terça-feira, 14 de julho de 2015
Leituras
«A humilhação a que o governo grego foi sujeito durante a interminável reunião do Conselho Europeu vai ficar na história como o dia em que se perderam todas as esperanças na bondade do projecto europeu. A Alemanha torturou um governo eleito, obrigando-o a capitular nas mais humilhantes condições para mostrar quem manda e quem obedece. (...) O que todo o processo nos ensina também é que não vale a pena prometer lutar contra a austeridade sem um plano B. Foi esse o pecado mortal do Syriza: não ter reconhecido à partida que um projecto antiausteridade não se faz dentro do euro. O Syriza foi eleito para permanecer no euro e acabar com a austeridade, dois programas incompatíveis, como agora ficou clarinho. Não vale a pena nenhum partido candidatar-se a dizer que não aceita a austeridade, como fizeram tantos socialistas, a começar por François Hollande, com resultados nulos. O momento da clarificação chegou.»
Ana Sá Lopes, Deustschland über alles. Toda a Europa está ocupada
«O que a Alemanha fez, sob a direcção de Schäuble, a aquiescência de Merkel, a cumplicidade gananciosa de meia dúzia de países e a assistência de uns quantos servos solícitos como Passos Coelho e a hesitação de uns políticos medrosos, como Hollande e Renzi, foi a ocupação da Grécia e a substituição do que restava de democracia por uma ditadura financeira. Não foi uma ocupação militar, mas foi uma ocupação, que roubou a Grécia da réstia de soberania que lhe sobrava. (...) A austeridade não é um remédio amargo que a Grécia não quer tomar. É uma invasão de um país por meios não militares, uma usurpação da democracia, uma substituição de governos democráticos e uma forma de eternizar a submissão política dos países. A austeridade é o novo colonialismo. E a União Europeia tornou-se a sua ponta de lança.»
José Vítor Malheiros, O fim-de-semana em que a Europa morreu
«O acordo que ontem foi imposto, sob ameaça de expulsão, traz de volta a austeridade e sequestra activos fundamentais do Estado grego. Curiosamente, nessas condições, traz também a discussão da reestruturação da dívida grega, que Schäuble tinha garantido ser contra os Tratados. (...) A esta Europa, acima de tudo, interessa a destruição da soberania nacional. Hoje foi um mau dia para a Europa e para a democracia europeia. Mas deixemo-nos de confortos. Não tivesse sido esta luta tão isolada e talvez o resultado fosse diferente. Hoje, não apenas nós, toda a gente conhece as fronteiras da chantagem. Nessa cartografia o espaço da política depende de nós mais do que nunca. Os poderosos e os seus colaboradores não querem democracia. Temos a obrigação de fazer muito mais. Sabemos hoje, como sabíamos ontem e ignorámos, que a derrota do capitalismo global precisa de mais do que um governo e um primeiro-ministro.»
Marisa Matias, E agora, Grécia? E agora, nós?
Este fim de semana ficou demonstrado que o chamado projecto de integração europeia é um autentico absurdo. A Zona Euro é um instrumento de conolialismo sendo a potência colonizadora a Alemanha juntamente com alguns satélites. Tendo Portugal um Governo alinhado com a Alemanha podemos afirmar que infelizmente fazemos parte dos países colonizados , o que foi demonstrado pelas recentes declarações do ex-Ministro das finanças Grego demissionário.A Zona Euro constitui um conjunto de países com estruturas autocráticas que poderá caminhar a passos largos para um sistema autoritário , se é que não estamos já nele.Pdemos aprsentar como exemplo a existência do chamado Eurogrupo que não tem existência legal, pois não existe nos tratados.
ResponderEliminarPor outro lado há a registar o desaparecimento da Internacional Socialista que pura e simplesmente já não existe, é apenas uma figura de retórica, e uma grande parte dos seus partidos filiados são hoje partidos do centro direita, ou mesmo de direita. O abandono do Keynesianismo é um indicador fiável que isso está acontecer.
Portugal com a constituição de 1933 – Salazar – Estado Novo – Corporativismo - passou a ser um estado vassalo das hostes Fascistas Europeias com a Alemanha Hitleriana no Centro.
ResponderEliminarCom a contrarrevolução em Novembro de 75 verificar-se-ia que O Imperio Europeu/NATO/USA, nunca deixaria que um governo marxista fosse poder numa das suas parcelas.
