«Não vale a pena fazer alusão às opções ideológicas de Soares dos Santos nem às fintas a que a sua "companhia" recorre para reduzir a carga fiscal. (...) Alexandre Soares dos Santos nunca escondeu que tem a fórmula para aumentar a produtividade do país: "trabalhar mais horas e mais a sério, quer no Estado quer na iniciativa privada, de forma a permitir a redução do custo da hora de trabalho, tornando-a mais competitiva". Mais, se o patrão do Pingo Doce mandasse, as empresas e o Estado estariam de portas abertas sete dias por semana. De resto, a «companhia» de Soares dos Santos não tem fama de dar descanso às inspecções do trabalho: em Portugal e na Polónia. E todas aquelas medidas, como o banco de horas individual, que contribuem para um bom ambiente dos "recursos humanos e as suas famílias" têm sido adoptadas, com os resultados que este relato comprova: "Alguns 'chefes' são verdadeiros carcereiros, ameaçando os trabalhadores com represálias e transferências, transformando secções em prisões".»
Miguel Abrantes, Dr.ª Maria de Belém, era mesmo a este Soares dos Santos que se queria referir?
«Belmiro sabe, melhor que ninguém, que a produtividade depende de muitos factores: da organização das empresas, da liderança, da aposta na formação, das condições de trabalho e, já agora, do tipo de bens que produzem. O preço por hora de quem trabalha numa fábrica de conservas ou de quem trabalha na BMW é seguramente muito desfavorável para o primeiro trabalhador - embora ele possa trabalhar mais tempo e melhor que o segundo. E porquê? Porque, como é óbvio, o bem final produzido é muito mais valorizado no caso do segundo trabalhador que no primeiro. Só que não são os trabalhadores que decidem que bens devem produzir. São os empresários, são os investidores. E se constatarmos que na última década em Portugal, o investimento caiu em sete, percebemos que quem mais tem contribuído para a baixa produtividade da economia portuguesa são... os empresários.»
Nicolau Santos, Belmiro e os trabalhadores alemães
«Na sua senda de reduzir os custos das empresas com os seus trabalhadores, foi proposto à troika uma redução das indemnizações por despedimentos ilegais, ou seja, despedimentos feitos sem que haja um motivo previsto na lei. (...) Para o Governo e troika trata-se de uma consequência lógica da redução das indemnizações por despedimentos legais que foi feita anteriormente. Acontece que uma coisa é uma compensação económica que é devida ao trabalhador por um acto legal. Outra é a indemnização a que este tem direito por ter sido vítima de uma ilegalidade que lhe custou o seu ganha-pão. Num país onde já é tão incomum um cidadão recorrer a um tribunal para fazer valer os seus direitos, o Governo toma a iniciativa de reduzir a compensação a que tem direito caso lhe seja dada razão.»
Manuel Esteves, Despedir sem justa causa é ilegal mas não faz mal
O despedimento ilegal pode ser tão só um erro processual ou um juíz com aquela 'enorme sensibilidade social' dos abrilescos.
ResponderEliminarNão é nunca um problema de uma grande empresa, mas sim daquele micro- pequena - média empresa, que todos dizem querer defender, e em que o patráo julga bastar estar coberto de razão para pôr na rua um qualquer cretino assalariado.
Oh José, és assessor em que ministério ?
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