Em Abril de 2013, o governo de Passos Coelho apresentou a sua estratégia para o crescimento, emprego e fomento industrial 2013-2020 (aqui e aqui).
Foi a única forma de o Governo poder ter duas caras: fomentar o crescimento enquanto respeitava as regras da austeridade. Era a nova versão da quadratura do círculo, depois da famigerada TSU ter sido chumbada pela 2ª vez.
Hoje, dois anos passados sobre esse documento, torna-se visível o falhanço. E um duplo falhanço, já que as melhorias visíveis em 2015, são o fruto de um modelo que nunca Passos Coelho, Álvaro Santos Pereira ou Vítor Gaspar defenderam.
Provas? Veja-se os objectivos e os resultados. E não se está a falar de um Memorando "mal desenhado". Pelo contrário, tudo se passa já após a 7ª avaliação, em que ficou claro o falhanço do Memorando inicial.
A ideia era então o Consumo Privado crescer menos de 1% ao ano até 2016. O Consumo Público deveria nunca crescer e ir sempre de quebra em quebra – de menos 4,7% em 2012 até -2% em 2017. O investimento, esse, deveria subir logo 1,2% em 2013 e nunca pararia sua ascenção. Quando ao comércio externo, as exportações registariam uma subida anual ao redor dos 5%, enquanto as importações estariam contidas entre 2,5% em 2014 e 3,7% em 2015.
Realidade: mesmo no cenário previsto pelo Governo (OE 2015), o Consumo Privado já cresce 2% em 2015, ou seja, o dobro do previsto. O Consumo Público não consegue descer mais do que 0,6% em 2014 e 0,5% em 2015 – ou seja, uma austeridade bastante atenuada. O investimento está a crescer metade do previsto. Nas trocas comerciais externas, as exportações andam nos 4% (abaixo do previsto), mas são as importações que passaram a estar acima das exportações!!
Havia então aquela promessa estapafúrdia de aumentar o peso das exportações no PIB para 45% em 2015 e 52% em 2020. Pois, em 2015 ficou-se pelos 39,9%...
Na verdade, a procura doméstica ficou acima do previsto, a contribuição líquida das exportações abaixo. A taxa de desemprego ("oficial") desceu mais rapidamente, mas – paradoxo... – a taxa de crescimento do emprego está abaixo do previsto. E isto seguindo os indicadores escolhidos pelo Governo. Em 2013, essa taxa deveria ter sido 66% da população entre 15 e 64 anos, mas ficou em 54,7%. E se não fosse a “maldita” subida da procura interna nos últimos dois anos e não se teria recuperado tanto: em 2015, está-se pelos 66%, ou seja, a 3 pontos percentuais da meta. E isto contando, claro, com a elevada participação de empregos subsidiados...
O governo gostaria em 2013 que Portugal estivesse, em 2015, no Top 10 europeu do país ideal para fazer negócios. Mas ainda vai em 13º lugar.
E, se não foi pior ainda, isso deveu-se à inversão da política económica seguida pelo governo Passos Coelho, no final de mandato.
Bem hajam as eleições...
Uma nota:
ResponderEliminarApesar da campanha da esquerda a dizer que estamos mal e que esta política nos arruina. blá, blá...o pessoal aumenta o consumo.
Insucesso do governo com acréscimo de confiança?
A MENTIRA DE PASSOS TEVE PERNA CURTA
ResponderEliminarJose, vai aprender economia, pá!
ResponderEliminarNightwish:
ResponderEliminarPorque não vai o senhor aprender algo sobre o papel deste controleiro do Passos Coelho no Ladrões?
Ainda não percebeu qual o papel da aventesma.
Aqui todos os dias, a viver à conta do Orçamento do Estado, para fazer o trabalhinho ao patrão.
Para que é que um lambe-botas, ainda por cima provocador, precisa de aprender economia.
Precisa apenas de imitar o chefe.
Veja aqui o modelo que o figurão segue:
https://oeconomistaport.wordpress.com/page/2/
(Procurar o post «Humor Financeiro», de dia 6 de Junho)
"O governo gostaria em 2013 que Portugal estivesse, em 2015, no Top 10 europeu do país ideal para fazer negócios. Mas ainda vai em 13º lugar."
ResponderEliminar13º lugar? Do mundo? Só? Que desgraça. Falhanço completo.
Caro José,
ResponderEliminarNão entendeu o que a estratégia governamental pretendia: viver do mundo e poder conciliar isso com uma contenção da procura interna, imposta por uma austeridade. Na verdade, a austeridade atenuou-se, a procura externa não está a puxar a economia e à medida que a procura interna regressa, as importações sobem... Ou seja, o regresso à situação de 2011!
Está a ver o falhanço? E ainda dizem que é um sucesso... É uma efectiva conversão religiosa à realidade :-)
Caro anónimo,
O Top era europeu. No ranking mundial está nos 30, salvo erro... e nada mudou muito nisso desde 2011...
2010: 33º
2011: 31º
2013: 30º
2015 (depois da inversão de política económica): 25!
