Encontramos um bom exemplo da forma quase ingénua de como o Acordo de Parceria Transatlântica (APT) é apresentado deste artigo do Público pelo secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Bruno Maçães. Para Maçães, o APT é uma grande oportunidade para os empresários portugueses exportarem mais para os EUA, ao mesmo tempo que nos promete energia mais barata com as importações de gás natural. Primeiro que tudo, é interessante perceber o papel de Maçães nestas negociações. Fala-nos das suas reuniões com empresários portugueses onde "vende" o acordo, mas pouco ou nada diz sobre o processo de decisão europeu, remetendo-se a um lamento sobre o quão distante a burocracia
europeia se encontra.
Vejamos os exemplos oferecidos por Maçães, tendo em conta o conteúdo do nosso comércio com os EUA. Exportamos produtos de baixo valor acrescentado - produtos refinados, pequena electrónica, têxteis - e compramos produtos de maior tecnologia incorporada - maquinaria, instrumentos médicos, etc. Como enuncia Maçães, com um acordo de livre comércio os incentivos para continuarmos a exportar produtos como os têxteis aumenta, enquanto o incentivo a produzir, por exemplo, instrumentos médicos diminui. Conclusão, ficamos presos a uma estrutura produtiva onde os ganhos potenciais de produtividade são pequenos.
O outro exemplo oferecido é a possibilidade de importarmos gás de xisto dos EUA. Aqui coloca-se outro problema destes acordos. Boa parte dos países europeus não permite (ainda) a exploração deste gás devido aos seus impactos ambientais. O preço do gás é, pois, mais elevado por cá. Contudo, ao consumirmos gás de xisto americano ao invés do localizado na Europa, estaremos meramente a transferir os custos ambientais da sua exploração da Europa para os EUA. O progresso ambiental global introduzido pela proibição de exploração de gás de xisto imposto em muitos países europeus desaparece.
Caro Nuno Teles,
ResponderEliminarSim, vamos vender têxteis e calçado. E depois? Vc. conhece muitas empresas de equipamento médico que tenham aparecido impulsionadas pelas restrições de comércio com os EUA? Se temos a possibilidade de vender mais sem alteração radical da estrutura produtiva (e sem termos, em consequência, de mandar mais umas dezenas ou centenas de milhar de trabalhadores não-requalificáveis para o desemprego), sendo que esta pode evoluir orgânicamente (como fez o calçado), só vejo vantagens.
Quanto ao gás de Xisto, e como se costuma dizer, com os problemas dos outros posso eu bem. Se o shale gas causa problemas ambientais nos EUA, o problema não é meu (MESMO! Os problemas têm a ver com contaminação dos solos e aquíferos e não estou a pensar importa água de lá...). Mais, os custos ambientais devem ser incorporados (mais cedo ou mais tarde) nos próprio país produtor, por pressão dos cidadãos (sempre é uma democracia). Uma coisa é limitar ou taxar impactos ambientais em países cujas populações sofrem com isso e são indefesas para os travar (países com regimes repressivos / ditatoriais), outra coisa é uma democracia.
"Com os problemas dos outros posso eu bem"
ResponderEliminarEis uma afirmação típica do egoísmo de certas correntes de pensamento que empurram com o ventre os problemas para diante.
Sobretudo para os outros.Ou melhor dizendo:sempre para os outros.
Tal mentalidade esteve também na base justificativa para a exploração desenfreada dos recursos naturais de povos indígenas,na passividade face a massacres cometidos pelos inimigos da humanidade, na indiferneça perante os povos que apanharam primeiro com o neoliberalismo na ponta do cano das armas dos fascistas como aconteceu no Chile de Allende.
Uma expressão característica também de alguém que resume os problemas ambientais a uma "incorporação dos custos" porque eles"aré são uma democracia".
O conceito de democracia é assim. Até incorpora cantando e rindo os custos ambientais, porque "com os problemas dos outros posso eu bem"
De
Quanto à questão do outro exemplo oferecido por Maçães, creio que o autor do texto foi muito claro ao fazer a destrinça entre os produtos de baixo valor acrescentado que exportamos e os de maior tecnologia incorporada que importamos.Fala-se de incentivos e do amarrar a uma estrutura produtiva determinada pelos interesses dos tubarões.