Agora, 2015. Verifica-se que somente uma luta organizada globalmente poderá acabar com o mal.
Não me venham com lagrima ao canto do olho, dizer, que «o voto e´ a arma do povo». Chega de parvoíce!
Por Adelino Silva
Razão tinha-a o falecido Gunter Grass, quando afirmava que a Alemanha só anda na linha quando tem um pé no pescoço. Um destes dias, vamos finalmente perceber que a raíz do monstro que nos desgraçou a todos nesta Europa defunta foi a tão aplaudida reunificação alemã. E o sinal precoce da futura deriva imperial alemã não demorou a aparecer, embora poucos dele tivessem tomado nota: a empresa imediata à reunificação foi o apoio incondicional (em financiamento, em assistência "técnica", em armamento) ao seu querido aliado balcânico de sempre: os ustacha da Croácia e o seu querido lider revisionista, o fantástico Franjo Tudjman. Os velhos hábitos raramente se perdem... Finalmente, e após 70 anos, a Alemanha obteve a sua saborosa vingança, a qual nos vai tragicamente cara: a capitulação incondicional da Grécia. Nem faltou a piadinha(?!!!) racista para compor o ramalhete da estúpida cegueira revanchista alemã: o dr. Strangelove de serviço nem se privou da sua inteligente comparação entre Porto Rico e a Grécia, um símile do qual saiu achincalhada não a Grécia, como inteligentemente notaram os nossos perspicazes "media", mas, pelo contrário, achincalhados saíram os EUA, esse país estranho onde as raças inferiores não sabem pôr-se no seu devido lugar. A "Herr" Schauble só lhe faltava apontar o salutar exemplo de um certo Passos Coelho que, esse sim, é um indígena bem amestrado.
ResponderEliminarA mim o que me parece é que anda(ou) muita gente a dormir na formatura! Não houvesse o preconceito em relação ao PCP e há muito que já teriam chegado à conclusão que dentro do euro só pode haver austeridade (por muitos e bons anos).
ResponderEliminarO momento da clarificação chegou? Santa paciência!
No meio de todo este debate, e com a questão da saída do euro na ordem do dia, que tal lerem o programa da única força política que desde sempre alertou (e acertou!) nas consequências desastrosas desta integração europeia, quando ainda quase toda a gente andava embevecida, e sabe-se lá a votar em quem, e a dizer que o PCP só sabia ser do contra!
E já agora, se não for pedir muito em questões de clarificação, para quando chegarem à conclusão que o problema maior (o que está na base) chama-se capitalismo!
Em abono da Ana Sá Lopes, seja dito que, à sua maneira, reconhece que o PCP se distinguiu da generalizada aceitação acrítica, iludida ou conformada, com a moeda única:
ResponderEliminarhttp://ionline.pt/401421?source=social
Correcção ao comentário das 19.25: "...a qual nos vai sair tragicamente cara".
ResponderEliminarO Euro e a sua zona não têm qualquer viabilidade.Trata-se de uma aventura irresponsável que apenas benefecia a Alemanha e alguns dos seus Satélites. Se olharmos a história verificamos que se trata de um caso singular, pois nunca chegou a ser implantado nos países do ex- bloco Leste Europeu apesar destes terem uma economia planificada o que simplificaria bastante.
ResponderEliminarO Euro é um instrumento de domínio de implantação de um neo-colonialismo em que a grande potência colonizadora é a Alemanha, País que tem demonstrado ao longo da história uma grande vocação para isso.
Ouvi hoje o engenheiro Cravinho honestamente concluir que o senhor Hollande teve, nesta vergonha toda, o magno contributo de impedir que enterrassem o cadáver da Grécia. E fez bem. Há que guardá-lo no armário: não tarda nada, o bom do líder da clarividente "esquerda moderada" francesa terá uma bela colecção de defuntos estados europeus para juntar ao helénico cadáver. Quem sabe se, num futuro muito próximo, ao dedicado coleccionista e ao seu país acontecerá aquela metamorfose de transformar-se o amador na coisa amada.
ResponderEliminarFicou claro que o plano B é não só austeridade mas miséria...a bondade da Europa é manter a austeridade sem fazer cair na miséria os povos que fizeram da adesão à Europa um regabofe.
ResponderEliminarChamem-lhe colonialismo, chamem-lhe assobio ...mas o meu dinheiro não tem que ir parar aos bolsos de um Estado falhado e de um povo que vê no EsTado o predador que lhe há-de resolver a vidinha.