Está a ver onde está a política econºimica de sucesso? :-)
"2015 (depois da inversão de política económica): 25!"
ResponderEliminarExistem cerca de 200 países e Portugal, depois da inversão de política económica (que conveniente!), está em 25º lugar no ranking "da facilidade" para fazer negócios. Em 2011 estava em 31º. Péssimo. Tudo o que for abaixo de 1º é um descalabro.
Caro João Ramos de Almeida
ResponderEliminarUma estratégia não é errada só porque não alcança os resultados a que se propõe.
No caso posso referir dois factores:
1 - segundo os opositores ao governo, a procura interna cresceu por obra e graça do TC, não por erro de política do governo.
2 - o investimento expectável era essencialmente estimulado por duas vias:
2.1 - incentivos do Estado: O TC mandou colocar recursos noutros destinos
2.2 - investimento estrangeiro: a oposição esforça-se por criar a instabilidade bastante para garantir um futuro incerto e grita a todo o tempo que estão a vender o país ao estrangeiro!
Os investidores estrangeiros não investem em países cuja taxa de câmbio não é competitiva.
ResponderEliminarPortanto, a estratégia do PSD falhou.
Sair do Euro é a solução para atrair investimento.
Caro José,
ResponderEliminarTem razão. Mas o que me parece errado é assumir com sua uma estratégia que é, em tudo, contrário ao que defendia e nem pudor tem de dizer: "Enganámo-nos, esta dá melhores resultados".
É possível que o TC tenha tido influencia nestes resultados, mas - mais uma vez - o que parece errado é dizer mal do TC - por inviabilizar uma estratégia - e depois benericiar politicamente com os resultados das decisões do TC.
Esta atitude tem vários nomes. Com certeza chegará a eles sem que eu tenha a indelicadez de os nomear...
Anónimo das 10 e 14:
ResponderEliminarUm pouco mais de literacia calhava-lhe bem. Não só para compreender o que os outres escrevem,mas para perceber o que você próprio diz.
Um falhanço completo nesse jeito matreiro de.
De
Ah!
ResponderEliminarDe novo o choradinho contra as oposições e contra o TC.
Passos saberá que alguém não lhe segue os preceitos e os feitos? Ainda por cima do seu círculo de fiéis?
Investimento estrangeiro: os resultados estão aí.Entretanto quem fala contra a venda ao desbarato do país nadava de missa em missa a rezar pelas colónias em África e a bater no peito a gritar que era patrioteiro.
Era-o da facto mas o capital era a sua pátria. E se antes defensor do capitalismo monopolista de estado agora arvora-se em defensor cioso, fundamentalista e extremista do capitalismo monopolista à escala continental.
Ah...sabe-se o ódio patibular que "jose" tem à Constiutuição da República portuguesa. Perante a questão (levantada num blog de direita-extrema) a respeito dos " sucessivos problemas de constitucionalidade das iniciativas do governo" este "jose" que se assinava antes como "JgMenos" escrevia esta pequena frase sumamente reveladora:
"A regra de que «quem pode o mais pode o menos” parece ser inconstitucional: pois bem, terá de ser à bruta!"
Que cada um tire as conclusões sobre os verdadeiros objectivos deste tipo. E da forma como planeia cumpri-los
De
Caro João RM
ResponderEliminarComo pode avaliar, a resultante obtem-se por acção de dois efeitos contraditórios.
É legítimo pressupor que se fora contrariado o primeiro efeito isso possibilitaria potenciar o segundo, o que seria um bem mais substancial benefício.
Assim não tendo sido, satisfaz-me o bastante ver o governo deixar para a oposição o cavalgar os benefícios do incremento do consumo como factor de criação de riqueza, arma que é a primeira dos demagogos e dos inúteis.
A arma primeira dos demagogos e inuteis
ResponderEliminarQual será?
A satisfação de ver a governança deixar para a oposição o cavalgar?
Ou os benefícios do consumo como factor de criação de riqueza?
Mas a criação de riqueza nao depende dos "contactos" a efectuar pelos saqueadores de serviço? Tese aqui defendida pelo jose na resultanto dos seus interesses como os do antónio borges? Que merecia ser isentado dos impostos porque os seus contactos justificavam tudo e mais alguma coisa, incluindo os proventos chorudos já que não eram mais do que o seu justo retorno?
Temos assim que a criação de riqueza pode ser deixada para o governo cavalgar à desfilada porque há que promover tais comportamentos. Mas infelizmnete há mais. É que a tal arma primeira dos demagogos e dos inúteis ( esta tendência para o melodramático que alterna comn o choradinho faz lembrar alguém) corresponde a um subterfúgio . A saber: que a governança odeia o TC mas que se apropria dos resultados das decisões do TC.
E a não resposta cabe perfeiramente na "satisfação " do jose. Pudera...não era ele que só tinha olhinhos para a constituição de 1933 e que até o satisfazia tanto que não hesitou em defender a saudação típica de mão levantada de salazar?
De
V.P.C.
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