quinta-feira, 14 de janeiro de 2016
Tempos de grande incerteza
"Regresse a finais de 2012. Num caso de que não teria ouvido falar na altura, surgiu a acusação de que os dirigentes sindicais da circunscrição escocesa de Falkirk terão interferido na escolha do candidato do Partido Trabalhista ao Parlamento. Alguns meses mais tarde, o episódio captou a atenção do país através de uma história de assustar, exageradíssima, contada pela imprensa da direita.
Reagindo à pressão dos media, Ed Miliband, o líder trabalhista da altura, propôs e conseguiu aprovar uma reforma das relações do partido com os sindicatos. O mesmo pacote regulamentar também substituiu o sistema de colégio eleitoral que lhe tinha dado a liderança por um sistema de “um membro, um voto”. Dois anos mais tarde, na sequência da derrota eleitoral dos trabalhistas e da demissão de Miliband, este novo sistema permitiu a Corbin, um simbólico candidato da esquerda do partido que se sentava na última fila da bancada e que nem sequer tinha a expectativa de poder aparecer no boletim de voto, varrer os seus rivais já que obteve carradas de votos dos membros que aderiram nessa altura e dos que já lá se encontravam.
Em menos de três anos, a borboleta-Falkirk produziu o furacão Corbyn. Aos que, cheios de segurança, preveem que o abandono do “centro” pelo Partido Trabalhista irá deixá-los fora do poder por uma geração, eu pergunto: sem que o saibamos, que borboletas estarão agora a bater as asas?"
Minha tradução de um texto que vale a pena ler na íntegra.
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