1. Os portugueses enfrentam uma taxa de desemprego de 17% e os jovens, em particular, uma taxa de 40%. Nunca este país conheceu taxas de desemprego desta dimensão. É óbvio para quase todos que a política de austeridade é a principal responsável pelo estrangulamento da economia portuguesa e, consequentemente, pela destruição de empresas e emprego. É óbvio, mas o governo e a troika persistem no erro.
2. A austeridade tem de ser derrotada: a que está para lá da troika, mas também a que se fica pela troika. Em contexto de recessão, a austeridade é sempre perversa. Não existe uma versão virtuosa. Numa economia em contração, quando o Estado corta na despesa ou aumenta os impostos, o resto da economia cai mais.
3. O governo e a troika não aprenderam com o fracasso da sua receita. O alargamento do prazo de ajustamento, por mais um ano, pedido pelo governo, não é para evitar ou para reduzir a austeridade a impor no futuro, mas sim porque a austeridade praticada no passado tornou impossível atingir a meta previamente acordada.
4. Não podemos permitir que curtas flexibilizações das metas e tímidas reestruturações da dívida continuem a ser feitas em cima de milhares de empresas e de empregos destruídos. Precisamos de uma verdadeira e profunda renegociação do programa de ajustamento e de uma séria e responsável reestruturação da dívida, precisamente, para evitar essa destruição. Não depois do mal estar todo feito, mas a tempo de evitar mais estragos.
5. Se é da União Europeia que pode vir parte da solução para a crise que atravessamos, então vamos mostrar aos líderes europeus que o povo português não partilha a postura submissa de Passos Coelho e de Vítor Gaspar. Vamos fazer com que se ouça em Berlim, Paris e Bruxelas o “basta” dos portugueses à austeridade. Seremos parte de um coro europeu.
6. Sim, sou deputado. E nessa condição combato este governo e a política de austeridade onde posso. E sim, sou cidadão português. E nessa condição combato este governo e a política de austeridade onde posso. Por isso, dia 2 de Março vou estar na rua.
(crónica publicada à quarta-feira no jornal i)
A "frescura" destas palavras é particularmente bem-vinda sobretudo se tivermos em conta a proveniência partidária.
ResponderEliminarNo entanto, o apelo à mudança e à transformação pode se tornar contraditório quando se apela à renegociação de um dos seus principais bloqueios - o programa de ajustamento.
Será provavelmente conotada como radical tal alegação, o que não constituirá um erro de interpretação, quando o que se pretende é o radicalismo da interrogação.
Neste sentido, parece-me que o cerne passa por saber se estará o PS disposto a questionar um processo de integração europeia que se constitui como parte integrante da identidade nacional, nomeadamente no que diz respeito às linhas condutoras das suas principais instituições?
Subscrevo inteiramente este texto de Pedro Nuno dos Santos.
ResponderEliminarAs políticas seguidas por este Governo vão levar-nos a uma calamidade social em que será preciso recuar décadas para encontrar paralelo.
Eu tambem vou. O Pedro, o joão galamba,o pedro marques,o fernando medeiros, duarte cordeiro, pedro marques,fernando medina,pedro delgado alves, sergio sousa pinto etc são uma lufada de ar fresco neste surumbatico e mediocre PS.
ResponderEliminarEspero a todos na manifestação!