terça-feira, 22 de setembro de 2015

Há uma maioria de esquerda. Ponto final

Fonte: Sondagens Marktest
Todos os pensamentos são possíveis. Pode pegar-se nos programas dos diversos partidos de esquerda em campanha, ler aquelas partes que os distingue e ver o quanto são incompatíveis (com fez David Dinis do Observador na TVI24, a noite passada, agitando o fantasma da Instabilidade).

Todos conhecemos os múltiplos e possíveis anticorpos existentes na política à esquerda. E muitas das coisas são verdades, aliás para grande gáudio da Direita em Portugal.

Mas o certo é que olhando friamente para o gráfico é que há uma maioria de portugueses que - desde Março de 2012 e independentemente dos partidos em que possam votar - não quer mais um governo de Direita e nunca aceitará um novo governo de Direita em Portugal.

E nada disso se passará, o que torna estranha ver a campanha eleitoral na estrada. Basta seguir o raciocínio seguinte:

O que está a já a discutir-se na campanha não é essas alianças. O que está a discutir-se sem o dizer é:

* Passos Coelho luta pela sua sobrevivência para que o PSD seja o partido com mais deputados no Parlamento, após as eleições. Se não o for, cairá rapidamente. Mas a sua permanência é já de pouca duração porque nenhum governo de Direita será apoiado no Parlamento. E cairá mesmo que o PSD tenha mais deputados que o PS, seja convidado pelo PR a formar governo e o tente com o CDS. Isso não vai acontecer, nunca. Passos e Portas já "morreram" politicamente. Falam e tentam ao máximo, mas já saíram do palco. Até no CDS se perfila já a sua sucessora (mesmo que seja uma "filha" de Portas...)

*António Costa luta já, internamente, contra um representante interno das intenções de criar um Bloco Central, com a "outra" Direita. E se calhar a única forma de o evitar será parecer que fará algo parecido com o que ele faria.

E neste panorama, a esquerda em geral vai ter responsabilidades na forma como traçar as suas "linhas vermelhas". É um exercício complicado, extremamente minado, e que, mal orientado, pode redundar em atirar a parte mais à esquerda do PS para os braços da sua direita. E assim sucessivamente até ao Bloco Central com a "outra" direita que suceder a Passos e Portas. Esperemos que os partidos de Esquerda entendam o muito que está em jogo.

Penso que a única forma de evitar o terreno minado e a História passada é sentarem-se com tempo a discutir o que faria um Governo conjunto de esquerda. E talvez se chegue a políticas concretas e concertadas. Acordadas. Sem fantasmas.
* Como crescer?
* Como conseguir o pleno emprego?
* Como evitar um défice externo com a subida do consumo e do investimento?
* Como salvaguardar o Estado Social?
* Como fazer uma justa repartição de rendimento?
* Como conseguir equilibrar contas orçamentais?
* Etc., etc., tudo o que possa evitar aquilo que aconteceu com o Governo de Direita...

Porque, por muitas sondagens que possam fazer ainda, por muitos jogos de campanha, o certo é que o PS vai ter mais deputados do que qualquer dos grupos parlamentares da Direita, PSD ou CDS. O presidente da República terá de chamar António Costa. O resto está nas suas mãos. E do PCP e do Bloco. Que pensem bem. 

21 comentários:

  1. Caro JRA,

    Leu o último post (http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2015/09/linhas-vermelhas.html) do seu colega de blogue João Rodrigues? (e alguns comentários)

    Deixo-lhe esta citação:
    "Mesmo em política há coisas que têm de ser feitas, linhas vermelhas que não se passam, independentemente das consequências no curto prazo. Não se desiste."

    Está lá o porquê de não existir uma maioria parlamentar de esquerda:
    - são as linhas vermelhas que cada partido, orgulhosamente, traça e de que não abdica;
    - é a falta de pragmatismo confundido com 'tibieza ideológica';
    - um partido com 10% de votação não prescinde de um programa de governo com que concorde a 100%.

    Nem o exemplo grego ensinou nada: para governar, o Syriza não hesitou em se coligar com um partido nacionalista de direita. Em Portugal, o BE e o PCP não se coligam com o PS (refiro o PS porque é, pragmaticamente, o único que pode ancorar uma coligação à esquerda)!

