terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Austeridade nos outros é refresco para o Estado Alemão

Alemanha consegue em 2013 um excedente orçamental. No entanto, como o gráfico abaixo mostra (via Krugman), este foi dos países que menos austeridade impôs entre 2009 e 2013. Surpresa? Nem por isso, se tivermos em conta que o maior crescimento económico permitiu maiores receitas fiscais e que a Alemanha suporta taxas de juro sobre a sua dívida historicamente baixas, reflexo da fuga de capitais do Sul.


8 comentários:

  1. «... reflexo da fuga de capitais do Sul.»
    Eis uma forma capciosa de inferir que o mal do Sul é um bem para a Alemanha!
    Os capitais afluem aonde está a segurança das políticas e a fiabilidade das administrações!

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  2. o maior crescimento económico permitiu maiores receitas fiscais

    Certo. O mesmo se passou em Espanha e na Irlanda até 2007. Esses países também tinham forte crescimento económico e gozavam de superavites orçamentais.

    A questão é, pois, a de saber se o atual crescimento económico alemão é sustentável ou insustentável (como o foram os crescimentos espanhol e irlandês imediatamanete antes de crise, pois que eram sustentados por bolhas imobiliárias).

    Ou seja, o superavite só por si nada nos diz. O que é preciso é saber se aquilo que o sustenta pode ou não continuar no tempo.

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  3. Os capitais movem-se, como alguém disse noutros termos,por tudo e por nada porque o objectivo do capital não é pensar as pessoas, é, como um vírus, multiplicar-se a si. E sim, o mal do Sul é um bem para a Alemanha. Basta ver a produção que se faz no Sul a favor da Alemanha, do consumo que se faz no Sul, a favor da Alemanha, e os fluxo migratórios do Sul para a Alemanha, que são feitos nos tempos mais recentes, por pessoal altamente qualificado. E não se iluda, ao contrário das malas de cartão, estes não levam planos para voltar...

    Já o comentário do Luís parece-me muito mais acertado em relação ao perigo de se estabelecerem correlações directas nestes assuntos. No entanto, o mesmo comentário pode ser aplicado a algumas das medidas, nomeadamente privatizações, deste governo.

    Terão os corte que efectuámos contribuído para que o "milagre económico", que nos dizem estar aí a bater à porta, seja sustentável, ou apenas um artifício dos números?

    Nunca é demais lembrar o exemplo do Ford, que para fazer fortuna aumentou os funcionários (e não só, mas sem esta medida todas as outras falahavam). Se o nosso modelo económico é preferencialmente consumista, como poderá haver crescimento sem consumo e consumo sem capital no bolso?

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  4. O gráfico inclui NE e SP, respetivamente os códigos ISO 3166-1 de duas letras do Níger e de… coisa nenhuma. Depreendo que deveria ser NL e ES, mas lamento.

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  5. " Eis uma forma capciosa de inferir que o mal do Sul é um bem para a Alemanha! "

    Pelo que se lê da Merkel, então quando ela fala da Grécia até mete nojo, é a conclusão a tomar.

    " O mesmo se passou em Espanha e na Irlanda até 2007."

    Até parece que esses países não tiveram medidas enormes de empobrecimento, a partir dessas datas. Assim como nós estamos a ter. O mesmo não se passa na Alemanha

    "o exemplo do Ford, que para fazer fortuna aumentou os funcionários "

    A seguir à grande depressão, começou a haver um consenso que era preciso os ordenados aumentarem, ou as empresas faliam.
    Foi aí que foram buscar Keynes, hoje batido pelos neo-liberais

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  6. O Nuno e o resto dos ladrões podiam, de quando em vez, comentar/responder a posts do krugman como o que ponho em baixo e não apenas aqueles onde partilham pontos de vista.

    http://krugman.blogs.nytimes.com/2014/02/01/macroeconomic-populism-returns/?_php=true&_type=blogs&_r=0

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  7. João N,

    Espero que não esteja a falar do modelo Ford como resultado da Grande Depressão...

    De resto, quer Ford (que convenhamos, dificilmente leva o cunho de "canhoto") quer a saída da Grande Depressão nos dizem que dificilmente o caminho trilhado nos leva à saída da crise.

    A menos que o objectivo seja um estado de crise permanente, se assim for então o sucesso é evidente. Na onda ainda dos apontamentos históricos, também se pode comparar a situação portuguesa de final do séc. XX, com a do final do séc. XIX (aquela que levou ao regicídio e às revoluções republicanas).

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  8. Que vidinha a do José, tão contente e ufano com o capitalismo, com a segurança e a fiabilidadedas administrações. E que tal f**** ?

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