Foram publicados finalmente os dados sobre pobreza e
desigualdade em Portugal para 2012, ano em que o impacto da austeridade na vida
dos portugueses foi maior. À partida, os dados não oferecem grandes surpresas:
a taxa de pobreza subiu de 17,9% para 18,7%, afectando sobretudo desempregados
e famílias monoparentais. No entanto, um olhar mais detalhado sobre os dados
mostra-nos um cenário bastante mais assustador. A taxa de pobreza é uma medida
relativa - 60% do rendimento mediano. Ora, em 2012 o
rendimento mediano caiu. Assim, só foi considerado pobre quem tinha menos de
409 euros mensais. Se tomarmos como referência o valor de 2009 (ano em que o
rendimento disponível também diminuiu), a taxa de pobreza em Portugal dá um
salto de 21,3% em 2011 para 24,7% em 2012, já depois de transferências sociais.
Ou seja, basta aumentar o limiar de pobreza em 60 euros, para 469 euros, para
obtermos um novo salto de 6 pontos percentuais. Esta estatística dá assim conta da verdadeira
dimensão da crise social que enfrentamos.
Isto, sem olhar para os dados tenebrosos, de quase um terço das famílias sem
capacidade de aquecer devidamente a sua casa, ou de quase metade das famílias
não conseguir enfrentar uma despesa inesperada de 400 euros sem recorrer ao
crédito.
O outro dado preocupante diz respeito à desigualdade. Se
tivermos em conta o índice de Gini, a desigualdade recuou ligeiramente para os
níveis de 2010 (34,2). No entanto, a diferença entre o rendimento dos 10% mais
ricos e os 10% mais pobres disparou de 10 para 10,7 vezes, tendo sido o seu
valor em 2009 de 9,2. Como explicar esta aparente contradição? É razoavelmente fácil. A
diferença entre os muito pobres e os remediados diminuiu, já que os últimos
tiveram maiores perdas relativas de rendimento, dado o baixíssimo rendimento dos primeiros. Contudo, o rendimento dos mais ricos resistiu melhor à
crise, aumentando assim a diferença. Conclusão, a crise não é certamente igual
para todos.
Concluir que as crises não são iguais para todos, é uma evidência.
ResponderEliminarMas a comparação mais interessante é comparar desempregados e funcionários públicos.
Esses dois grupos compõem os mais significativos agrupamentos de avaliação da crise - a diferença entre quem tem e quem não tem direito constitucional a um rendimento!
"José" os seus comentários são óbviamente um embuste, não tenha os outros como incapazes.
ResponderEliminarO governo pode orgulhar-se do seu “ajustamento”. Estamos mais pobres, criamos menos riqueza, há mais risco de pobreza, estamos mais endividados, temos mais impostos e serviços do Estado mais caros.
ResponderEliminarSe era isto que Passos Coelho e Paulo Portas queriam para o seu país, e tudo leva a crer que sim, pois mostram-se muito satisfeitos e sempre disseram que “os portugueses viviam acima das suas possibilidades e que teríamos que empobrecer”, devem encontrar-se muito felizes pois cumpriram a sua missão. Mas, ao que parece, ainda não estarão satisfeitos pois preparam-se para novas medidas de empobrecimento.
Pena que não explicite o 'embuste', Anónimo das 15.08!
ResponderEliminarSegundo esse raciocínio, se tomarmos como referência o valor de 2009 em 1990 ou 80 ou 70 etc. a esmagadora maioria da população era pobre.
ResponderEliminarEspanta-me como estamos vivos.
Os comentários de josé não são somente um embuste.
ResponderEliminarSão uma coisa bem mais feia e sinistra.
Duma penada jose tenta esconder o horror da crise que se abate sobre os portugueses com um expediente que lembra o usado pelos nazis.
