Depois de um manifesto que defende a reestruturação da dívida pública, que junta quem nunca tinha sido possível juntar desde o 25 de Abril, o Jornal de Negócios publica esta capa e dá o seguinte título à notícia sobre a conferência que organizou ontem: "A unanimidade contra a reestruturação e pelo consenso político".
O Jornal de Negócios caraterizava-se por ser um jornal equilibrado e altamente qualificado mas aqui comportou-se como mais um jornal de facção. A unanimidade verificada na plateia da conferência organizada pelo Negócios diz mais sobre os seus participantes e sobre quem os mobilizou do que sobre os consensos políticos possíveis em Portugal.
As reações ao 'Manifesto dos 70' e a necessidade de todos os sabujos terem vindo ladrar que parecia impossível e que era uma irresponsabilidade falar da reestruturação da dívida, que ai Jesus, o que poderiam pensar os credores (como se existissem assuntos tabus em Democracia e como se os credores já não estivessem fartos de saber que a dívida não é pagável, ver p.e. a apresentação do Tortus Fund de que já falaram aqui, creio) mostra o profundo desconforto que o 'Manifesto' gerou e é uma medida do seu sucesso. Parabéns aos 'Ladrões' por terem mantido este assunto na berlinda. Como dizia, creio eu, Gandhi 'First they ignore you, then they laugh at you, then they fight you, then you win'. Vocês estão agora na fase 3... Já agora, as críticas de Salgado de Matos ao 'Manifesto' são válidas, em particular a propósito da ausência de soluções concretas para a competitividade e para o crescimento. Faltam agora os estudos sobre a natureza da dívida (auditoria), sobre os custos de saída do Euro, assim como sobre uma Reforma do Estado (incluindo uma Reforma Fiscal) que permita que possamos no Futuro estar menos dependentes dos 'Mercados'. Perder 3 vezes a Soberania em menos de 40 anos chega, penso eu...
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