Como procuramos argumentar aqui e aqui, nas vésperas da grande crise internacional de 2008-2009, o que mais distinguia Portugal - e a generalidade dos países que foram apanhados pela crise do euro - face à média da UE era a dívida externa (e não a dívida pública). Como se pode ver pelo gráfico abaixo, a principal excepção a este padrão era, precisamente, a Irlanda, cujos níveis de endividamento externo não se afastavam da média da zona euro.
Posição do Investimento Internacional em percentagem do PIB, 2007
Fonte: AMECO
Quando os investidores internacionais olham para estes dados vêem, de um lado, países que revelavam há vários anos dificuldades crescentes em equilibrar as suas contas externas (incluindo Grécia, Portugal e Espanha) e, de outro lado, países cujas dificuldades recentes parecem prender-se mais com a sua exposição à crise financeira internacional do que com uma fraca estrutura produtiva (como a Irlanda).
Se as dificuldades são grandes para estes últimos, são incomensuravelmente maiores para aqueles que há vários anos vinham revelando ter uma estrutura económica pouco compatível com os termos da sua participação nos processos de integração europeia e de globalização comercial.
Neste sentido, não nos estamos a tornar mais parecidos com a Grécia: somo-lo há muito tempo.
Um pormenor interessante do gráfico é verificar que a grande maioria dos países "à direita" da média europeia, são reconhecidos paraísos fiscais (BE, NL, CY, AT e se contarmos com a Gronelândia, DK).
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