«Os quadros dos partidos normalmente são muito muito medíocres. São pessoas muito medíocres, que não têm mais nada que fazer na vida ou que acham que aquela é a forma principal de subir na vida. (...) Para um dia, se eu sentir que a minha consciência está a ser violada e eu não quero aceitar uma coisa que me querem impor, eu poder, no minuto seguinte, dizer "adeusinho mas eu não dependo disto, estou aqui por convicção". (...) O que aconteceu nos últimos três anos, a pelo menos umas centenas de milhares de famílias em Portugal, foi uma espécie de Alcácer Quibir social. As pessoas passaram e estão a passar mal (...). O que nós temos hoje é uma alta carga fiscal e uma economia empobrecida. Ou seja, é preciso mais economia com menos impostos. Eu entendo que uma carga fiscal mais moderada gera actividade económica, a actividade económica gera receita. (...) É que um trabalhador que viva por exemplo na periferia de Lisboa, ou na periferia de Setúbal, se levanta às seis da manhã, paga os seus impostos, paga a sua renda de casa, paga os seus transportes, trabalha no sector privado, tem um salário baixo (...), faz um esforço enorme para pagar a educação das suas crianças (...), chega ao fim do mês e tem pouco rendimento disponível. (...) Na questão das pensões, eu tive sempre, como linha de fronteira, em primeiro lugar a defesa daqueles que são mais pobres dentro da pobreza portuguesa, que está muito concentrada nos mais idosos.»
sábado, 5 de setembro de 2015
Memória (XI)
«Os quadros dos partidos normalmente são muito muito medíocres. São pessoas muito medíocres, que não têm mais nada que fazer na vida ou que acham que aquela é a forma principal de subir na vida. (...) Para um dia, se eu sentir que a minha consciência está a ser violada e eu não quero aceitar uma coisa que me querem impor, eu poder, no minuto seguinte, dizer "adeusinho mas eu não dependo disto, estou aqui por convicção". (...) O que aconteceu nos últimos três anos, a pelo menos umas centenas de milhares de famílias em Portugal, foi uma espécie de Alcácer Quibir social. As pessoas passaram e estão a passar mal (...). O que nós temos hoje é uma alta carga fiscal e uma economia empobrecida. Ou seja, é preciso mais economia com menos impostos. Eu entendo que uma carga fiscal mais moderada gera actividade económica, a actividade económica gera receita. (...) É que um trabalhador que viva por exemplo na periferia de Lisboa, ou na periferia de Setúbal, se levanta às seis da manhã, paga os seus impostos, paga a sua renda de casa, paga os seus transportes, trabalha no sector privado, tem um salário baixo (...), faz um esforço enorme para pagar a educação das suas crianças (...), chega ao fim do mês e tem pouco rendimento disponível. (...) Na questão das pensões, eu tive sempre, como linha de fronteira, em primeiro lugar a defesa daqueles que são mais pobres dentro da pobreza portuguesa, que está muito concentrada nos mais idosos.»
Paulo Portas é o verdadeiro David Bowie (que me perdoe o genial criador de Ziggy Stardust pela rasteira comparação) da política portuguesa: ele já foi tudo e o seu contrário e encontra sempre forma de, passados os sucessivos naufrágios, voltar à tona e elevar-se ao Olimpo do poder partilhado. De Provedor dos agricultores a porta-voz dos "espoliados do Ultramar", de Robin dos Bosques dos contribuintes a viril defensor dos ex-combatentes do "Ultramar", de "euro-céptico" a "euro-calmo" a "euro-ventríloquo" a "euro-mudo", o senhor já foi tudo e mais alguma coisa. No meio de tanta política reencarnação há uma pergunta que ainda não foi, verdadeiramente, respondida: quem é (e o que é), afinal, Paulo Portas? Não estaremos nós perante um espantoso caso de sucessiva e incontinente heteronímia política sem a ancoragem da condição "sine qua non" da existência do seu político ortónimo?
ResponderEliminarMas o que é que se pode esperar de alguém que após um 'Vipe', decide demitir-se irrevogavelmente e deixar o País à beira de uma crise política e de uma catástrofe financeira? O 'moço' é um Irresponsável Completo. Não é pois de todo de espantar que num dia diga uma coisa e no dia seguinte faça exactamente ao contrário. O que é espantoso é que ainda haja alguém disposto a dar-lhe um voto que seja...
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