ResponderEliminarPenso que o texto do autor está muito claro.Acrescento apenas algumas palavras do mesmo autor,aí num outro post :
"Este novo acordo, disfarçado de mera harmonização regulatória, terá duas grandes consequências. A primeira diz respeito às consequências necessariamente assimétricas deste acordo no espaço europeu. Acordos internacionais de comércio podem ser favoráveis a ambas as partes, sobretudo quando estamos perante países com estruturas produtivas similares e não existe assimetria no poder de negociação (o que raramente acontece). O comércio livre é o proteccionismo dos mais fortes". ...
Só não vê quem não quer.Ou então quem esteja empenhado sob o ponto de vista ideológico com o profundo programa neoliberal em curso
De
A maneira como algumas consciências percepcionam a terra, o planeta comum, a casa de todos, mostra como encaram o próprio dia-à-dia. O lixo atirado ao chão não me incomoda desde que não seja à minha porta.
ResponderEliminar«Quanto ao gás de Xisto, e como se costuma dizer, com os problemas dos outros posso eu bem. Se o shale gas causa problemas ambientais nos EUA, o problema não é meu (MESMO! Os problemas têm a ver com contaminação dos solos e aquíferos e não estou a pensar importa água de lá...). Mais, os custos ambientais devem ser incorporados (mais cedo ou mais tarde) nos próprio país produtor, por pressão dos cidadãos (sempre é uma democracia). Uma coisa é limitar ou taxar impactos ambientais em países cujas populações sofrem com isso e são indefesas para os travar (países com regimes repressivos / ditatoriais), outra coisa é uma democracia.»
ResponderEliminarUm país que abandona o seu Mercado Interno, o seu próprio país, é um país condenado ao fim da sua industria, do seu comércio, para nem falar das suas gentes.
Ficar para sempre dependente de exportações, é algo completamente idiota. Se não dominamos o nosso mercado, vamos dominar o de outros?
Vejamos um exemplo , como o da Merkel.
Merkel aonde vai, seja aqui seja na Grécia, está sempre a defender baixos salários, e disso não abdica. Impõe.
Mas na Alemanha ? Diz mais ou menos o mesmo, mas aceita os acordos sectoriais entre Sindicatos e Patrões.
Não se opõe, e sim aceita.
Mais : acabou de concordar que a Alemanha tenha um Salário Mínimo de 1.400 Euros por mês, a começar para o ano.
Ou seja, fora Merkel impõe e destroe o mercado interno de outros países (falências de empresas desses países), mas na Alemanha deixa os acordos sectoriais irem em diante, e até aprova pela 1º vez um Ordenado Minimo e logo de 1.400 euros mensais (para aumentar o Mercado Interno Alemão com bom poder de compra).
Quem não perceber isto, não percebe mesmo nada.
Carlos Duarte,
ResponderEliminarE as emissoes de CO2? Nao o afectam a si?
O facto da tecnologia de gas de xisto tornar tecnologica e economicamente acessivel para queimar ainda mais alguns milhares de Gigatoneladas de Carbono e embaratecer ainda mais o carvao (aumentado tambem portanto a sua acessibilidade economica) nao coloca um serissimo problema global quando ja se sabe que as reservas acessiveis actualmente, se queimadas, serao mais que suficientes para gerar um aquecimento de 3 ou 4 graus celsius ate 2100 (para la de 2100 logo se vera...).
Resumindo, sera que o aquecimento global nao e tambem um problema seu (MESMO)?
Ou e daqueles que tambem acredita que o aquecimento global e uma conspiracao de esquerda?
P.S.
ResponderEliminarCarlos Duarte,
E de metais pesados, ja ouviu falar? Sabe o que sao e quais as suas principais fontes de emissao para o ambiente?
Isso nao e problema seu (MESMO)? Quer que lhe faca um desenho?
A quimica e a fisica, e bem sabido tem um forte bias de esquerda... Gracas ao Altissimo que economia, essa supra-suma "ciencia" traz alguma equidade a coisa.
Caro "De",
ResponderEliminarSe eu (ou o meu país) exploro povos indígenos, o problema é meu, não é deles. Que eu saiba, o shale gas será explorado no interior de uma democracia, portanto cabe aos cidadãos da referida democracia deciderem se o querem fazer ou não.
Quanto aos custos ambientais, toda e qualquer acção por parte do homem tem custos: sejam ambientais, sociais ou meramente "económicos". Compete, e numa democracia, aos respectivos cidadãos julgar se os mesmos são incorporáveis no custo do produto, se estão pouco se lixando para isso ou se acham que qualquer custo é excessivo.