    Falta, à esquerda, discutir como é que uma coligação se deve 'comportar', como é que é são repartidas as cedências, como é possível defender uma 'linha vermelha' (p. ex: tratado orçamental, saída do euro, ...) e ainda assim reconhecer que essa não é a escolha da grande maioria do eleitorado por isso resta influenciar outras áreas da governação. Podiam olhar para a Coligação PSD/CDS :).

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  2. Uma esquerda que repudia a necessidade de austeridade e de reformas é uma esuqerda de treteiros.

    Dentro desta temos os falsos líricos, os revolucionários pífios e os vigários.

    Dentre estes últimos temos o PS, que tendo mantido a mentira anti-austeridade durante 4 anos, vem agora na mesma onda esconder a 'condição de recursos' nos subsídios e o comgelamento das pensões.

    Juntando tudo, pode dizer-se que são gente não-séria.

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  3. A ostensiva bipolarização da campanha eleitoral e o ambi9ente efectivo de pressões e de censura mediática - que afecta e é preciso dizê-lo com todas as letras, sobretudo a CDU, cujo crescimento, mais do que nenhum outro apavora a direita - teme m vista gerar as condições que propiciem precisamente o estabelecimento de um bloco central que, na minha modesta (mas, já agora, fundamentada previsão) será o último antes de aquilo a que agora ainda chamamos Partido Socialista, se diluír (nas famílias políticas naturais que lhe sucederão. E não, não estou apenas a falar da Grécia, estou também a falar de Espanha e França (onde ainda agora ocorreu uma silenciada cisão interna), países onde os efeitos do alinhamento sistemático do PS com o pensamento neoliberal tem levado - repito e sublinho porque é hoje um problema central da emancipação popular - apesar do muito apoio do sistema capitalista à sua continuidade como eixo fundamental das democracia demo-liberais, segundo a lógica Dupont e Dupond ou, se preferirem, do "arco da governação", inviabilizando até quando for possível, as mudanças de paradigma que, inevitavelmente, se hão-de verificar. Por isso, concordo com muito do que o autor do texto diz e julgo que o recado final é todo dirigido ao PS: não é possível estar dom Deus e com o Diabo ao mesmo tempo. De qualquer modo, os "sindicalistas" socialistas já vieram dar o mote: temos que juntar a família toda em torno do repasto e, bem vistas as coisas, eles até nem são tão maus como tudo isso.

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  4. João:
    Mais depressa Jesus ressuscita pela 2.ª vez (para quem acreditar que ressuscitou uma) do que a esquerda que temos é capaz de governar em conjunto.
    O BE não passa de um grupo de lunáticos divertidos, sem a mínima ligação à realidade.
    O PCP apenas interessa sobreviver, que é o que faz desde os inícios de 40, quando Cunhal tomou conta do partido. (Leia a História do PCP do investigador João Madeira, vale a pena).
    Só está disponível para gerir as câmaras, onde emprega os seus que lhe pagam a dízima (tal como na IURD) e onde contrata serviços de outsourcing aos seus (que lhe devolvem a respectiva dízima).
    O PS é o saco de gatos que sabemos, indo ideologicamente de uma Direita civilizada a uma Esquerda um pouco lunática (com mil nuances e grupos pelo meio).
    Uma pessoa experimentada como o senhor pensar num governa da Esquerda é muito estranho.
    Portanto, não admira que, apesar da incompetência e das mentiras do Passos, este vá ganhar as eleições.
    Veja a notícia no jornal i de hoje: a Dívida aumentou em Julho 1000 milhões de euros.
    Apesar do pagamento virtual de 5,1 mil milhões do Passos?
    Pergunto eu?

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  5. Caro JRA,

    Para complementar a metodologia que advoga para o entendimento comum, deixo-lhe uma pergunta.

    Como deve agir um partido que defende a saída do euro, a renegociação da dívida ou o não cumprimento do Tratado Orçamental (só para citar 3 'linhas vermelhas' muito comuns à esquerda) numa coligação cujo partido âncora defende o contrário (posição aliás maioritária no conjunto dos eleitores)?
    Concretizando. Qual deve ser a sua posição, por exemplo, no momento da aprovação de um Orçamento de Estado que 'obedeça' a estas 3 'linhas vermelhas'?

