No discurso de encerramento da Convenção do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins cometeu um excesso de linguagem para transmitir a mensagem certa.
A recém-eleita coordenadora do BE afirmou que uma eventual decisão da Comissão Europeia de propôr sanções a Portugal seria uma "declaração de guerra". Bem sei que Portugal é um dos poucos países da Europa que não viveu a guerra no seu território no último século, pelo que a maioria não tem a menor ideia do que está em causa. Ainda assim, deveríamos todos reservar estas palavras para momentos em que elas façam sentido (ou seja, desejavelmente nunca).
Deslize de linguagem à parte, a mensagem de Catarina Martins deve ser registada. Tudo indica que a Comissão Europeia (CE) está mesmo a ponderar aplicar sanções a Portugal e Espanha. Isto seria simplesmente inadmissível, tendo em conta as responsabilidades das instituições europeias no desenho do "programa de ajustamento" português e no seu falhanço. Como gesto político, só poderia ser interpretado como absurdo ou provocatório, depois do referendo britânico e do que o seu resultado traduz de crítica à UE. E seria de uma cobardia evidente, tendo lugar apenas após as eleições espanholas.
Uma eventual decisão da CE de propôr sanções a Portugal não pode ser interpretada como uma declaração de guerra. Mas pode e deve ser encarada como o derradeiro sinal de que a UE perdeu o norte. E, como gesto profundamente irresponsável e hostil, só pode merecer a reacção mais determinada da população portuguesa.
Mais uma vez o Bloco fica enredado no seu tradicional oportunismo.
ResponderEliminarCompletamente de acordo.
ResponderEliminarDesde a primeira à última linha.
Já a reunião dos "seis países fundadores" anunciada como de resposta ao Brexit confirma o tipo de gente e de "instituições" com que estamos a lidar.
Se Portugal não esteve em guerra no século XX na Europa, apesar da luta de classes" e da repressão fascista, esteve envolvido em guerra noutros pontos do Globo, quer com as chamadas "Campanhas de Pacificação" na I República, quer com 13 anos de Guerra Colonial. durante o chamado Estado Novo. Para além duma virulenta Guerra Civil no século XIX, entre Liberais e Absolutistas.
ResponderEliminarA frase da Catarina teve um mérito, obrigar os dirigentes partidários dizerem o que vão fazer , se o governo alemão decidir impôr sanções a Portugal. E a resposta da maioria foi .....comemos e calamos . Se aqui não houve um partido OPORTUNISTA foi o Bloco de Esquerda.
ResponderEliminarCaro R. P. Mamede:
ResponderEliminarO J. Pacheco Pereira, numa das suas intervenções na Quadratura do Círculo, afirmou que, por razões ideológicas, a Comissão Europeia (ou Eurogrupo) nos aplicariam sansões (e a Espanha também).
Depois, as notícias e as declarações de Juncker pareciam dizer o contrário.
Entretanto o Dijsselbloem mostrou-se muito desagradado com a posição do Juncker.
Agora que o Brexit deixou aquela gente de cabeça perdida, que as eleições em Espanha estão resolvidas formalmente, há que mostrar quem manda na coisa.
É bem provável que a oportunidade de «dar com o pau no gato», por parte de quem não pode «dar com o pau no patrão» seja posta em prática pelo «operário frustrado com o seu emprego, que são os responsáveis da UE».
Falta saber se o Rajoy já estará em plenas funções e se não reagirá como reagiu quando lhe quiseram impor um plano de resgate, só admitiu uma coisa mitigada aos bancos.
Moral da história: aos países que não conseguem ainda os 3% de défice, corta-se-lhes as pernas dos fundos europeus porque assim terão condições para crescer menos e voltarem a incumprir.
À Alemanha, que incumpre o Tratado na percentagem do superavit, deve ser, no máximo, 6%, é há anos 8%, nada acontece.