Em relação aos produtos e o valor acrescentado dos mesmos, se me conseguir demonstrar uma maneira de subir o valor acrescentado dos produtos de um dia para o outro, sem despedir milhares de trabalhadores, avise.
Caro judeusito,
Abandonar o mercado interno? Não me parece boa ideia. Priveligiar o mercado externo sobre o interno? Aí já sim.
Caro Lowlander,
As emissões de CO2 sim, mas tanto "emite" CO2 o gás de xisto como o argelino que compramos agora. E, ao contrário do que diz, ao baixar o custo do gás de xisto permite usar uma tecnologia mais limpa (gás) em substituição de uma mais poluente (carvão). O uso de gás de xisto não irá incentivar o uso do carvão, antes pelo contrário.
Em relação aos metais pesados, assim de repente eu diria China. Estou enganado? Se me está a perguntar por indústrias, historicamente eram as indústrias extractivas de minérios (a América do Sul é um bom/mau exemplo disso mesmo).
Caro Carlos Duarte
ResponderEliminarSe defende que devemos preveligiar o Mercado Externo, em detrimento do Mercado Interno (portugal), defende o empobrecimento dos Portugueses.
Podemos salvar algumas empresas, exportando. Alguns empregos, nem que sejam mal pagos.
Mas é impossível salvar todas as empresas. E é imposivél salvar todos os empregos, quanto mais pagar bons ordenados.
Se ler novamente como eu escrevi em cima, sobre o que faz a Merkel na Alemanha, e o que faz fora da Alemanha, isto torna-se mais claro.
Excepto que o gas argelino era uma fonte "convencional" e ja conhecida e contabilizada, o gas de xisto e gas que antes nao era acessivel, logo, o stock de carbono (e nao foi pouco)
ResponderEliminarA sua assercao acerca dos efeitos sobre o carvao nao pasa de uma mera regurgitacao de tretas simplistas que lhe doutrinaram alhures. Nao resiste ao confronto com a realidade.
O gas reduz o consumo de carvao nos paises com a tecnologia para instalar as centrais e que tem o gas de xisto disponivel (para ja EUA)
Aos outros, embaratece o carvao, nomeadamente o carvao americano, que ate agora tinha mercado interno e agora tem vir para competir para o mercado internacional, por arrasto embaratecendo tambem o resto do carvao. O Reino Unido, por exemplo desde que o consumo do gas de xisto nos EUA se tornou significativa no mix energetico americano, aumentou a sua quota de carvao no seu mix muito gracas a importacoes de carvao barato dos EUA.
Ou seja, reduz emissoes localmente (EUA) mas na realidade aumenta as emissoes globais.
Isto porque, repito-me uma vez mais - aumenta o stock disponivel de combustiveis fosseis, embaratecendo-os.
Alias, a este ponto faco um ar de falsa perplexidade e digo-lhe:
e surpreendente que alguem como Carlos Duarte, certamente um grande defensor das "leis economicas" de oferta e procura tenha dificuldade em perceber que o aumento significativo de oferta de combustiveis fosseis levara a um abaixamento do seu preco, aumentado a sua procura atraves de transferencia de procura de energias renovaveis.
Em relacao aos metais pesados assim de repente, sim, esta enganado.
ResponderEliminarE essa de atirar as culpas para China de todos poluentes do mundo assim de forma a-historica, sem contexto ou analise global e uma piada de mau gosto que ja esta demasiado batida, voce precisa de arranjar novo material.
"Em relação aos produtos e o valor acrescentado dos mesmos, se me conseguir demonstrar uma maneira de subir o valor acrescentado dos produtos de um dia para o outro, sem despedir milhares de trabalhadores, avise."
ResponderEliminarAqui ate concordamos bastante mas faco notar que o Carlos Duarte esta a parafrasear Karl Marx. Uma perigosa deriva, e melhor ir buscar o cilicio.
Carlos Duarte:
ResponderEliminarSe você explora povos indígenas, o problema não é seu.O problema é de quem é explorado.
E quem é explorado tem todo o direito de ajustar contas com o explorador.AÍ sim. o problema pode ser seu.E ainda bem que o colonialista recebe a factura.
(nesta linguagem que os amantes dos mercados usam para justificar as suas diatribes)
O colonialismo já teve melhores dias. Mas a trupe neoliberal está a tentar repô-lo na ordem do dia.
A "democracia" com que alguns tentam justificar a pilhagem dos povos o que põe em questão é o conceito de "democracia". Não é o direito ao saque por mais que o ventre proeminente exija mais.
