Em apenas dois anos, a «ajuda externa» e o «ajustamento estrutural» conduziram Portugal a uma situação demográfica absolutamente inédita. Pela primeira vez na nossa história, o saldo natural e o saldo migratório passaram, simultaneamente, a registar valores negativos: a natalidade deixou de compensar o número de óbitos e o aumento vertiginoso da emigração somou-se à incapacidade do país para atrair cidadãos estrangeiros (já de si agravada pela recente saída de muitos dos que chegaram nas vagas imigratórias mais recentes).
De facto, se durante a década de oitenta o crescimento demográfico se fez por conta de saldos naturais positivos (que permitiram compensar as perdas migratórias), na década de noventa esse crescimento fez-se sobretudo através do aumento exponencial da imigração (que minimizou assim o contributo cada vez mais ténue dos saldos naturais). Em 2011, porém, tudo parece alterar-se para inaugurar um novo ciclo, marcado pelo declínio demográfico acelerado e que mostra como a austeridade mata, ao atirar a natalidade para valores impensáveis, ao empurrar portugueses para lá das fronteiras do seu país e ao tratar de afugentar cidadãos imigrantes. O resultado global pode pois ser descrito numa expressão recente de Pacheco Pereira (formulada com um alcance mais vasto), sobre a conversão de Portugal - às mãos do governo e da troika - num «terreno salgado e estéril».
Confrontado com os contornos dantescos deste cenário demográfico, Pedro Lomba, o Secretário Adjunto do ministro Poiares Maduro, teve uma ideia assaz luminosa: «captar» imigrantes que criem emprego, de modo a «reter» no nosso país os jovens qualificados que abastecem o caudal da nova emigração. Assim, com esta simplicidade confrangedora e inteiramente alheada do ambiente social e económico hostil que a austeridade produz: os imigrantes «têm potencial e talento, são os mais qualificados ou estão a estudar para obter as suas qualificações, são empreendedores». Por isso, se os conseguirmos «captar», «eles podem contribuir para reter o talento nacional».
Não importa pois que a política de «vistos gold», que Pedro Lomba pretende deste modo reforçar, não tenha produzido até hoje qualquer efeito no mercado de trabalho. Como não faz mal nenhum ignorar que os benefícios, para o país, dos recentes fluxos de imigração, advenham do facto de esta ter sido massiva e de trabalho por conta de outrém (e não de famigerados «empreendedores estrangeiros qualificados»). Tal como não importa o facto de o governante achar que deve passar a ser esta a missão central do ACIDI, o «Alto Comissariado para a Imigração e o Diálogo Intercultural». De facto, o mesmo governo que está, com todo o esmero, a tratar de inverter os bons resultados em educação, recentemente obtidos por Portugal no Relatório PISA, não se importará de alienar também a manutenção da posição invejável que o nosso país tem mantido no MIPEX, o index internacional de comparação de políticas de integração de imigrantes.
E vamos de mal a pior...asneira atrás de asneira...
ResponderEliminarEu não vejo "cenário dantesco" nenhum.
ResponderEliminarA população de Portugal tem crescido continuamente, sem parar, durante os últimos vinte ou mais anos; qual é o mal de que agora ela diminua um bocado?
Será que Portugal está subpovoado? Eu não acho. Portugal tem hoje quase um milhão mais de habitantes do que tinha na minha infância!
E como era o Portugal da tua infância Lavoura?
EliminarO Luís Lavoura apenas olha. Não vê.
ResponderEliminarLuís B. Coelho
Claro lavoura, para é que são necessárias as pessoas? Olha o teu exemplo, que não estás cá a fazer nada.
ResponderEliminarO caminho a seguir para resolver o problema demográfico é... uma boa gestão dos recursos humanos... e não... a nacionalização da 'boa produção' demográfica daqueles (ex: islâmicos) que tratam as mulheres como uns 'úteros ambulantes'!!!
ResponderEliminar.
