segunda-feira, 31 de março de 2014

Fazer parte do consenso, fazer parte do debate


No mesmo dia em que Paulo Rangel afiançava que o Manifesto dos 74 «já saiu da agenda», não tendo tido a «adesão dos portugueses» e que por isso já «ninguém fala dele», os seus promotores lançavam a Petição pública «Preparar a reestruturação da dívida para crescer sustentadamente» (que pode ser lida e subscrita aqui), dirigida à Presidente da Assembleia da República, tendo em vista «a aprovação de uma resolução recomendando ao governo o desenvolvimento de um processo preparatório tendente à reestruturação da dívida, com os fundamentos constantes do manifesto» e «a realização de um processo parlamentar de audição pública de personalidades relevantes para o objectivo em causa».

Em apenas três dias, a petição reuniu mais de 18 mil assinaturas, demonstrando assim o amplo e crescente consenso que o Manifesto 74 está a suscitar na sociedade portuguesa e obrigando a abrir o debate que governo e seus fieis correlegionários (entre os quais o presidente da República, Cavaco Silva, e o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso), desejariam irresponsavelmente manter fechado a sete chaves. E entretanto, para além da criação da petição pública e do apoio recebido por 74 economistas estrangeiros, associaram-se ao manifesto nomes como os de Jorge Miranda, Alfredo José de Sousa, Lídia Jorge, Pinto Ramalho, Melo Gomes, Januário Torgal Ferreira, Seixas da Costa, Eugénio da Fonseca, Ana Gomes e Pacheco Pereira, entre outros.

É no contexto deste debate, cada vez mais premente, que o Congresso Democrático das Alternativas promove, no próximo dia 2 de Abril, a sessão pública «Reestruturar ou empobrecer», que conta com a participação de Hugo Mendes (abertura), João Cravinho, Ana Drago, José Castro Caldas e Manuel Carvalho da Silva (encerramento). É a partir das 21h00 no Auditório Camões, em Lisboa, e estamos todos convidados.

3 comentários:

  1. A senhora Ana Gomes também apoia o Manifesto?!!
    Sonha com o Bloco central, ao mesmo tempo que apoia o manifesto, é muita coisa junta…

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  2. Assim à primeira vista, dá-me toda a impressão de que o Manifesto é uma espécie de albergue Espanhol, ou saco de gatos, como por cá também se diz.
    Não houvesse falecido há já muitos anos e ainda Leitão de Barros faria um filme sobre o Portugal do Manifesto, com gentes saloias de mão dada com a burguesia industrial, em películas onde tudo acaba bem e em bem, se mais não for, porque a menina pobre achará bom casamento.

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  3. São os mesmos, que atiraram Portugal para a pré-bancarrota.
    Têm a memória curta.

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