terça-feira, 17 de junho de 2014

Debater sempre


Nestes anos de chumbo, o IDEFF, sob a liderança de Eduardo Paz Ferreira, tem sido talvez o principal dinamizador de debates tão oportunos quanto plurais no campo da economia política. O debate que terá lugar na próxima sexta-feira (os detalhes estão aqui) é exemplar do que acabei de dizer: o tema é a reestruturação da dívida, a partir de uma das propostas europeias, com o acrónimo PADRE (uma proposta politicamente aceitável para a reestruturação da dívida na Zona Euro...), formulada, em co-autoria, pelo economista convencional Charles Wyplosz, que estará presente; a ele juntar-se-ão Vítor Bento, João Cravinho e José Maria Castro Caldas, aqui dos Ladrões e da IAC. Nada melhor do que um debate com contraditório para avaliar a robustez das propostas, até porque sabemos bem que reestruturações há muitas, com várias escalas, e que a questão em economia política pode ser: aceitável para quem? Dito de outra forma: quem fica com o quê e porquê?

4 comentários:

  1. A reestruturação da dívida é a mais acessória das preocupações; é daquelas coisas que se tiver de acontecer, acontece.
    A questão principal - o que fazer com a folga financeira resultante de uma reestruturação - não parece merecer grande atenção.
    Tudo em consonância com a cena habitual de cuidar de suavizar o presente que o futuro a Deus (ou a outros) pertence.

    ResponderEliminar
  2. -A mais acessória das preocupações a reestruturação da dívida?

    Voltámos ao tempo dos fundamentalistas que negavam a pés juntos (e da forma esbaforida que se conhece), o tema e mesmo a sua abordagem?
    Agora "suavizada" com o tom profético de quem sabe que o destino manda nestas coisas. Cito:"É daquelas coisas que se tiver que acontecer acontece"...tal como a chuva ou o sol ou os problemas digestivos do ministro poiares?

    -"Folga financeira resultante da reestruturação"
    ?Mas o enviesamento mental , a surdez ou a cegueira vão ao ponto de ainda não se perceber para onde caminhamos a manter-se o actual rumo?
    (Não , não é à falta da explanação da presente situação aqui no Ladrões)

    -Em consonância com o esbulho efectivo dos que trabalham e dos reformados e com a o suavizar da vida para o grande capital:
    "Salário médio sofreu cortes anuais de 400 euros só com as alterações às leis laborais"
    http://2.bp.blogspot.com/-Ohx4ux7ezco/U6Gf6jbIghI/AAAAAAAAeNY/loGl3TkKOKA/s1600/pretexto+11+jan+2013.JPG

    O que tiver que acontecer acontece. A pobreza e a miséria. O roubo de salários, de pensões, de reformas, de dias de férias e de feriados.Os despedimentos e o desemprego.E o sacrifício das gerações actuais, das futuras e do futuro do país:
    "algumas empresas obrigam as suas trabalhadoras a assinar um papel onde se comprometem a não engravidar nos próximos cinco ou seis anos "

    Como alguém diria é "daquelas coisas que se tiver de acontecer, acontece". Ou por outras palavras trata-se apenas de cuidar do presente troikista que eles querem que o futuro lhes continue a pertencer

    De

    ResponderEliminar
  3. Reparo que o link que eu postei não tem a identificação do autor
    Ei-lo, com um pedido de desculpas ao Vitor Dias:
    http://otempodascerejas2.blogspot.pt/2014/06/o-suco-da-barbatana.html#links

    De

    ResponderEliminar
  4. De vilania, a reestruturação da dívida vai passando a questão acessória... O que tem que ser tem mesmo muita força...

    ResponderEliminar