Quando se fizer a história do colectivo intelectual neoliberal em Portugal, ter-se-á de ter em conta o Departamento de Economia da Universidade Nova, a Universidade Católica, na economia ou nos estudos políticos, e o Banco de Portugal, em especial o seu gabinete de estudos económicos. Há outras ramificações, mas aposto que esta será vista como a consequente troika intelectual interna que venceu politicamente todas as oposições. O estudo em preparação pelo Ministério das Finanças e pelo Banco de Portugal, ou seja, pelo Banco de Portugal, para naturalizar o desemprego de massas indicará que o objectivo é sempre, para recorrer a João Galamba, o de consolidar o capitalismo científico. Um excelente jornalista britânico, Owen Jones, veio recentemente a Portugal como correspondente do Le Monde diplomatique e ficou fascinado com o fervor revolucionário de alguns economistas da Nova, com o seu entusiasmo com a oportunidade oferecida pela troika, que com eles se consulta, para destruir os vestígios da economia política do 25 de Abril. Escreveu então um artigo sobre Portugal que se debruça apenas sobre este pequeno mundo do liberalismo português. Um retrato de uma certa elite, onde se incluem professores com cátedras que têm o nome de bancos. De resto, faz-se de tudo, da mais fina elaboração teórica a momentos de propaganda mais descarada. O chamado dia da libertação de impostos, muito bem dissecado por João Pinto e Castro, é um desses momentos mais descarados com rede internacional. Trata-se, na realidade, de fazer com que o dia da libertação do serviço nacional de saúde ou da segurança social se aproxime.
Ao que sei a Gulbenkian financiou períodos formativos no estrangeiro para muitos dos protagonistas da economia política do cavaquismo fazerem os seus doutoramentos. Não é uma má pista para explorar.
ResponderEliminarCaro João
ResponderEliminarParecem prometedores... quer o artigo, quer o livro.
Obrigado pelas dicas.