Num comício ontem realizado em Rendsburg, no norte da Alemanha, Angela Merkel defendeu que «a Grécia nunca deveria ter entrado na zona euro», associando os actuais problemas com que a Europa se confronta à permissão de entrada daquele país na zona monetária, a par da ideia de que o Pacto de Estabilidade foi, na sua génese, um pacto «fraco». E num esforço acrescido de clareza, a chanceler acrescentou: «temos que mostrar solidariedade, mas é preciso que ela esteja também sempre associada a reformas nestes países». Sim, a solidariedade de quem amealhou 41 mil milhões de euros desde 2010 com a suposta crise das dívidas soberanas.
Na terça-feira, numa entrevista a um diário alemão, o presidente da Federação da Indústria Alemã (BDI), Ulrich Grillo, propunha, qual abutre, que Atenas transferisse parte do seu vasto património nacional para o fundo de resgate europeu, que poderia assim vendê-lo para cobrar dívida e se financiar. A proposta não chega a ser tão obscena como a formulada pelos deputados alemães Josef Schlarman e Frank Schäffler (da CDU e do Partido Democrático Liberal, respectivamente), que em 2010 defenderam que Atenas deveria vender algumas das suas ilhas, para abater dívida pública (situada então em 110% do PIB). Para Grillo, bastaria que a Grécia alienasse hoje parte do seu património nacional, no valor de várias centenas de milhares de milhões de euros, como «é o caso, por exemplo, de empresas do setor da energia, portos, aeroportos ou imobiliárias».
Juntando a estas as recentes declarações do presidente do eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, quanto à necessidade de aplicar um terceiro resgate a Atenas, a nebulosa de afirmações que assim se produz parece mostrar pelo menos duas coisas: que a eurocracia predadora não aprendeu (quererá aprender?) rigorosamente nada sobre a calamidade política, social e económica a que a sua receita de austeridade está a conduzir; e que podem eventualmente estar a ser dados os primeiros passos do processo de expulsão da Grécia da zona euro. Dois sinais a que Portugal deve, obviamente, estar atento. Objects in the mirror are closer than they appear?
«eurocracia predadora»?
ResponderEliminarQue é isso? E tem a ver alguma coisa a ver com o Goldman Sachs e o Lehman Brothers? Ou com um Monopólio Financeiro Mundial em que os bancos funcionam como meras agências? E em que Merkel e Grillo são meros fantoches?
Eu concordo com o que o fulano alemao diz e até proponho que comecem pelo equipamento militar alemao, os eléctricos alemaes, os cronómetros (nos estádios) alemaes...
ResponderEliminarBoas Srs,
ResponderEliminarA dúvida deixou de existir (não a dívida!) O processo de re-autonomização da nossa Região Portuguesa vai acontecer inevitavelmente. A Europa "Comunitária", projecto de valências justas e igualitárias simplesmente deixou de ser objectivo. Antes de se comerem uns aos outros (como sempre na história até 1945) tentarão subjugar os que por inconsciência e incúria (dolo?) com eles alinharam.
Vamos esperar que sejam eles a expulsarem-nos do Euro? ou oferecemos-lhe primeiramente um pacote Madeira&Azores para os paparicarmos mais uns anos? Não há Comunidade nem lá nem cá. Que somos Nós os Portugueses, essa ideia barata? A Linha de Cascais mais a Foz do Porto? Que integridade procuramos, afinal defender?
Penso que a saída da Grécia do
ResponderEliminarEuro tem uma probabilidade cada vez mais elevada podendo ser certa a médio prazo