«Jornalista: Não se trata de uma contradição, quando o senhor incentivou tantos jovens a irem precisamente procurar emprego no estrangeiro?
Passos Coelho: Há uns quantos mitos urbanos, não há? Um deles é o de que eu incentivei os jovens a emigrar. Eu desafio qualquer um a recordar alguma intervenção ou escrito que eu tenha tido nesse sentido.» (Junho de 2015).
«Jornalista: Por exemplo, os professores excedentários que temos, e temos muitos, o senhor primeiro-ministro aconselhá-los-ia a abandonarem a sua zona de conforto e procurarem emprego noutros sítios?
Passos Coelho: Angola - mas não só Angola, também o Brasil - tem uma grande necessidade, ao nível do ensino básico e do ensino secundário, de mão-de-obra qualificada, e de professores. Nós sabemos que há muitos professores em Portugal que não têm nesta altura ocupação. E o próprio sistema privado não consegue ter oferta para todos. Nós estamos com uma demografia decrescente, como todos sabem, e portanto nos próximos anos haverá muita gente em Portugal que, das duas uma: ou consegue, nessa área, fazer formação e estar disponível para outras áreas; ou querendo-se manter sobretudo como professores podem olhar para todo o mercado de língua portuguesa e encontrar aí uma alternativa. Isso é perfeitamente possível.» (Dezembro de 2011).
A transcrição das perguntas e respostas não dispensa a visualização dos excertos das entrevistas, que a Shyznogud em boa hora compilou. De resto, duas notas adicionais (relativas à entrevista de 2011):
a) A facilidade com que o jornalista papagueia, sem pestanejar, a ideia de que temos «professores excedentários, e temos muitos»;
b) A invocação, pelo primeiro-ministro, do fantasma demográfico, da tal «demografia decrescente», para justificar o despedimento massivo de professores que a maioria de direita levou a cabo nos últimos anos.
Para que a realidade dos factos prevaleça, e a propaganda não leve a melhor, vale a pena recuperar umas contas que aqui fizemos: entre os anos lectivos de 2010/11 e 2012/13, a diminuição, em cerca de -14 mil, do número de alunos matriculados (crianças e jovens), foi inferior à redução verificada no número de professores, a rondar os -23 mil. Ou seja, no período em apreço (que não reflecte ainda os dados mais recentes), o sistema perdeu mais docentes que alunos. Como ilustração do «factor demográfico» e do «excesso de professores» em Portugal, estamos pois conversados.
Mudem ou emigrem.
ResponderEliminarIsto é sem dúvida um forte estímulo à emigração num país onde não mudar tem forte suporte constitucional.
O ridículo do tema é o ridículo das conquistas, direitos e garantias de ser tudo como dantes, importando nada saber se esse dantes foi dívida, demagogia ou simples estupidez.
Para que a propaganda não leve a melhor eu pergunto-me se os 23 mil são precisos; porque tambem fui informado que o meu neto tinha dois prof para um turma de quatorze e baixa de alunos; porque as regras generosas de nomear delegados a tempo inteiro tinham mudado e o antieconómico( e pedagica) de manter escola com dez alunos tinha sido alterado pelo ministro nessa nova faceta de ser mais que um negociador sindical; melhor dizendo o ministro eleitoral dos 400 mil votos da educação.
ResponderEliminarO comentário foi mais dirigido aos professores.. E a ver bem, ninguém emigra porque o pm diz... No entanto há coisas que um pm não pode dizer e este foi dos momentos mais infelizes...
ResponderEliminarMemória?!
ResponderEliminarSe ele tivesse vergonha, nem abria a boca.
Este indivíduo, é um exemplar perfeito de
um A L D R A B Ã O !
Não percebo como existem tantos crentes.
Boas.
ResponderEliminarNão esquecer que nessa altura os canais TV passavam com alguma regularidade "tempos de antena" onde indicavam linhas de apoio e incentivo aos jovens á emigração apresentado pelo Jorge Gabriel. Penso até que esta situação saiu "do ar" devido a vários protestos e quadrantes da opinião publica tal era o desprendimento e falta de decoro que "a coisa" dava ( e aqui incluo o apresentador que a partir dai deixei de considerar).
cpts
Tenho uma sugestão a fazer aqui: Que o Pedro Passos Coelho seja convidado a emigrar e em força e que largue a sua zona de conforto nomeadamente os empregos bem pagos arranjados pelo Angelo Correia.
ResponderEliminarE já agora, de caminho, ele que leve consigo o José que tanto o ama e porque eles fazem cá uma falta como a fome.
Três ideias:
ResponderEliminar"Para que a propaganda não leve a melhor"... e mete-se a mudança para a propaganda agora disfarçada de avôzinho e de neto
"um forte estímulo à emigração num país onde não mudar tem forte suporte constitucional"... ou a confirmação dum acérrimo defensor das zonas de conforto para os seus ( é ver as pieguices em torno dos banqueiros e dos maiorais) e das penas do inferno para quem trabalha.
