O direito à desvalorização das moedas nacionais não é senão uma expressão institucional do respeito pelas nações, representadas através dos seus Estados, enquanto comunidade económicas de vida e de destino singulares (...) [C]onstitui uma espinha cravada na garganta do totalitarismo de um mercado único (...) Um sistema internacional que permite a desvalorização (...) tolera a diversidade e permite uma coexistência que preserva a autonomia, com uma coordenação cautelosa nas margens (...) Sendo assim a abolição do euro na sua forma atual equivaleria à abolição do padrão-ouro.
Excertos do livro de Wolfgang Streeck, sociólogo e director do Instituto Max Planck para o Estudo das Sociedades de Colónia. Acabei agora a recensão para uma revista. Trata-se de uma original história racionalizada do capitalismo recente e das suas crescentes tendências pós-democráticas, assinalando um engajamento de uma certa sociologia com a economia política, que é demasiado importante para ser deixada apenas a economistas. Parte central do drama passa-se na Europa, claro.
O João pensa que, com todos os países a fazerem desvalorizações para adquirirem vantagem comercial sobre os restantes, o mundo permaneceria em paz?
ResponderEliminarDesvalorizações a torto e a direito são uma forma de sabotar o mercado livre. Em breve ressurgiriam taxas alfandegárias e toda a sorte de retaliações, comerciaias ou piores.
Não se brinca com o dinheiro impunemente.
A política cambial é uma política económica perfeitamente legítima, sobretudo para facilitar as relações económicas com o exterior de um país.
ResponderEliminarOutra coisa são desvalorizações competitivas.