Os ventos sopraram de feição para a economia portuguesa em 2015. Desde pelo menos 2010 que não havia um ano assim: taxas de juro em níveis historicamente baixos, uma taxa de câmbio do euro face ao dólar que não era tão reduzida desde 2003 e o preço do petróleo a cair para metade do seu valor médio no quinquénio anterior.
Não devemos desvalorizar nenhuma destas evoluções. A forte apreciação do euro face ao dólar e a subida acentuada do preço do petróleo entre 2002 e 2008 foram cruciais para a acumulação de dívida externa que conduziu à intervenção da troika em 2011. Inversamente, o movimento de sentido contrário que agora se observa nestas duas variáveis tem ajudado a reduzir o valor das importações (via fatura energética) e a aumentar as exportações nacionais, permitindo que as contas externas se mantenham positivas apesar do aumento da procura interna.
Da mesma forma, a redução das taxas de juro tem-se revelado determinante para uma economia que se encontra fortemente endividada. Tudo isto, juntamente com uma política orçamental menos restritiva em 2015, ajudou a que o ano que agora termina fosse mais favorável para a economia portuguesa do que os anteriores, reflectindo-se no crescimento do PIB e do emprego (o que ajuda a explicar que as coisas tenham corrido menos mal à coligação de direita do que se poderia prever no Verão de 2014).
Boa parte do sucesso ou insucesso do actual governo passará pela evolução combinada destas três variáveis - juros, câmbios e preço do petróleo - que não são controladas pelas autoridades nacionais. Para já, as perspectivas para 2016 são, a este nível, positivas: o BCE já anunciou que manterá a sua actual política de juros baixos até 2017; o diferencial face às taxas de juro nos EUA (que já começaram a aumentar) faz com que o valor do dólar face ao euro se mantenha em alta; e a desaceleração das economias emergentes, conjugada com a decisão dos países produtores de petróleo em manter os níveis de produção, deverão favorecer a permanência dos preços de petróleo a níveis moderados.
Muitas outras coisas poderão correr mal, mas se estas três variáveis mantiverem as tendências para já expectáveis, já é meio caminho andado.
Faz lembrar aquela de uma sardinha fazer tombar o burro com carga a mais.
ResponderEliminarFoi o que foi, diria o “velhinho” aqui na Moita, «o que e´ de mais parece mal».
Foi por obra desse fartote que o governo de PassosPortas vendeu ao desbarate empresas publicas estratégicos e deixou de rastos outras…?
Autoridade moral e judicial precisa-se! De Adelino Silva
Coeteris paribus, o investimento privado vai avaliar o quanto vale a geringonça.
ResponderEliminarFaz lembrar aquela de uma sardinha fazer tombar o burro com carga a mais.
ResponderEliminarFoi o que foi, diria o “velhinho” aqui na Moita, «o que e´ de mais parece mal».
Foi por obra desse fartote que o governo de PassosPortas vendeu ao desbarate empresas publicas estratégicos e deixou de rastos outras…?
Autoridade moral e judicial precisa-se! De Adelino Silva
Além dos três "milagres" da economia Tuga em 2015 que poderão continuar em 2016, convém não esquecer os "prejuízos" que irão resultar da quebra da economia Angolana.
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