(Sobra o inevitável ódio à Constituição contrastando fortemente com o amor pela fascista de 1933)
"O ridículo do tema é o ridículo das conquistas, direitos e garantias de ser tudo como dantes, importando nada saber se esse dantes foi dívida, demagogia ou simples estupidez."...ou de como se foge à denúncia duma "canalhada" do chefe da governança, atribuindo-lhe o qualificativo de ridícula. No fundo uma outra forma de proteger sua exª, em que a cumplicidade vai de par com o rancor aos direitos cívicos.E que confirma por inteiro que afinal o coelho pregou mesmo a emigração da forma bestial ( de bestialidade) como o fez, sendo replicado pela sua coorte desta forma tão...transparente
Confere
De
Desde o séc. XIV que se emigra desde este jardim improdutivo e escasso.
ResponderEliminarSó mesmo uma abrilada de lateiros, logo 'intelectualizados' por agentes soviéticos, para estabelecer o dogma de que tudo mudaria e que o escasso se tornaria abundante por obra e graça da estupidez militante.
Que houve oportunidade de fazer melhor, não cabe dúvida.
Que fracassou por obra e graça da estupidez militante e da incompetência endémica, é um facto.
Que a pieguice é o que persiste, uma evidência.
Que este individuo - o PPC -, politicamente falando, é um mentiroso compulsivo já toda a gente sabia. Mas que ele fizesse disso o seu lema de vida é que talvez não lembrasse ao diabo.
ResponderEliminarMas é mesmo assim.
Para politicos como ele e o irrevogável Portas mentir descaradamente e sem vergonha está inscrito no seu ADN. Ambos são bem o exemplo da direita portuguesa.
ResponderEliminarPoiares maduro, o académico,parece que se pronunciou sobre o tema da emigraçao. Daquele modo desonesto que é comum à governança neoliberal e acanalhada.
Tal desonestidade do académico mereceu já um bom post por aqui
http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2015/06/poiares-maduro-e-emigracao.html
Como é comum entre as hostes, para que a treta persista é preciso que seja replicada por todos os treteiros. Com alguns acrescentos que, por serem anedóticos, merecem apenas a gargalhada sadia da ordem. Parece que a emigração acontece desde o século XIV pelo que o chefe da governança pode estar descansado. O convite à saída da zona de segurança e à emigração terá sido ditado por um antepassado do ídolo do jose. Morto e enterrado,pelo que coelho pode ter direito à bênção cavacal e às hossanas dos fiéis desnorteados.
Mas o ridículo e o motivo de gozo não acabam aqui. Continuam pela "abrilada de lateiros,intelectualizados por agentes soviéticos". Aí confirma-se o adivinhado. Parece que vale tudo para defender o traste do coelho.Até à quase demência?
Quanto ao resto já se sabe que o escasso se tornou abundante. Para os que mais têm que estão mais ricos, vivendo da exploração , da agiotagem , da corrupção e das rendas Ao contrário dos que sofrem na pele o corte de salários , de pensões, o desemprego, a fome e a miséria.
Mas aí o processo não envolve qualquer estupidez. É um processo que demonstra o estadio em que nos encontramos e o abjecto trilho do Capital.
(Quanto à pieguice nem sequer vale a pena falar dela. Todo o comentário do que se refere ao tema é um hino cantante e piegas em defesa do amigo passos. Definitivamente piegas)
De
Deolinda não chega a surpreender pela consistência da inconsistência.
ResponderEliminarPassos é irrelevante em matéria de emigração.
O materialismo histórico vira conto da carochinha subjectivista sempre que as línguas de trapo varrem o terreno da calúnia.
Deolinda e jose?
ResponderEliminarMas isso interessa mesmo para alguma coisa?
Mas que falta de dignidade esta em que jose se socorre até da deolinda(Quem? alguma conhecida ou parenta?) para defender o seu passos coelho ?
Vejamos: A pretexto duma hipotética irrelevância do dito coelho em matéria de emigraçáo, assume-se tal como a questão central do caso.Como se isso fosse o caso! Como se tal caso assentasse na emigração propriamente dita ( esta já foi debatida) e não num mentiroso compulsivo, dum tipo sem carácter , sem dignidade, expoente da governança que nos assiste e ponta de lança da direita e da direita-extrema que nos asfixia?
Como se a questão da emigração fosse o que nos leva aqui a debate e não a pesporrência insuportável de alguém que trata assim os seus concidadãos e que desta forma assume uma podridão ética e moral? Como se não fosse também insuportável o perpétuo replicar das tiradas do chefe pelo "seu" pessoal em que avulta a repetição néscia a uma hipotética "zona de conforto " e a uma "pieguice" tornada arma de arremesso fundamentalista e barbara?
Serão necessárias estas "pieguices" em que se pede auxilio à família ( deolinda?)e às linguas de trapo e às calúnias para tapar a autêntica miséria moral dum acanalhado e mentiroso personagem que é primeiro-ministro?
Parafraseando "Bartoon" eis o primeiro-ministro envolvido em "mitos urbanos" como o deste caso, paralelo a outros verdadeiros mitos urbanos como o de não aumentar impostos ou de não ser necessário cortar salários ou fazer despedimentos.
Todos mitos que afinal não são mesmo mitos. Daí a perturbação, a irritação, a tentativa de desvio do assunto e esta cumplicidade com alguém com esta craveira humana, ética, moral e humana.
De