ResponderEliminarNunca a democracia foi usda tão descaradamente como a institucionalização do saque do dinheiro dos outros.
ResponderEliminarSejamos democratas...dá cá o teu!!!
Espero bem que o sequestro de activos possa ser bastante para não deixar às mãos do desgoverno grego o dinheiro de quem trabalha e prospera.
Os palermas que enchem a boca com a democracia e o poder do povo logo isentam esse povo de usarem esse poder para povoar os governos de oportunistas, demagogos e ladrões, que são os preferidos por nunca se esquecerem de distribuir uma quota parte aos eleitores.
ResponderEliminarE logo a seguir, os cretinos, proclamam o povo inocente e tão só merecedores de benesses e isentados de pagar dívidas.
Os vigaristas só têm um único critério, mamar é preciso e quem vier atrás que feche a porta.
"[...]um povo que vê no Estado o predador(sic) que lhe há-de resolver a vidinha"? Andam esses seus conhecimentos de Zoologia pelas ruas da amargura, tropeçou a pressa do seu voluntarismo reaccionário nas dificuldades da lógica (coisa costumeira em si, diga-se de passagem...) ou fugiu-lhe a boca para a paradoxal verdade, e estava a referir-se à sua ingénua e muito messiânica fé neste luso Estado sequestrado pelo seu querido Passos Coelho e respectiva pandilha vende-pátrias?
ResponderEliminarO amigo "José" tem uma obsessiva fixação pelo verbo "mamar". Se não me falha a memória, acho que o tio Freud escreveu alguma coisita sobre tais fixações... Caso queira resolver essa dependência, caro "José", há que compulsar, o quanto antes, os sólidos canhenhos do sábio Sigmund. Já quanto ao uso e abuso de "mamões", a coisa é mais clara e tem explicação menos rebuscada: trata-se, certamente, de uma muito agradecida e perpétua homenagem aos predicados superiores da "Deolinda"."José", seu maroto!
ResponderEliminarHá frases que são assassinas.
ResponderEliminarVeja-se este exemplo: "os palermas que enchem a boca com a democracia e o poder do povo"
Nesta simples frase tão evidentes as saudades pelo tempo da outra senhora e pelo poder das botas cardadas do botas e dos fascismos que pulularam por esse mundo fora ...e que teimam em voltar
Não quer aquele que seja distribuída nenhuma quota parte a quem quer que seja. A concentração da riqueza é o que almeja e foi chocante vê-lo assumir de contente e de soberba que 85 pessoas tivessem tanto com a metade mais pobre do planeta
"O povo não pode estar inocente" é a versão moderna dos antigos refrões: "os judeus não podem estar inocentes", ou "os comunas não podem estar inocentes" ou " os indigentes não podem estar inocentes" ou ...
Porque o fecho das portas sempre foi um sonho húmido dos torcionários de todos os matizes. Fecho de portas definitivo, que foi utilizado nos campos de concentração nazis e que alguns saudosistas teimam em manter vivo. Com flamengos de má memória é sem quaisquer escrúpulos
De
De
Uma última nota para sublinhar uma coisa.
ResponderEliminarNão é só a fixação no verbo "mamar" e nos "mamões"
É o repetir monocórdico, como uma cantilena, como um verso medíocre, como um slogan estufado, como um disco riscado, o mesmo tema e a mesma boçalidade: o saque, o dinheiro dos outros, o saque, as dívidas, o dinheiro dos outros, o saque, a mama e os mamões e o saque e as dívidas e o meu dinheiro e o nosso dinheiro e o regabofe e a mama e os mamões e o saque e o nosso dinheiro ....
"José ou JgMenos" não sai daqui. E não sai porque utiliza uma velha manha manhosa de autêntico profissional da propaganda ideológica e da manipulação. Dá voz aos instintos básicos que crê sirvam para fazerem cair nas mãos dos troikistas o povo que se pretende acobardado e assim manipulado.
Veja-se lá se não cumpre assim um dos postulado de Goebbels:
"Por regla general, la propaganda opera siempre a partir de un sustrato preexistente, ya sea una mitología nacional o un complejo de odios y prejuicios tradicionales. Se trata de difundir argumentos que puedan arraigar en actitudes primitivas. "
E repeti-los até à exaustão
De