Existem muitos homens sem filhos ['por isto ou por aquilo' não agradam ás mulheres] que devidamente motivados/acompanhados... poderiam ser óptimos pais solteiros!!!
A ausência de tal motivação/acompanhamento não só é uma MÁ GESTÃO DOS RECURSOS HUMANOS da sociedade... como também, um INJUSTIÇA HISTÓRICA que está grassando nas Sociedades Tradicionalmente Monogâmicas.
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Explicando melhor:
- Já há vários anos [apesar de ser alvo de censura... e apesar de ser 'ridicularizado'...] que venho divulgando uma importante mensagem... que vai provocar UMA MUDANÇA ESTRUTURAL HISTÓRICA DA SOCIEDADE... uma autêntica revolução na sociedade:
- o Direito à Monoparentalidade em sociedades Tradicionalmente Monogâmicas.
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Resumindo o assunto:
--> Já tenho dito isto muitas vezes:
i) tal como acontece com muitos outros animais mamíferos, duma maneira geral, as fêmeas humanas são 'particularmente sensíveis' para com os machos mais fortes...
ii) nas Sociedades Tradicionalmente Poligâmicas apenas os machos mais fortes é que possuem filhos;
iii) no entanto, para conseguirem sobreviver, muitas sociedades tiveram necessidade de mobilizar/motivar os machos mais fracos no sentido de eles se interessarem pela preservação da sua Identidade... de facto, analisando o Tabú-Sexo (nas Sociedades Tradicionalmente Monogâmicas) chegamos à conclusão de que o verdadeiro objectivo do Tabú-Sexo era proceder à integração social dos machos sexualmente mais fracos; ver o blog « http://tabusexo.blogspot.com/».
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P.S.1.
É errado estar a dizer (como já alguém disse) «a Europa precisa de crianças, não de homossexuais!»... isto é, ou seja... a Europa precisa de pessoas (homossexuais e heterossexuais) com disponibilidade para criar crianças!!!
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É UMA MUDANÇA ESTRUTURAL HISTÓRICA DA SOCIEDADE: os homens poderão vir a ter filhos... sem repressão dos Direitos das mulheres... leia-se: O ACESSO A 'BARRIGAS DE ALUGUER'...
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Nota: Embora a monoparentalidade possa trazer alguns problemas… será sempre uma MENSAGEM DE GRANDE IMPACTO SOCIALIZADOR que se pode dirigir às crianças/jovens: «o Direito à monoparentalidade permitirá a muitos de vós ter acesso a um Direito - o de ter filhos -… Direito esse ao qual muitos de vós… dificilmente teria acesso, caso não existisse o Direito à monoparentalidade».
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P.S.2.
Com o declínio do Tabú-Sexo (como seria de esperar) a percentagem de machos sem filhos aumentou imenso nas sociedades tradicionalmente monogâmicas.
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Mais, por um lado, muitas mulheres vão à procura de machos de maior competência sexual, nomeadamente, machos oriundos de sociedades tradicionalmente Poligâmicas [nestas sociedades apenas os machos mais fortes é que possuem filhos, logo, seleccionam e apuram a qualidade dos machos]... por outro lado, muitos machos das sociedades tradicionalmente Monogâmicas vão à procura de fêmeas Economicamente Fragilizadas [mais 'dóceis'] oriundas de outras sociedades...
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P.S.3.
Idealmente, uma criança deveria estar sempre acompanhada do pai e da mãe... todavia, como é óbvio... não se pode proibir às pessoas que têm filhos o Direito ao divórcio -> ora, de facto, é um Direito ao qual as crianças também quererão vir a ter acesso: o Direito ao Divórcio!
Idealmente seria bom todas as crianças terem um pai e uma mãe... mas também... idealmente seria bom todas as crianças terem a oportunidade de virem a ser pais (ser pai ou ser mãe) -> ora, de facto, é um Direito ao qual as crianças também quererão vir a ter acesso: o Direito à Monoparentalidade!
F.R.A.R.