segunda-feira, 27 de outubro de 2014

...e aprender com a amiga


Foi uma merecida vitória de Dilma, apesar de tudo, ou seja, apesar da corrupção, da força dos interesses do agro-negócio, do extrativismo e do capital financeiro, da copa e de outros desperdícios. Qualquer apoiante crítico não pode esquecer alguns princípios fixos progressistas que transformaram o Brasil para melhor: da política externa autónoma às conquistas naquelas três áreas onde se decide parte decisiva das capacidades individuais e colectivas, das liberdades efectivas, ou seja, no emprego, na provisão social e na redução da pobreza e das desigualdades. Basta pensar, seguindo os dados sistematizados por Weisbrot, que o poder de compra do salário mínimo cresceu 84% nestes doze anos de hegemonia do Partido dos Trabalhadores, que a taxa de desemprego caiu para valor mais baixo da história (de mais de 12% para menos de 5%), ao mesmo tempo que o sector formal da economia se expandia consideravelmente; basta pensar na expansão das despesas sociais, de tal forma intensa que a fronteira entre assistência e direito universal se esbateu de certa forma, contribuindo para que a pobreza tenha recuado 55% e fazendo com que os mais pobres tenham ganho peso na agora um pouco menos desequilibrada estrutura de rendimentos. Basta ainda pensar, entre outras, na espectacular expansão da oferta educativa, por exemplo no ensino superior, ou na visão estratégica subjacente a um certo controlo nacional dos recursos petrolíferos, em contraste com o afã privatizador de Fernando Henrique Cardoso, o das maiores privatizações de sempre da história do capitalismo, o da crise e da estagnação, ao contrário do mito alimentado por certa imprensa nacional. Em tempos de recuo neste lado, as classes populares avançaram do outro. A insatisfação fundada e o protesto mais presente do outro lado também estão imbricados com a progressão das expectativas ocorrida. E um governo desenvolvimentista precisa mesmo de um movimento popular que lhe pise os calos. Precisa daquilo que Lula definiu um dia como a mão visível do povo, essa sim muito mais eficaz do que a mais afamada mão invisível.

7 comentários:

  1. Donde conheço eu esta conversa?
    Que ignora que estranho é que não haja progresso num mundo com crescente domínio tecnológico e partilha de informação.
    Que sempre é possível deitar dinheiro sobre os problemas, para ver a conta chegar quando já o não há.
    Que a corrupção se acoberta com despesa social para a prazo a inviabilizar .
    Que nada de verdadeiramente fundamental mudou no Brasil para além da criação de uma nova trupe de corruptos com letra de esquerda.

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  2. A corrupção por cá acoberta-se com quê?

    Com a banca e os banqueiros.Com os governos e os governantes neoliberais/pesporentos e do bloco central. Com os corruptos salazarentos e os relvas à solta.Com os passos em tecnoforma e com os loureiros em cabo verde.Com os oliveira e costa cavacais e com os varas enferrujados, Com os accionistas em cavaco e com os ricardo salgados a arrotar.Com os banqueiros a roubar e as miss swap a aldrabar

    Donde conheço a conversa do jose?
    Exactamente da negação duma coisa muito simples. É que por cá , ao contrário do acontecido no Brasil cresce a pobreza e a miséria.E a engorda dos troikistas e da troika

    O "deitar dinheiro sobre os problemas" era o fado faduncho dos fadunchos fadistas citados acima que usam o dito para lema para o seu ataque néscio ao estado social, enquanto regurgitam com o saque para os seus bolsos e para os bolsos dos que servem...

    Deve causar raiva a alguns a vitória de Dilma e a constatação do falhanço do golpe da "veja". Ficou-lhes atravessado no gasganete como alguém hoje escrevia em letra de forma referindo-se à fúria com que a vitória de Dilma foi recebida entre as hostes neoliberais e de extrema-direita.

    Porque no fundo o que lhes dana é que " em tempos de recuo neste lado, as classes populares avançaram do outro." Afinal os caminhos únicos não o são e são apenas a desculpa para institucionalizar o saque e manter a exploração.

    Mas a vitoria de Dilma não basta."A insatisfação fundada e o protesto mais presente do outro lado também estão imbricados com a progressão das expectativas ocorrida. E um governo desenvolvimentista precisa mesmo de um movimento popular que lhe pise os calos. Precisa daquilo que Lula definiu um dia como a mão visível do povo, essa sim muito mais eficaz do que a mais afamada mão invisível"

    Ou como dizia Cid Simões:"E agora cumpre ao povo conduzi-la para bons caminhos. A luta de classes é o motor da História."

    De

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  3. nada de verdadeiramente fundamental mudou no Brasil

    O pior cego é aquele que não quer ver.

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  4. José, de facto bom, bom é um governo corrupto como o do Passos. Privatizar, aumentar as desigualdades, dar aos amigos, tramar os pensionistas, ajudar os banqueiros. Perfeito, perfeito, aliás progressista e visionário seria um governo assim no Brasil.

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  5. José(zito):
    Ao contrário do Brasil onde a Esquerda tem espatifado aquilo tudo, por cá, pela nossa UE, onde a Direita manda, tudo vai sobre rodas.
    Há crescimento, não há desemprego, as economias crescem.
    Mas os responsáveis continuam a dizer-nos que, apesar deste progresso, há que conter as despesas, especialmente as da trupe de preguiçosos, daqueles que em Portugal ganham 485 euros e que foi tão difícil, e comprometedor para a saúde da economia, aumentá-los 20 euros.
    Mas o Sr. Barroso, o que pedia contenção no aumento do salário mínimo para não estragar a economia, apenas por 10 anos no cargo vai receber uma pensão vitalícia, aos 55 anos, de 20 mil euros mês.
    Para esses a economia pode sempre.
    E o José(zito) aplaude com as 4 mãos.
    Pobre(zito)… do José(zito)!

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  6. Sim, eu teria votado decerto Dilma; sem qualquer dúvida. Mas é necessário acrescentar que, em todas as matérias referidas, CV bem melhor ainda do que o do PT brasileiro é o do PC chinês.
    O "grande mundo" desloca-se (e torna-se realmente interessante) bem mais ainda do que o João Rodrigues aqui reconhece, ou assume.
    Mas sim, tem toda a razão: nós, europeus, amarrrados (também pela soi-disant "Esquerda Europeia") ao Euro, tornámo-nos sociedades patéticas de putrefactos "povos sem história". Que viva, pelo menos, o povo brasileiro.

    João Carlos Graça

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  7. " nós, europeus, amarrados (também pela soi-disant "Esquerda Europeia") ao Euro, tornámo-nos sociedades patéticas de putrefactos "povos sem história".

    Subscrevo isso aí

    De

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