quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Fadigas há muitas

Há dois ou três dias atrás, confirmou-se, talvez com mais rigor, o que já se sabia: o governo alemão tem beneficiado com o facto de estar no topo da cadeia alimentar da Zona Euro, um panóptico monetário por si desenhado, assistindo a uma significativa redução das despesas com juros, mais de 40 mil milhões de euros, entre 2010 e 2014, em relação ao que estava planeado, segundo a Spiegel. Num contexto que se recusa a ser pós-nacional, as obrigações do tesouro alemão têm sido vistas como o refúgio para muitos investidores inseguros e que só encontraram a segurança possível no poder que mais se assemelha ao soberano da zona. Com notável sentido de oportunidade, a Câmara Corporativa repesca uma declaração de Poiares Maduro: “Se há a ideia de fadiga de austeridade em alguns países, também há a da fadiga da solidariedade noutros.” Só a ideia da simetria entre supostas fadigas, expressão de resto abominável da troika, é todo um programa de um governo que é como se não fosse de cá. Aliás, não foi por acaso que quando este europeísta de referência foi alcandorado a ministro o apodei de Gaspar do Direito.

1 comentário:

  1. Desemprego na Alemanha volta a subir e atinge 2,94 milhões de pessoas

    Jornal Público
    ANA RUTE SILVA e AGÊNCIAS 30/04/2013 - 11:28

    A taxa de desemprego da maior economia da Europa subiu para 6,9% em Abril.

    Incerteza na zona euro influencia mercado laboral na Alemanha MAYA HITIJ/REUTERS

    Desemprego na zona euro aumenta, mas em Portugal estabiliza nos 17,5%

    A taxa de desemprego na Alemanha aumentou para 6,9% em Abril, depois de no mês anterior ter alcançado os 6,8%. A maior economia da Europa tem mais quatro mil pessoas no desemprego, que atinge um total de 2,94 milhões.

    Este é o segundo mês consecutivo de queda homóloga e contraria as expectativas de 29 economistas questionados pela agência Bloomberg, que previam um aumento de mais duas mil pessoas nesta situação.

    O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que a economia alemã deverá crescer pouco mais de 0,6% este ano, numa altura em que os principais clientes das suas empresas na Europa continuam em recessão. Para a zona euro, o FMI aponta uma contracção da economia de 0,3% em 2013, comparável com a quebra de 0,1% estimada em Janeiro. Entre os países mais afectados estão a França e a Itália.

    “A incerteza na zona do euro está de volta e a influenciar o mercado de trabalho alemão”, disse David Milleker, economista-chefe da Union Investment GmbH, em Frankfurt. “Eu não esperaria uma redução do desemprego em breve”, sublinhou à Bloomberg.

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