terça-feira, 17 de janeiro de 2012
Desunião geral dos trabalhadores
Daniel Bessa, um dos intelectuais orgânicos de um certo patronato, saúda a coragem de João Proença e considera que a meia hora era uma brincadeira de crianças ao pé do que foi conseguido. Bessa tem razão: trata-se de uma vitória para o patronato medíocre, o que é bem sucedido a usar a crise como pretexto para reforçar um modelo extensivo de acumulação assente em despedimentos mais fáceis e baratos, em cada vez menos férias ou em horas extraordinárias que se tornam ordinárias num contexto de horários cada vez mais baralhados. Tudo parte de uma engenharia de desvalorização interna que só vai aumentar o desemprego e transferir todos os custos do ajustamento para os trabalhadores, para os seus salários cada vez mais reduzidos, para as suas cada vez mais precárias condições de vida. Desgraçadamente, a UGT cumpre o papel que muitos lhe reservaram: servir para tentar legitimar todos os retrocessos laborais. Para isto não é preciso ter coragem; basta apenas ter disponibilidade para dizer que sim a tudo.
Antes de mais quero agradecer ao João Rodrigues, ao Nuno Serra e demais "Ladrões de Bicicletas" o facto de existir este blog, pois tenho aprendido imenso sobre economia nas suas diversas áreas convosco.
ResponderEliminarAgora deixe-me dizer-lhe que não é preciso ir mais longe relativamente à UGT sabendo eu que estes senhores berram postas de pescada quando se entretêm a passar por sindicalistas, mas sabendo o tipo de atitudes que têm quando são "patrões", sim porque a UGT também tem empregados, depressa constatamos que em casa de ferreiro espeto de pau. Se puder averiguar procure por processos em tribunal que trabalhadores do Centro de Formação da UGT/IEFP tiveram de mover contra estes senhores quando eles se portaram e portam como o mais vil patrãozinho. Adianto que em todos os processos estes senhores da UGT perderam e procuraram fazer acordos com os seus trabalhadores, provavelmente para não ficar com a imagem manchada e não se saber na comunicação social, portando-se como déspotas que são.
Da UGTide tudo se espera.
ResponderEliminarEra o que mais faltava era a UGTide não assinar o acordo com a Quadrilha Selvagem.
Mas então a UGTide está cá para lavar mais branco ou não.? bom.!
É preciso é ter estômago.
ResponderEliminarMeus caros Ladrões de camelos (como se diz cá no Brasil).
ResponderEliminarJá acompanho o blog a bastante tempo e concordo em muito com o que dizem a respeito das medidas de austeridade como um aditivo à recessão que esta prestes a se consolidar em Portugal.
As medidas da troika atacam por todos os lados e principalmente na desvalorização do custo laboral, tanto para diminuir as despesas públicas (com os cortes salariais), como através de supressões na legislação trabalhista para supostamente trazer competitividade internacional à empresas portuguesas e incentivar a exportação.
As críticas do blog contra estas medidas (congelamento de salários mínimos dos privados, aumento da carga horária e facilidade na demissão) são justas. Por outro lado em uma lógica de mercado em recessão, leis não são capazes de garantir emprego a ninguém, as empresas ao quebrarem levam junto consigo os postos de trabalho.
Seria a flexibilização da legislação trabalhista e a consequente degradação dos trabalhadores um co-autor da recessão ou um mero efeito da bancarrota? Como inventar bons salários e combater o desemprego quando o próprio setor privado não tem um superavit de exportações e o cenário é cada vez mais tenebroso??
Da UGT não há que esperar muito. Sempre se posicionaram ao lado do PS e, por arrasto, ao lado das empresas. Não conseguimos, no entanto, deixar de fazer um reparo negativo em relação ao que foi a posição tomada pela CGTP de abandonar as negociações. A nosso ver não é pelo abandono que se consegue obter mais regalias ou direitos. Antes pelo contrário. A ideia que fica é a que de é a posição mais confortável.
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