quinta-feira, 3 de julho de 2014

Desfazer mitos

“O mito diz: os saltos tecnológicos acontecem em garagens esconsas onde se juntam alguns geniais rapazes. E no entanto é realmente um mito. O Estado conta e muito.” Jeff Madrick numa útil análise, em boa hora traduzida pelo DN há uns dias atrás, ao pensamento económico desenvolvimentista do momento, o que desfaz os mitos do empreendedorismo individual, revelando o papel do Estado nos processos de inovação mais significativos.

É por estas e por outras que a independência nacional, a existência de margem de manobra para desenvolver capacidades colectivas, só possível quando se detém instrumentos de política, é uma condição necessária para o desenvolvimento.

O fim do Estado-nação é um mito alimentado sobretudo a partir dos Estados mais desenvolvidos, os que usaram e usam políticas industriais mais ou menos disfarçadas e que querem pontapear a escada do desenvolvimento, impedindo outros de a subir, como temos a obrigação de saber de uma certa história económica e das ideias económicas.

Quando Wolfgang Schäuble diz ao Negócios que é necessário um ministro das finanças europeu e que o Estado-nação não resolve nenhum problema, temos a obrigação de somar dois mais dois e traduzir: queremos controlar a política da periferia, trancando-a num padrão de especialização funcional para os interesses económicos dominantes na Alemanha. Para compreender isto é preciso também começar por ignorar o pensamento dominante entre as elites periféricas, aparentemente todas cosmpolitas, mas, na realidade, profundamente provincianas.

11 comentários:

  1. É isto:

    Quando Wolfgang Schäuble diz ao Negócios que é necessário um ministro das finanças europeu e que o Estado-nação não resolve nenhum problema, temos a obrigação de somar dois mais dois e traduzir: queremos controlar a política da periferia, trancando-a num padrão de especialização funcional para os interesses económicos dominantes na Alemanha. Para compreender isto é preciso também começar por ignorar o pensamento dominante entre as elites periféricas, aparentemente todas cosmpolitas, mas, na realidade, profundamente provincianas.

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  2. Elites mais que provincianas - irrsponsáveis.São os seus compromissos...
    Iremos deixar de ser viáveis?

    Almerinda Teixeira

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  3. A compreensão exige que se ignore o pensamento das elites periféricas e provincianas?
    Não compreendi!
    Que eu saiba o Ministro das Finanças não decide da distribuição dos recursos; quando muito decide do que os exceda.
    A distrubuição está a cargo das elites periféricas, donde...!?!?
    Não compreendi!

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  4. «Desfazer mitos
    “O mito diz: os saltos tecnológicos acontecem em garagens esconsas onde se juntam alguns geniais rapazes. E no entanto é realmente um mito. O Estado conta e muito.” Jeff Madrick numa útil análise, em boa hora traduzida pelo DN há uns dias atrás, ao pensamento económico desenvolvimentista do momento, o que desfaz os mitos do empreendedorismo individual, revelando o papel d[os municípios] nos processos de inovação mais significativos.

    É por estas e por outras que a independência municipal][, a existência de margem de manobra para desenvolver capacidades colectivas, só possível quando se detém instrumentos de política, é uma condição necessária para o desenvolvimento.

    O fim d[os municípios] é um mito alimentado sobretudo a partir dos Estados mais desenvolvidos, os que usaram e usam políticas industriais, mas ou menos disfarçadas e que querem pontapear a escada do desenvolvimento, impedindo outros de a subir, como temos a obrigação de saber de uma certa história económica e das ideias económicas.

    Quando Wolfgang Schäuble diz ao Negócios que é necessário um ministro das finanças [nacional] e que o [município] não resolve nenhum problema, temos a obrigação de somar dois mais dois e traduzir: queremos controlar a política da periferia, trancando-a num padrão de especialização funcional para os interesses económicos dominantes na [trocar pelo que se quiser]. Para compreender isto é preciso também começar por ignorar o pensamento dominante entre as elites periféricas, aparentemente todas cosmpolitas, mas, na realidade, profundamente provincianas.»

    é só uma provocação, mas revista aliás. mas não deixou de ser o que me assomou imediatamente enquanto lia.

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  5. Pena que jose não tenha compreendido, embora tal seja expectável.

    A mediocridade das elites dominantes tem a sua realidade palpável traduzida nalguns dos ídolos do sr jose, a saber, um cavaco, um coelho, um portas, um relvas um ricardo salgado,um francisco assis etc etc etc.
    Tal deve encalhar no alto conceito que o sr jose tem destas tão exemplares como sinistras encarnações elitistas.

    Daqui a um "não percebi", com laivos de qualquer coisa e enfeitado com o ponto de exclamação da praxe, vai um passo.

    O "não percebi" não é um "não percebi".É apenas uma tentativa ínvía para esconder que as nossas elites são de facto medíocres e provincianas.
    Embora esteja de acordo que elas sejam muito mais do que isso.Sejam também irresponsáveis.Mais ainda,criminosas, sem dignidade, medíocres, sem escrúpulos e habituadas a vender(-se) por quem lhes acaricia a bolsa.Como de resto as crises de 1383-85 e a de 1580-1640 já mostraram bastamente

    De

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  6. *mal revista aliás.

    era o que devia estar uns comentários acima, às 00:16. a ressalva basta para confirmar a má revisão.

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  7. As elites periféricas só são na aparência provincianas, João Rodrigues. Elas sabem bem a quem servir para que no final lhes sejam distribuídas umas migalhas do bolo. Irá sempre ser preciso dispor de uns quantos capatazes locais para gerir o descontentamento dos nativos...

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  8. Provavelmente estamos em presença daquele mito que diz haver elites iluminadas mantidas na obscuridade por razões que a sociologia desconhece!
    Já nem a desculpa dos fascismo lhe dá credibilidade...

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  9. Aleluia.
    Fez-se luz no espírito de quem arrazoava por não compreender.

    Carpe agora pela sua credibilidade.
    E pela saúde das elites periféricas, "verdadeiros capatazes locais", que não raras vezes acabam abraçadas ao fascismo

    De

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  10. Recordemos aquelas elites silenciadas, abafadas, aprisionadas, torturadas pelo fascismo.
    Eis que surge Abril e a liberdade e essas elites conduzem o país a um novo explendor!
    Esplendorosamente falidos!

    O que se seguiria, com as supostas elites que tudo maldizem e querem tudo mudar?
    Liberdade? ...a sua.
    Prosperidade? ...a sua.
    Poder? ...o seu.
    Sempre em nome e benefício do povo, está bem de ver.


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  11. Serenamente se regista o agastamento de alguém pelo facto do seu processo de "não compreensão" ter tido muito melhor compreensão do que o esperado pelo próprio autor que assim se carpia

    O que resta para além da irritação e do voltar atrás com a palavra?

    Um certo complexo face a questões de "elites" . Mas sobretudo muita ignorância sobre (também política, também ideológica) o seu real significado.Ainda para mais porque o contexto do texto é tão claro que óe torna risível o esforço esforçado do jose para esclarecer as suas "elites" , as "suas liberdades", a "sua prosperidade", o "seu poder"

    Arescente-se a isso o silêncio enternecedor pelo que é focado e a cumplicidade comovente perante as elites criminosas, provincianas e capatazes dos grandes interesses económicos e vemos que o quadro se torna (ainda) mais claro

    De

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