Como se os superavits de uns não fossem, em boa parte, os défices de outros, dentro de uma moeda única.
Para não falar de quando a Alemanha e a França incumpriram os 3% de défice.
Mas a França é a França... e a Alemanha é a super-França.
Manda quem pode, obedece quem deve.
Não é preciso de todo partir a loiça. É necessário é levar o assunto ao Tribunal das Comunidades. Os Estados são tratados de igual modo. Ou há moral, ou comem todos. Portanto, a França não é a França. É pena que não haja um Governo Espanhol em plenitude de funções (espero que entre em funções rapidamente, mas tenho as minhas dúvidas), de modo a que a iniciativa pudesse ser coordenada entre os dois Governos. E Portugal deverá dizer claramente (e nem precisa de ser muitas vezes e sem alaridos, deixemos o peito feito para Catarina Martins) que no caso de uma aplicação de sanções protestará veementemente e, no caso de uma aplicação que não respeite o princípio da igualdade entre Estados, aí é mesmo 'see you in court'...
ResponderEliminarO que a Comissão sabe é que o crescimento será não só miserável como não virtuoso em termos de sustentabilidade.
ResponderEliminarE se bem me lembro, as obrigações do resgate não se limitam ao défice, mas a todo um pacote que pode ser avaliado enquanto o défice existir e a dívida não apresentar via de solução.
A política da geringonça é de limitar a avaliação ao défice e às suas motivações circunstanciais e, em permanente vitimização, deixar a dívida acrescida de juros para as calendas.
Qualquer credor conhece de sobra esse filme.
Acredito que a arenga do Bloco foi um oportuno estímulo às sanções!
O gravíssimo dilema da dita “extrema-esquerda” e´ não sentir o pulsar das artérias da nação.
ResponderEliminarPodem propor referendos, plebiscitos e eleições quantas quiserem, mas que não e´ politica séria la´ isso não e´!
Para quê então o apoio a um governo do PS que a toda a hora e instante reza pela saúde da UE?
Até o 1º ministro ia chorando de tanta tristeza pelo Brexite…
A agulha e´ tão fina que se não sente a picadela.
De Adelino Silva
"Crescimento virtuoso"
ResponderEliminarEstamos no domínio da farsa.Da farsa religiosa.Da farsa religiosa hipócrita e submissa.
Ó das 20 e 35. deixe-se de rezas ou de mantras ou de fatwas ridículas e impregnadas desse estilo messiânico parolo e rastejante
E deixe de salivar, desta forma imprópria para qualquer ser humano, pela agenda dos coitadinhos dos credores e dos agiotas. Agora até vem lembrar, qual capataz de terceira classe dos funcionários da UE e dos homens de negócios, que as "obrigações do resgate não se limitam ao défice".
Não tem vergonha? O tipo que gritava há 42 anos que "Angola é nossa", travestiu o seu discurso para "Portugal é dos credores e dos agiotas". Em ambos os casos o objectivo permanece inalterado - Para este, o dinheiro é mesmo para o grande Capital.
E até me parece que os défices portugueses são muito culpa da Merkl. Os nossos excelentes dirigentes são tão competentes, que nem lhes passa pela cabeça assumir a sua cota da responsabilidade. Veja-se a gritaria e diligencias do Passos e amigos quando se falou das sanções; ou da fobia as investigações rigorosas pedidas pelos lesados da CGD.
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ResponderEliminarTanto a direita neoliberal que nos governou não assume as suas responsabilidades, como a troika o não faz.
Mas no fundo este é a situação actual do desenvolvimento do capitalismo e do salve-se quem puder desta sociedade corrupta e podre
O resto é ler por aí e por aqui
A patriotice de esquerda está em alta!
ResponderEliminarGrita-se peça Pátria como se houvesse exércitos na fronteira!
Menos do que as sanções - afinal é só mais dívida para reestruturar - a denuncia pública das sua políticas geringonçosas vêem-nas como ataques à soberania, que o mesmo é dizer à sobrevivência dos seus mantras!
