Sim, é verdade, sondagens são apenas sondagens. Mas quem acalentava a expectativa e o desejo de que o processo de convergência e negociação à esquerda causasse um terramoto, uma reacção de repulsa e rejeição no eleitorado, bem pode tirar o cavalinho da chuva. É isso que indicam, de forma inequívoca, os resultados do estudo de opinião efectuado pela Eurosondagem entre 29 de Outubro e 3 de Novembro.
Considerando os resultados obtidos nas eleições legislativas do passado dia 4 de Outubro, a coligação PàF apenas aumenta as intenções de voto em cerca de 2% (de 39 para 41%); o PS mantém-se próximo dos 33%; e o BE e o PCP/PEV apenas reduzem, respectivamente, em 0,2 e 0,3%. De acordo com a sondagem (que tem uma margem de erro máximo da amostra na ordem dos 3%), a esquerda decresce uns irrisórios 0,4%, representando agora, no seu conjunto, os mesmos 51% das intenções de voto. A campanha da desinformação, do medo e da intimidação rendeu apenas uns míseros 2% à direita.
Fracassaram portanto, tudo assim o indica, as diversas tentativas da direita (com o despudorado apoio de uma parte muito relevante da comunicação social) para convencer a opinião pública de que se estaria, com a construção dos entendimentos à esquerda, perante um processo «ilegítimo», de «usurpação» e de verdadeiro «golpe de Estado». Tal como parece não terem colhido, junto da opinião pública, todas as tentativas de sugerir a existência de uma turbulência nos «mercados» ou o agitar infantil de todos os medos e fantasmas em torno dos perigos do ingresso da «extrema-esquerda» no campo da governabilidade, nomeadamente com a iminência da saída da zona euro, da Europa, da NATO e demais incumprimentos dos «compromissos internacionais».
A reflectir, como tudo indica, a forma como a opinião pública encara e interpreta os acontecimentos históricos que estão em curso, esta sondagem tem um destinatário muitíssimo especial: o presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.
É preciso dizer, a ser fiável a sondagem, que tudo isto aconteceu sob um fantástico tiroteio da direita em todos os órgãos da nossa pluralista comunicação social.
ResponderEliminarAh, e com um fraturante! Assis (há quem o apelide, coitado, desse modo).
A cereja no topo do bolo é a nova RTP 3, paga por todos nós, que tem feito um esforço louvável em levar o PS (o do contra) às famílias portuguesas.
Mas eu não estou satisfeito. Parece-me, francamente, tudo demasiado irreal: como podem subir nas intenções de voto, depois das mentiras da sobretaxa, depois dos programas políticos e económicos prêt-à-porter, depois da contratação abusiva de membros do governo por parte do governo, depois do zero que tem sido tudo isto.
Estou mesmo muito insatisfeito com as gentes deste país.
A opinião muda com factos mais do que com o falatório que sempre a bombardeia com entediante persistência.
ResponderEliminarEspero que a direita tenha uma só conclusão para as abordagens do governo PS: NADA DE CONCLUSIVO.
Um PS embrulhado na esquerda é o desafio histórico que é preciso fazer cumprir até ao limite.
Finalmente "há luar"!
ResponderEliminarPenso que, no que se refere à aliança PCP com a burguesia -- PS e BE ( socialdemocracia ) nunca deveria ter alcançado a densidade e o posicionamrnto que atingiu.
ResponderEliminarUm partido comunista dócil à burguesia nunca será proletário nem revolucionário e terá, como sina inexorável, que perverter a aliança política. “O segredo da vitória esta´ no povo”.
O eixo de gravitação das alianças está, portanto, na solidariedade entre os oprimidos; em suas lutas antiimperialistas, nacionalistas e democráticas, tanto quanto nas suas tentativas de domar a supremacia burguesa, conquistar o poder ou implantar o socialismo.
Há´ qualquer coisa no ar (intranquilidade) que enturpece as pessoas. E´ como se um pressagioso pensamento escureça o raciocinio politico das gentes.
Os patroes dos midias com seus escribas vao detreorando o tecido informatico nacional deixando um lastro prejudicial de obscura comunicaçao social.
A desconfiança gerada pela espera não augura coisa boa!
Esperemos pelos resultados…E´ so´ mais um pedacinh…
De o “Catraio” com respeito.
Mas o PS não é um partido "alegadamente" de esquerda?
ResponderEliminarColigação sobe 2 pontos percentuais num mês. Vamos ver o que se segue.
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