quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
FMI?
Se não temo o erro, é porque tenho poder para repeti-lo vezes sem conta. Isto é a troika e o seu governo. O governo encomendou o relatório ao FMI, forneceu os 'dados', em muitas conversas que se agradecem, e partilha as ideológicas conclusões, de resto há muito já tiradas, por exemplo, no Banco que não é de Portugal. Esta gente sabe que o seu plano só pode ser executado sob tutela externa. O corte adicional de 4000 milhões de despesa pública, como não podia deixar de ser, é directamente um corte de rendimentos, entre salários directos e indirectos. Depois é só multiplicar os efeitos no resto da economia. É sempre a comprimir a procura, sempre a assegurar a transformação da recessão em depressão. A conversa das “gorduras” era, todos o sabem agora, uma fraude. Gorduras são salários, pensões, subsídios de desemprego. Gorduras são postos de trabalho numa altura de desemprego de massas, o que serve o propósito de sempre: criar medo e desespero para fazer baixar ainda mais os salários. O público contamina o privado. O resto é um multiplicador da desigualdade: cortes na base mais frágil de um sector público relativamente diminuto e, apesar de tudo, mais igualitário do que o desigual sector privado, nova machadada na universalidade das prestações sociais, decisivos avanços privatizadores na educação, maiores barreiras monetárias no acesso ao que resta dos serviços públicos, entre outros mecanismos. Uma grande redistribuição de baixo para cima, em suma. É o chamado “internacionalismo monetário”, ou melhor, o europeísmo monetário...
Estes indivíduos (os banqueiros que dirigem o FMI e as suas parceiras financeiras) não são estúpidos – estão muito simplesmente a transformar o dinheiro que criam a partir do nada (e que não tem qualquer valor intrínseco), em algo de tangível: a apropriação dos bens dos Estados Empresas e Famílias da Europa.
ResponderEliminarExiste ainda outro objetivo mais sinistro – esses banqueiros compreenderam que boa parte da população europeia já não lhes serve para nada. O que é que eles preparam? Guerras civis (alimentadas por eles) para reduzir a população europeia e mundial a um quinto da actual?
DN – 14 de maio de 2012:
A Grécia pode ser tomada por "gangs armados de kalashnikovs" e cair na "guerra civil". Os receios de que a saída da Grécia do euro se tornem realidade aumentam à medida que o impasse político se mantém. Para além dos óbvios efeitos económicos, o ministro da Proteção Civil do Governo cessante alerta para o escalar da tensão social.
"Se a Grécia não conseguir cumprir com as suas obrigações e saldar a sua dívida, a dor será imensa", sublinha Michalis Chrysohodis à rádio Flash, citado pelo The Guardian. "O que temos mais a perder para além do que já perdemos?", questiona, para logo responder: "a nossa liberdade".
Está à vista de todos que o governo é o padrinho deste relatório “encomendado”. Dá-lhes jeito que sejam “outros de fora” a propor a satisfação dos seus desejos. O programa dito de ajustamento falhou clamorosamente, há que virar a agulha para outro lado na busca de 4 000 milhões de euros. Sempre em fuga para a frente…
ResponderEliminarComo cidadão deste país, espero que o respeito pela Constituição fale mais alto que a vontade deste governo, que como qualquer outro, é passageiro e conjuntural. A Constituição não pode ser suspensa (e alterada, só com 2/3 de aprovação parlamentar). Se este governo não se adapta a ela, só lhe resta um caminho: rua!