As vezes ocorre lembrar que quem governou este pais, praticamente, desde Abril de 74 foram o PS/PSD-CDS cujos, se entregaram a´ CEE vendendo Portugal e os portugueses por trinta dinheiros.
ResponderEliminarQue não satisfeitos e para favorecer clientelas, foram empenhando o que já não tinham, correndo o risco de pagarem a divida em triplicado como acontece agora.
Erradamente, ocorre a alguma “esquerda” lembrar renegociar a divida sem que os culpados paguem pelo crime praticado ajudando-os na governação daquilo a que um vilão reacionário chamou de geringonça.
Agora ameaçam referendar “ZERO” em vez de propor o afastamento dos Migues de Vasconcelos…
A men … de o “Catraio” com respeito.
"Grita-se peça Pátria"?
ResponderEliminarSerá uma nova versão dum salmo?
O que se faz para manter o saque sobre as populações e sobre os trabalhadores?
Mantém-se na íntrega o reparo, pesem as tentativas toscas para esconder aquilo que assume uma gravidade de colaboracionista activo com os credores.
Mantém-se assim a acusação de se assumir como capataz de terceira classe dos funcionários da UE e dos homens de negócios, "lembrando" este de forma assaz curiosa que as "obrigações do resgate não se limitam ao défice".
Um outrora assumido patrioteiro e assumido colonialista deu agora nisto. Num vende-pátrias escondido
A frase "porque é a França!" clarifica, esclarece e resume toda a discussão sobre o que é realmente o euro. E é também um insulto aos restantes países.
ResponderEliminarOs tratados, nunca discutidos ou referendados, que nos amarram à submissão a esta ditadura podem ser anulados quando a Assembleia da República for maioritariamente composta por deputados que defendam realmente o interesse do povo português e o direito a decidir do seu próprio destino.
Para quê referendos?
ResponderEliminarSe não os houve para entrar porque há-de haver para sair?
Força geringonça!
JÁ para as ruas seus calaceiros!
O povo é quem mais ordena!
PEXIT JÁ!
Parecem comadres maldizentes enquanto se catam ao sol do euro!
Comadres maldizentes enquanto se calam ao sol do euro
ResponderEliminarJosé e mais quem?
Comadres maldizentes enquanto se calam ao sol do fascismo
José e mais quem?
Fica o registo do desespero de alguém, acusado de acordo com o que o próprio disse, de ser um miserável vende-pátrias
ResponderEliminarFica o registo do seu salivar, desta forma imprópria para qualquer ser humano,em prol da agenda dos coitadinhos dos credores e dos agiotas. Agora veio lembrar, qual capataz de terceira classe dos funcionários da UE e dos homens de negócios, que as "obrigações do resgate não se limitam ao défice".
Fica o registo da forma como este lida com as acusações que lhe fazem.Mais, como lida com as suas próprias afirmações. Fugindo feito cobarde, assobiando para o lado e pondo a máscara de "palhaço" (sem ofensa para estes) com que tenta esconder a trampa e a gravidade do que escreveu e disse
A ameaça de sanções a Portugal por parte dos Eurocratas de Bruxelas ao serviço da Alemanha são um acto que inegavelmente é de grande gravidade.Julgamos ser lícito estabelecer uma interrogação de se poder tratar de um acto de agressão.Não se vê qualquer justificação para a aplicação de sanções, até porque Portugal é um contribuinte líquido da UE. O que o autoritarismo dominante na UE se esquece é que conduziu com as suas políticas a Zona Euro para uma situação de recessão económica que poderá levar ao colapso do próprio Euro. A Alemanha e a França que eram considerados o motor da economia europeia tiveram um decréscimo acentuado da sua produção industrial.As políticas realizadas colocaram numa situação de grande debilidade o próprio sistema bancário e desestabilizaram toda a zona geográfica do mediterrâneo.
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