    Sem responder satisfatoriamente a isto não é possível qualquer entendimento à esquerda.

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  6. Manuel Torres da Silva22 de setembro de 2015 às 12:20

    Lido com interesse.
    E comungo da preocupação com o "day after", no cenário da maioria de deputados, a favor do PS.
    Mas...vale apenas como sensibilização do leitor para a profundidade do chamado voto de esquerda.
    Começando pelo título do gráfico (que passa despercebido: "valores médios das sondagens"), Ramos de Almeida fala de intenções de voto recolhidas pelas sondagens, antes de cada votação. Como bem sabemos, as sondagens são quase sempre as primeiras derrotadas da noite. Mau exemplo, portanto.
    Lido o enquadramento dado pelo texto que apoia o gráfico, Ramos de Almeida, já convicto de que o PS terá maior número de deputados que a coligação PàF, diz que "... o presidente da República terá de chamar António Costa. O resto está nas suas mãos. E do PCP e do Bloco. Que pensem bem."
    Na minha modesta opinião, está a ir depressa demais.
    A 1ª prioridade é retirar 18 deputados à coligação, que tem 132 (somados os do PSD 108 e do CDS 24). Haverá votos suficientes para retirar mais deputados do que aqueles que a CDU obteve em 2011 (16)?
    Espero bem que sim, mas a coligação acredita que não:
    - se não perder votantes directamente para a abstenção e para os votos brancos e nulos; e
    - se não houver um grande número de trânsfugas, que votem no PS ou noutro partido à esquerda, alterando o seu sentido de voto de 2011.
    A 2ª prioridade vai para a necessidade de a coligação perder mais que 18 deputados, ficando atrás dos deputados que o PS terá.
    E, na hipótese negativa, pode bem acontecer que:
    - a coligação consiga esse "score", minorando perdas;
    - a coligação reclame a nomeação do 1º ministro e depois apresente o programa do governo à aprovação da AR. O programa poderá ser rejeitado, mas só implica a demissão do governo se...a rejeição for aprovada pela maioria absoluta dos deputados (alínea d) do artigo 195º da CRP).
    Nesse caso ou na hipótese de AC alcançar a eleição de mais deputados que a coligação, veremos se AC será chamado a formar governo.
    Com este PR, tudo é possível.
    Mas Ramos de Almeida passou por cima destas prioridades de toda a esquerda, quiçá subestimou-as, e eu achei que devia chamar a atenção para as prioridades.
    Não vá a carroça (PS+esquerda) à frente dos bois (coligação PàF).
    Quando AC for chamado a formar governo, terão de ser aprofundadas as questões mencionadas por Ramos de Almeida. Cá estaremos.
    De momento, rejeito sondagens, venham de onde vierem, e sobretudo, acho que nos devemos concentrar no essencial: retirar a maioria dos deputados à coligação, que não é trabalho pequeno.

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  7. Cautela com isso, a Direita não precisa de 50% para ter a Maioria Absoluta dos Mandatos na AR. Lembra-se de 2002? Ganharam as eleições com menos votos que a Esquerda (e a divisão da Esquerda na época era menor e PSD e CDS não concorriam coligados). O método de Hondt aplicado a círculos distritais não e completamente proporcional...

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  8. Podíamos ter mais um governo de direita se as esquerdas deixassem, e se o PS, principalmente, porque tem mais votos dentro das esquerdas, deixasse.

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  9. Sr.josé,

    dê os meus cumprimentos ao Duarte Lima, esse monstro do altruísmo!E parabéns, pela dívida privada(75%)+ a pública terem aumentado durante a boa gestão do primo do Louçã, Mopedas e, outras merdas ao serviço do Casino Mega Financeiro Especulativo Mundial ou seja, o 'governo' de Ocupação dos Banksters....

