«Este é um livro de Economia Política. Assenta numa perspetiva interdisciplinar que dá valor às deliberações e aos processos fundamentais que estruturam a nossa vida coletiva, toma em conta as estruturas de poder e a envolvente institucional, sabendo que a economia funciona em contextos históricos, sociais e políticos precisos. É, além disso, um trabalho em que se lançam os fundamentos de uma "escola" de pensamento que é adequado designar-se estudos críticos da financeirização.
(...) Como deveria acontecer com todos os estudos económicos, trata de assuntos das nossas vidas, num dos momentos mais convulsos da contemporaneidade nacional, em que, no meio de debates intensos e de um aparente escrutínio coletivo, as transformações ocorrem muitas vezes nos subterrâneos do nosso quotidiano, de forma estrutural, mas também opaca. É, por isso, um trabalho destinado a revelar e dilucidar questões essenciais. E fá-lo com demonstrações abundantes.»
Excerto do prefácio que José Reis escreveu para o livro que o João Rodrigues, a Ana Cordeiro Santos e o Nuno Teles lançam mais logo, a partir das 18h00, na Livraria Almedina (Atrium Saldanha), em Lisboa. Publicado pela Actual Editora e pelo Observatório sobre Crises e Alternativas, o livro será apresentado por Manuel Carvalho da Silva e Ricardo Paes Mamede.
Há análises que nos oferecem quadros de leitura, chaves de interpretação de um país, num dado período da sua trajetória de evolução, num dado momento da sua história. «A financeirização do capitalismo em Portugal» poderá vir a constituir-se como um desses códigos de leitura, um desses quadros de interpretação da sociedade e da economia portuguesa nas últimas décadas. À luz do qual diversas dimensões da nossa vida coletiva ganham sentido e inteligibilidade: da transformação dos modos de vida à impregnação do mundo da finança, dos mecanismos de reprodução social à transformação do Estado e das políticas públicas. Como se uma nova camada se instalasse, a somar, transformar e interagir com camadas que a precedem (nomeadamente a da natureza semiperiférica da sociedade portuguesa, um outro instrumento conceptual poderoso para interpretar o país, justamente nos alvores das dinâmicas mais recentes de financeirização do nosso capitalismo).
Espero que alguém refira o facto de que a não responsabilização dos gestores (35ºCSC) e um sistema judicial miserável impede que a capitalização das empresas possa ter lugar.
ResponderEliminarComo posso comprar? Obrigado.
ResponderEliminar"Sistema judicial miserável"?
ResponderEliminarIsto vindo de alguém que insulta miseravelmente a lei máxima do país só mesmo como anedota...hipócrita.
Passará por aqui a "auto-defesa" defendida pelo mesmo sujeito para justificar a fuga dos impostos? Para os offshores? Pelos miseráveis que sugam o país e os trabalhadores?
Bem tenta aí um em cima desviar o assunto para um artigozito do Código da Sociedades Comerciais.
ResponderEliminarParece valer tudo desde que seja para não se falar no essencial. Ou no caso concreto este livro que agora vem a público
O referido artigozito é uma farsa. Uma anedota. Como se um artigozito permitisse o respeito pela lei e impedisse o roubo, a fraude, o neoliberalismo ultrajante ou a pesporrência ideológica.
Como se a Lei tivesse impedido Dias Loureiro de fazer o que fez e de se passear impune.Ou o Relvas? Ou o Portas. Ou todos os banqueiros e afins que fizeram o que fizeram e engordaram obscenamente à nossa custa.
É o "capitalismo estúpido"
O melhor no entanto nem sequer é isto. É que o tal artigozito não responsabiliza de facto os gestores como grotescamente alguém insinua
Quem quiser lê o artigo original
http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?nid=524&tabela=lei_velhas&nversao=1&so_miolo=
Mas há ainda mais:
As versões do artigo 35 nunca chegaram a ter aplicação prática. Uma fraude legislativa e argumentária
http://www.abreuadvogados.com/xms/files/02_O_Que_Fazemos/Publicacoes/Artigos_e_Publicacoes/Reviravolta_no_art.35_do_CSC_-_D_D6.pdf
Mais ainda: quem a modificou foi o próprio Cavaco Silva. Quem esteve embrulhado a parir aquela anedota e as suas sucessivas correcções foi a direita e a extrema-direita
Aquele artigozito no dizer dum insuspeito ídolo do cavaquismo:
" é um exemplo extremo, com rigores, em 1986 e em 2002, que nenhuma lei comunitária pensaria impor"
http://www.oa.pt/Conteudos/Artigos/detalhe_artigo.aspx?idsc=45650&ida=45681
Quem quiser perder o seu tempo a confirmar a desonestidade argumentativa de quem pugna pela desobediência constitucional mas que se mostra tão piegas por uma nulidade jurídica pode consultar as fontes atrás apontadas.
A dita crise do sistema financeiro de 2008 nunca teria existido se tal artigozito não tivesse sido modificado pelo Prof Cavaco. Ou seja a culpa de tudo é mesmo do sr Dr Silva
(O esforço esforçado que se faz para tentar esconder a mais-valia deste livro agora saído?)
Em princípio, o livro pode ser adquirido em qualquer livraria.
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