Perecbeu?
É que se não percebeu tal torna-se mesmo num problema seu e aí mais não lhe resta do que pagar a um explicador.
De
Mas há outra questão a abordar para lá dos apetites vorazes do Carlos Duarte, das suas considerações sobre os problemas dos outros, dos que são explorados, dos que são roubados,dos que não são explorados mas têm pena que o não sejam e dos que querem mesmo explorar mesmo que para tal tenham que largar umas valentes bombas e liquidar um milhão de pessoas.
ResponderEliminarÉ que as dezenas e as centenas de milhares de desempregados com que Carlos Duarte acena servem para quê? Para dourar a pílula do acordo transatlantico? Agora ao som dos milhares de desempregados?
Cheira mal e fede.Porque as centenas de milhares de desempregados provocadas pelas políticas criminosas de passos coelho e seus compadres não tiveram estas lágrimas de vestais hipócritas e sem escrúpulos.
Ou seja.A demagogia tem limites.
Mas já iremos a tal desgraçado pacto
DE
Sobre o dito acordo transatlântico e o que o secretátio de estado alemão, Bruno Maçães diz, é bom lembrar (tal como o autor do post fez) a referência às reuniões com empresários "onde vende o acordo",saltando por cima do processo de decisão europeia
ResponderEliminar(sempre à revelia dos povos já agora).
Um fragmento dum texto de Vaz de Carvalho:
"O acordo não visa apenas o livre comércio de bens e serviços mas também a “proteção”, leia-se, a desregulamentação dos investimentos. O objetivo é ir além dos compromissos atuais da OMC: “ligar ao mais alto nível de liberalização os acordos de comércio livre existentes.
Neste sentido o objetivo é “a eliminação de todos os obstáculos inúteis ao comércio à abertura dos mercados e uma melhoria das regras”. É fácil entender o que esta gente entende por “obstáculos inúteis”. Saúde pública, escola pública, segurança social pública tudo isto ou acaba ou fica residual, decadente, apenas em termos de assistencialismo. O resto é sujeito à concorrência e à gula das multinacionais.
Normas, regulamentos sanitários, sociais e laborais serão “uniformizados, aplanados, harmonizados”. Isto significa que as restrições a aditivos, pesticidas, carne com hormonas, sementes transgénicas (OGM) serão cada vez mais ténues ou mesmo inexistentes. As informações da embalagens tornar-se-ão mais opacas ou enganadoras, sob pena também de caso contrário de prejudicarem o comércio. A saúde pública fica à conta do “mercado”.
Claro que vão haver alimentos baratos insanos para os pobres e saudáveis, mas caros para quem puder pagar. Eis a o que os sicofantas do neoliberalismo vão propagandear como liberdade de escolha."
De
Mas a coisa fia mais fino.
ResponderEliminarContinuando a citar Vaz de Cravalho
"A resolução de qualquer litígio fica a cargo de um organismo dito regulador ou regulamentar, pelo qual um Estado pode ser acusado e processado de pôr entraves ao “livre comércio” ou a investimentos. O grande capital passa a dispor de uma “supremacia do tipo imperial que lhe permite fazer passar os seus direitos antes de todos os outros” (1)
Se um país recusar produtos alimentares dos EUA com aditivos, hormonas, originários de OGM poderá ser penalizado: estará a pôr entraves ao “comércio livre”. Democracia, critérios de saúde e regulamentação alimentar que cada Estado deveria poder definir segundo critérios próprios conforme a decisão doa seus cidadãos – assim se constrói e construiu o progresso – serão considerados nulos, poderão obrigar a pagar indemnizações como lucros que determinadas empresas poderão alegar ter deixado de receber.
As oligarquias anseiam por algo como o tratado que os porá ao abrigo de eventuais incertezas e constrangimentos que a democracia lhes pudesse trazer. Não se consideram cidadãos como os outros. São o equivalente à nobreza do feudalismo.
Não pode haver tratamento mais favorável para as empresas nacionais. O mesmo é dizer que um país não pode desenvolver a sua própria política económica, estando sujeito às pretensões das mais poderosas multinacionais.
Os vândalos estão, pois de volta! A representação de um povo, é colocada não ao mesmo nível, mas a nível inferior aos interesses das megaempresas transnacionais.É o totalitarismo neoliberal. Milhões de trabalhadores já empobrecidos por uma crise económica crónica. Vão ser colocados em concorrência atroz.
