Do meu artigo na edição deste mês do Le Monde Diplomatique:
O ruído em torno do «caso Espírito Santo» torna o que se
passa quase ininteligível ao comum dos mortais. Este era o «banco do regime»,
aquele que tinha sobrevivido à mais séria crise financeira internacional e
nacional desde a Grande Depressão. Ao contrário da restante banca, não existia
aqui a necessidade de injecção de fundos públicos, nem os casos de polícia que
afectaram BPP, BPN ou BCP.
Com interesses na economia portuguesa que iam das
telecomunicações à saúde, passando pelo turismo, o Grupo Espírito Santo (GES)
foi o resultado de uma extraordinária reorganização do capital nacional,
iniciada com as privatizações do início dos anos 90 e devidamente apoiada por
capital estrangeiro e pela integração financeira e monetária europeia. Num
momento em que o pior da crise económica portuguesa parecia ter sido
ultrapassado, todo o conglomerado implode sem que se perceba como nem porquê.
Na verdade, a história da crise no GES é a história da crise de um modelo
económico falido cujos efeitos negativos continuam a abater-se sobre todos nós.
Perceber o que aconteceu é essencial para escapar à individualização de
responsabilidades e para tentar repensar um novo modelo de desenvolvimento que
retire o poder financeiro do centro da economia, desde logo nacional.
(...)
A enorme «crise do BES e do GES e quejandos» não passa de areia atirada aos olhos dos ingénuos. Os bancos criam dinheiro a partir do nada num teclado de computador e fazem-no desaparecer da mesma forma. Um espectáculo mediático (organizado pelo Monopólio Bancário Mundial) para esmifrar (mais) 3.900 milhões de Euros à população portuguesa.
ResponderEliminarA Banca cria dinheiro «out of thin air» que depois troca pelos bens produzidos pelas pessoas. É o parasitismo perfeito!
E, evidentemente que existe um Monopólio Bancário Mundial. De outra forma seria incompreensível que existisse um BCE que (segundo os próprios estatutos) só pode emprestar aos bancos e empresas financeiras a um juro próximo do zero e está terminantemente proibido de emprestar a Estados, Empresas e Famílias.
Donde, os BES, os BBVAs, os BCPs, etc., não passam de meros balcões de um Banco Maior. E os Ricardos, os Ulrichs e tantos outros, apenas meros gerentes de conta.
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http://www.publico.pt/politica/noticia/estado-nao-vai-ser-chamado-a-pagar-eventuais-prejuizos-do-novo-banco-garante-ministra-das-financas-1665758
Jornal Público:
Ministra garante injecção de 3900 milhões e afasta fantasma do BPN
07/08/2014 - 17:23
A unir a oposição no Parlamento esteve a mudança do mundo. Em 15 dias, repetiram as bancadas, o mundo da ministra e do BES alterou-se. "Foi enganada? Não sabia? Sabia e veio enganar os portugueses e os deputados?", questionou o PCP.
O caso BES , entre outros, demonstra que o sector bancario em Portugal não tem qualquer controlo por parte das diversas entidades competentes.A situação já não é de agora ,já se regista há muito tempo desde a privatização, a qual ela própria foi realizada com irregularidades. No parlamento o membro do Gverno respectivo e o Governador do Banco de Portugal tentaram defender aquilo que era indefensável , nomeadamente não respondendo ás perguntas dos deputados da oposição. Quanto à solução encontrada ela tem uma alta probabilidade de redundar num fracasso.Parece estar implícito que o chamado" banco mau " é para falir , e o que vai acontecer ao " Novo Banco " ninguem sabe , provavelmente vai ser vendido ao desbarato, se não acontecer uma coisa pior. Poderá ainda haver o perigo de contágio e de uma fuga em massa de capitais o que ninguem parece ainda se ter preocupado. Já de si a adesão ao Euro deu origem a uma grande fuga de capitais e de cérebros. Sem pretender ser alarmista,Parece que podemos estar na presença de uma situação de pré- catástrofe
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