Saca dos funcionários públicos como se estes fossem o álibi para as políticas criminosas de quem nos governa, tal como outrora outros já fizeram.Pelo meio tenta usar tais funcionários públicos como bode expiatório pela falência da política seguida pelos extremistas neoliberais que nos governam.
E ainda tem a lata de falar em "rendimento" da forma como o faz.
É não só feio como perigoso . Mas jose sabe o que faz e porque o faz.
Adivinha-se o grito que lhe corrói a alma: "vamos a eles, aos judeus perdão, aos funcionários públicos"
De
Mas podemos estar descansados.José diz que "concluir que as crises não são iguais para todos é uma evidência"
ResponderEliminarDaí que, e segundo sugestão do dito jose, mudemos rapidamente de assunto e tentemos aumentar ainda mais o desemprego, agora à custa dos funcionários públicos porque esta história dos ricos estarem cada vez mais ricos e os pobres mais pobres é coisa que é para ocultar de todas as formas possíveis.
"É o capitalismo estúpido"
De
Uma análise apenas um pouco mais cuidada, para lá da da comunicação social dos repetidores, acaba por demonstrar como a diferença entre o topo e a base da pirâmide continuou a aumentar. Mas entretanto a rtp limitou a dizer linearmente que as desigualdades diminuíram! O nivelar por baixo é motivo de jubilo em Portugal.
ResponderEliminarAlguém se lembara de que Portugal sempre foi um país pobre?
ResponderEliminarQue quando teve riquezas as conquistou fora das fronteiras!
Que o escudo só foi moeda forte com Império, emigração e disciplina orçamental!
Quem me fala das nossas riquezas e da nossa capacidade de as criar?
Quem me fala de crescimento económico e não de estatísticas de pobreza ou de como aumenta o PIB se forem distribuídos subsídios e salários para que não há receita?
Há quem queira encobrir a pobreza como se ela não existisse e como se por detrás dos números não estivessem impressionantes relatos individuais de miséria e de asfixia moral e física.
ResponderEliminarEntretanto quem assim tenta escamotear a realidade social tenta fazer nas entrelinhas o elogio a coisas bafientas,escabrosas e bolorentas como o império e "outras disciplinas"
Deixou-se por momentos os judeus, perdão os funcionários públicos, para outros derivativos.
Mais uma vez se tenta esconder que o que está em causa é mesmo a distribuição da riqueza.E por mais que se tente camuflar a realidade, os números não enganam ninguém.
De
«...o que está em causa é mesmo a distribuição da riqueza» diz DE, o comuna básico,para quem a riqueza é uma horta que renasce após cada colheita!por obra e graça de chuva e sol
ResponderEliminarA falta de argumentário leva o senhor jose a optar pela classificação nosológica que lhe parece apropriada.
ResponderEliminarLastima-se que o ódio aos judeus, perdão aos funcionários públicos, tenha passado agora para uma outra estratégia também adoptada noutros tempos pelos mesmos personagens
Mas factos são mais poderosos que todas as palavras usadas por mim ou pelo senhor jose que teima em tentar atirar poeira para os olhos: os ricos estão ainda mais ricos,sobretudo os muito ricos.A taxa de pobreza sobe, Tal como durante o tristemente salazarismo em que "a disciplina orçamental" escondia o país miserável que éramos e onde os "donos de Portugal" singravam a toda a vela.Como continuam a singrar.
A questão passa mesmo pela distribuição da riqueza gerada.E pelo seu roubo, em nome da troika e escondida pelo euro.
Os muito ricos vêem as suas fortunas crescer.Pelo caminho fogem aos impostos, refugiando-se na Holanda ou em similares,com o aplauso de uns tantos.Por acaso o senhor jose foi um deles.Por obra e graça sabe-se lá do quê.
De
Caro Nuno, não temos de ficar preocupados pois o Primeiro-Mordomo já afirmou que a partir de agora vão combater a porbreza e a desigualdade. Como todos sabemos o que vale a palavra dele, não há que nos preocuparmos.
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