorda que haja possibilidade de escolha pelos pais da escola onde o filho estude "mas daí a serem os contribuintes a pagarem uma escola privada, isso não. Se os querem lá, que paguem do seu bolso".Aqui resumidamente muito do que se tem aqui comentado
-Mais discurso directo:"Tenho orgulho em frequentar a escola pública e o ranking não é uma realidade, mas apenas números e no Colégio Paulo VI só lá entra quem tem as melhores notas, daí a sua boa classificação no ranking", sublinhou Pedro, acrescentando a Cátia: "Aqui todos têm a mesma oportunidade".
-Filipa Silva, que quer seguir Bioquímica e é aluna do 11º ano, defende "a valorização da escola pública" e diz que "não são os rankings que fazem as escolas"
Ou seja duma forma concreta é posto em causa o discurso ideológico de quem apregoa o Estado como o mau da fita, ocultando-se assim os interesses privados envolvidos nesta história toda e o interesse ideológico em ter um ensino elitista ao serviço das classes possidentes. Mais. Verifica-se que a mama pública não o é. O que há é uma mama privada a defender a todo o custo por quem depois faz o choradinho da Dívida pública.
O orgulho destes jovens numa escola publica e democrática deve ser motivo de serena reflexão e activo empenhamento na sua defesa.
Mais um motivo para dizer presente na manifestação de dia 18
Mais três dias de histórias da carochinha...
ResponderEliminarLolol.
ResponderEliminarDesmascarado e ainda por cima com tiques . Mas cadê os argumentos?
Francamente ó das 00 e 13.Apenas a espuma das histórias da carochinha saídas dos trapos da propaganda ao saque do erário público