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  10. Caro JRA,

    Somar CDU com BE e PS é como somar batatas, cebolas e cenouras: não basta dizer que são de esquerda para os poder somar. Imagine que dividia os partidos segundo os que são a favor da saída do euro e contra; a favor do cumprimento do Tratado Orçamental (mesmo com interpretações "inteligentes") e contra. Se somar os votos (segundo as sondagens) dos partidos com posições comuns (com afinidades programáticas nas 'linhas vermelhas', portanto) e com uma postura 'pragmática' (dispostos a algum grau de compromisso para poderem exercer o poder e assim influenciar as decisões) chegava a outras conclusões, provavelmente não do seu agrado.

    Quanto às razões da impossibilidade de coligações à esquerda. Há quem aponte o dedo a questiúnculas históricas e a questões pessoais. Mas eu estou agora (depois das eleições gregas) que actualmente a responsabilidade principal é de intelectuais como João Rodrigues, seu colega de blogue, que estão constantemente a relembrar que há "linhas vermelhas que não se passam", reforçando a ideia que não há qualquer lugar para o compromisso e para o pragmatismo. Se defender assim ideias/ideologias políticas é importante no plano intelectual, é um desastre no plano partidário. Tsipras percebeu isso mas João Rodrigues ainda não.

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  11. Meu caro Manuel Silva, registo e agradeço a sua sugestão para que proceda à leitura da história do PCP do referido João Madeira. De qualquer modo e indo para além disso, talvez fosse oportuno descermos à realidade e libertarmo-nos do quadro puramente especulativo em que chegamos a conclusões sem se perceber quais são as premissas. Deste modo, talvez seja conveniente tomarmos em conta as propostas concretas, as condições objectivas e subjectivas de uma determinada sociedade (não sei se já se apercebeu, mas uma máquina de produção ideológica que funciona 365 dias por anos e 24 horas por dias - escritos de Gil Lipovetisky como "A Era do Vazio" ou "Capitalismo Estético tratam do assunto com rigor) e só depois disso é que deveríamos extraír conclusões quanto ao posicionamento de cada formação política, quando ao quadro de dificuldades concretas com que está confrontada, etc, etc, etc.. O inverso disto, é um exercício de puro vazio. Quanto ao problema do poder - é disso e sempre disso que se trata - são quase nulos os exemplos históricos em que as mudanças de regime se operam por via eleitoral (costuma indicar-se a subida de Hitler ao Bundestag com vit6ória em duas eleições parlamentares, mas na verdade o regime, ou melhor dizendo, o sistema, não se alterou na sua substância mas apenas na sua forma: o capitalismo vigente manteve-se não na versão demo-liberal, mas na versão nazi-fascista. As eleições são por isso passos intermédios de uma luta mais vasta, mais ampla e mais complexa, que é a luta de classes. Se são importantes? São extremamente importantes, sem dúvida alguma, mas não são o continente apaziguador dessa luta Quanto a esse assunto de dízimos e etc, como compreenderá, é um resvalar para conversa de tasca que não me interesse minimamente e que não consigo misturar com a reflexão intelectual de pensadores do quilate de um tal João Madeira que cita e em que se inspira, who ever he is...

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  12. “Porque, por muitas sondagens que possam fazer ainda, por muitos jogos de campanha, o certo é que o PS vai ter mais deputados do que qualquer dos grupos parlamentares da Direita, PSD ou CDS.”
    Eu não teria tanta certeza assim…parece que teimamos nos Ses.
    Se isto. Se aquilo… parece que as eleições são como drogas paralisantes, não tugem nem mugem…
    Será que vacinaram todo o povo eleitor? Duvido!
    Mas mesmos vacinados a coisa não da´…e das duas uma, ou a droga já e´ falsificada (e´ bem possível) não sortindo efeito, ou tem efeitos contrários -- aumenta a abstenção.
    Essa coisa de Esquerda já se tornou vulgar.
    Para disfarçar, dizem votar na esquerda…
    Esquerda essa que vai do PPD/psd ate´ ao PCP. Tornando-se confuso para gente como eu.
    Não sei se votar no PS e´ votar a´ esquerda e o mesmo acontece com o PSD. De Adelino Silva

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  13. José Luis Moreira dos Santos22 de setembro de 2015 às 15:14

