quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Podemos

Em tempos muito sombrios, o reconhecimento norte-americano do fracasso da sua política face a Cuba, acompanhado do restabelecimento de relações diplomáticas, é uma excelente notícia para o povo cubano, para todos os que sempre contestaram um bloqueio que ainda não foi eliminado. Sê-lo-á, eventualmente. As formas grosseiras de ingerência não vergaram uma ilha que, apesar de tudo, e como se sublinha nesta recente e completa radiografia à formação social caribenha, continua a surpreender no campo socioeconómico, em especial quando comparada com os países que mergulharam sem protecções nas águas demasiado agitadas do capitalismo neoliberal nos anos noventa. A transição pode e dever ser gerida soberanamente e não tem de conduzir a novos pátios das traseiras.

10 comentários:

  1. Caro João, permita que disponibilize uma versão da interessante "radiografia" - não completa, mas bastante desenvolvida - da Emily Morris em espanhol, certamente mais acessível a muitos leitores, aqui:

    http://lapupilainsomne.files.wordpress.com/2014/11/cuba-inesperad11.pdf

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  2. É bastante provável de que isto é o Cavalo de Troia cubano http://www.globalresearch.ca/did-raul-castro-just-reverse-the-entire-cuban-revolution/5420584

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  3. "In 2004, Washington had imposed a $100m fine on the Swiss bank ubs for delivering a consignment of dollar bills to Cuba."

    Desculpem a minha ignorância, mas estou um bocado chocado. O que é que Washington tem que ver com o que o Swiss bank faz ou deixa de fazer com Cuba?
    Agradecia que alguém me "iluminasse".

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  4. Para quem acompanhe ou conheça Cuba(fora do turismo) percebe como aquele maravilhoso povo está vulnerável a todas as "manhas" duma sociedade moderna. A debilidade concorrencial dos negócios e dirigentes faz com que as empresas que se instalem lá penetrem como faca em manteiga no verão.
    O Turismo de massas que já está a ser explorado e dirigido por não cubanos já tinha iniciado a "venda" dos bens cubanos a quem tem mais unhas.. agora segue-se tudo(basta olharmos para nós aqui, não é preciso inventar)

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  5. Existe liberdade de expressão em Cuba, medida, no limite, pela possibilidade de criticar de forma aberta o governo?
    Fará sentido adoptar uma perspectiva utilitarista em que se aceita uma possível falta de liberdade de expressão em nome de melhores resultados económicos e sociais?
    Ou seja, e transpondo para o caso Português. Faz sentido dizer que, apesar de tudo, na ditadura antes 25 de Abril a economia cresceu? (para simplificar)

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  6. Complementando o meu raciocínio anterior.

    É possível admitir que um sistema político com restrições ao nível da liberdade de expressão, da liberdade política, da separação de poderes, ... possa conduzir a melhores resultados no campo social e económico. A questão é: estamos dispostos a aceitar essas restrições em nome desse possível maior desenvolvimento?

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  7. Comparar o regime fascista de salazar e caetano com o regime cubano com base na restrição da liberdade de expressão etc e tal é no mínimo "curioso"

    O tal desenvolvimento económico no Portugal antes do 25 de Abril assentava nas contas de somar e subtrair de alguns economistas ou de alguns ideólogos do regime.

    Porque Portugl estava completamente enfeudado a meia dúzia de grandes grupos económicos: os verdadeiros donos de portugal

    http://vimeo.com/40658606

    Entre isto e a verticalidade da ilha caribenha vai uma distância tão grande como entre a sarjeta e a água potável

    De

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  8. Caro anonimo das 14:42

    É interessante a questão que coloca.
    A liberdade implica ou proporciona melhor dizendo o aumento do bem estar, crescimento económico etc.
    No entanto com o 25 de Abril tivemos acesso á liberdade de expressão, mas não tivemos acesso á liberdade económica
    Por essa razão o 25 de Abril não nos trouxe a Liberdade. Trouxe uma espécie de liberdade.

    cumprimentos

    Rui Slva

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  9. Uma espécie de liberdade?

    As liberdades têm destas coisas.
    Umas parecem se maiores que outras.
    Sabendo nós que o 25 de Abril não nos trouxe a liberdade de por fim à exploração do homem pelo homem

    Quanto ao termo "liberdadde económica", muito haveria a dizer.
    Raul Proença escrevia em 1928 na Seara Nova, acerca dos sofismas liberais, que a liberdade económica não é mais que a capacidade "que alguns indivíduos têm de se oporem em nome dos interesses criados à liberdade de todos os outros".Por acaso é isso também que justamente caracteriza a democracia oligárquica.

    Mas já lá iremos.

    Bem dizia Raul Proença que "o liberalismo económico é uma das formas mais revoltantes do privilégio e do despotismo".

    De

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