Trata-se como afirma Susanne Suchuster de “um ataque frontal contra a nossa democracia, ou pelo menos do que ainda resta”.
http://foicebook.blogspot.pt/2013/12/o-golpe-de-estado-neoliberal-em.html
De
O Shale gas (gás de xisto não sei o que será) NÃO tem nem metade dos problemas ambientais que lhe apontam. Sim, é um combustível fóssil, sim, emite CO2. Mais nada
ResponderEliminarNunes, nao sabes o que e gas de xisto? Tens bom remedio pa, compra um dicionario ou da uma vista de olhos pelo google. No entretanto poupa-nos a tua ignorancia.
ResponderEliminarAh e quase me esquecia: "emite CO2. Mais nada"? "Mais nada"?? Larga o vinho.
Nunes, tens razão se considerarmos os gás em si apenas. O problema é que no mundo real o gás não existe isolado, é preciso ir buscá-lo e aqui começam normalmente os problemas.
ResponderEliminarDesde a contaminação de lençóis freáticos, ao impacto nas infraestruturas próximas das zonas a ser exploradas, o gás de xisto (termo português para o shale gás) tem vários problemas associados.
Considerado isoladamente, nem sequer se pode dizer que emite menos do que o gás natural que já temos em casa, uma vez que apresentam, grosso modo, a mesma composição (gás principal: metano >85%)
Gás de xisto não existe. O xisto é uma rocha metamórfica. Shale é sedimentar. Em português o termo correcto é folhelho, mas só se utiliza no Brasil. Cá, pode-se utilizar o termo argilito, se bem que esse é um termo mais geral.
ResponderEliminarA contaminação de aquíferos pode ocorrer, mas é muito pouco provável, caso exista regulação bem feita. Além disso, só a presença do shale implica que o aquífero que lhe está superior esteja já exposto, pois não há impermeabilidade absoluta. Os aditivos utilizados são na sua grande maioria comuns e inofensivos, e os que não o são podem ser proíbidos. Um ponto interessante é a sismicidade induzida, que existe sim, mas não deve alarmar ninguém. Ocorre também em explorações de energia geotérmica, que curiosamente usa técnicas muito semelhantes.
ResponderEliminarEssa dos 'comuns e inofensivos' é como a talidomida pré-crise dos anos 70? É que se for, fico desde já devidamente esclarecido sobre o "não alarmado" que devo estar quanto à sismicidade...
ResponderEliminarE essa do "basta proibir"... Quer dizer, a imigração ilegal por ser proíbida não existe? Ou o roubo por esticão?
Quanto à contaminação de aquíferos... Pessoalmente pouco me importa se a minha água é mais ou menos gasosa. Já quanto ao conteúdo de substâncias potencialmente cancerígenas, tóxicas ou nocivas a conversa é outra. Sim, estou a falar dos aditivos usados, que não estão lá, a menos que alguém os meta com uma broca e que não basta "proibir".
Neste ponto destacam-se as abordagens que há na Europa vs EUA. Onde os EUA têm uma abordagem de "wait and see" no que aos riscos diz respeito, na Europa primeiro tem de se provar que é seguro antes de se poder implementar. O pior deste acordo, e na questão do shale é isso que está em causa, é dinamitar esse princípio.
Podemos discutir qual o que está errado. Por princípio, prefiro a óptica europeia e acho que este acordo vai contra o consumidor europeu ao não salvaguardar esse princípio. Quanto ao shale, ficamos com a notícia de que um dos representantes de um grupo de pressão a favor do shale, lidera o abaixo assinado do seu bairro para não terem um depósito das águas usadas na vizinhança (não encontro o link agora, mas vou procurar).
Pois nao pa, o xisto argiloso nao exist, e uma g'anda conspiracao global! Perdao, global conspiration.
ResponderEliminarLeva la a bycicle, perdao bicla, perdao bina, bicicleta digo!
Erro meu, não era um lobista, era um CEO da Exxon.
ResponderEliminarhttp://www.huffingtonpost.com/2014/02/21/exxon-ceo-rex-tillerson-lawsuit_n_4833185.html
Óbvio que não basta proibir, é necessário inspeccionar e sancionar se for necessário...
ResponderEliminarConheço o caso que refere, é o CEO da Exxon.
http://money.msn.com/top-stocks/post--exxon-ceo-joins-lawsuit-citing-fracking-concerns
Por acaso também concordo com a abordagem europeia. A questão é que os riscos são bem conhecidos, faz-se fracking há mais de meio século. Incluindo na Europa.