    Era uma vez um sapo, um sapo que se achava possuidor de quase todas as virtudes.Certo dia, pensou fazer a corte a uma rã. Esta, admirada, perguntou ao sapo: que pretendes com essa corte desajeitada que me fazes? Agastado com a franqueza da rã, que considerou pouco ajustada à sua figura de grande cultivador de boas maneiras, mesmo sem se interrogar alguma vez sobre elas, o sapo respondeu: quero dar-te uma oportunidade! E quem te pediu tal coisa? Interrogou a rã. Quem para si mesmo a desejava, respondeu o sapo altivo e presunçoso. Pois bem, retorquiu a rã, não me sentiria confortável junto de quem me vê como a si mesmo, já que feitos um, morreríamos cedo, mas se vista como eu e tu como tu, cambiantes eternas de ajustamento, nunca fusão de coisa nenhuma.
    José Luís Moreira dos Santos

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  14. Não é verdade que a direita em 2002 tenha ganho com menos votos que a esquerda.
    48,9 % da direita contra 47,56 da esquerda.

    É verdade que se podem formar maiorias absolutas a partir de cerca de 45 % dos votos. O PS em 2005 ganhou com 45,05 %.

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  15. Caro João:
    A conversa de tasca, por vezes (como penso ser o caso que cito), tem tanto ou mais valor do que as altas cogitações filosóficas, pois está ligada à realidade.
    Não é uma mera abstracção teórica.
    E diz-nos muito sobre certas práticas, bem reveladoras das essências.
    Leia o João Madeira, vale a pena.
    Ajuda a perceber, através de um quadro de pensamento sofisticado (e devidamente fundamentado) a diferença (e a sua razão essencial) entre o que se diz e o que se faz.
    Voltando aos horizontes da tasca, eu vivo há mais de 30 anos num município de maioria absoluta do PCP desde 1976, por isso sei, apesar dos limites intelectuais desse horizonte mental, distinguir a propaganda das obras, o que se diz do que se faz.


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  16. A Maioria de Esquerda sempre existiu em Portugal, mas nunca se conseguiu unir num projecto comum que faça a ponte nos pontos conjuntos e defenda Políticas Sociais mais ou menos avançadas.
    É isso que é preciso e urgente conseguir realizar, a ponte entre toda a esquerda Nacional.

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  17. Meu caro Manuel Silva:
    Não querendo contestar as suas razões quanto ao que se faz e diz no Município em que vive (tanto mais que desconheço qual seja) e não pretendendo, por outro lado, monopolizar o espaço de comentários com a nossa conversa privada, sempre lhe digo, tomando as suas palavras, o seguinte: vivo há mais de 30 anos num país de maioria absoluta PS/PSD/CDS desde 1976. Por isso sei, apesar dos limites e barreiras intelectuais que todos os dias é preciso remover em razão da bateria ideológica ao serviço do regime, distinguir bem a propaganda das obras, o que se diz do que se faz. Isto já para não regressar aos dízimos que, na escala do sector financeiro e dos casos de corrupção - que atravessam precisamente esse trio - e mesmo considerando só a parte que vem a apúblico (miníma, seguramente) são representados por exepressões numéricas cujos zeros não cabem numa vulgar folha de A4. Fico por isso sempre perplexo pelo facto de as mesmas premissas conduzirem a diferentes conclusões. Mas admito, como sempre, que o defeito é capaz de ser meu.

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  18. Caro João,

    Como é que está num partido (PTP?AGIR) cuja grande diferença para o LIVRE não é a ideologia, mas disponibilidade para se coligar ou não com o PS, e depois vem com estes textos da união da esquerda…

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  19. Realmente desde 1975 a sofrer ataques a democracia, digamos que os da esquerda já deviam ter visto, que estes slogans só levam as franjas; os grosso dos eleitores olham com desdem para tanto lugar comum.

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  20. É pá, isso lá do Livre é que não é mesmo nada a minha praia, meu caro Justiceiro. Livre sim senhor, mas de uma liberdade que tenha forma e substância e cujo perímetro seja um pouco mais largo que o da roda do nosso umbigo. Não senhor. Livre/Tempo de Avançar? Há-de ser outro João e não este.

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  21. * Como reestruturar a dívida?
    * Como obviar o tratado orçamental?

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