quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
Vida fácil
Nas últimas estimativas troikistas, as recessivas políticas de austeridade terão destruído 75 mil postos de trabalho, em 2011, para uma recessão de 1,6%, e destruirão 93 mil no próximo, para uma recessão de 3% e uma quebra do emprego de 1,9%, o dobro do que um OE apostado na emigração sem fim previa. 168 mil empregos num total que pecará por optimismo. É a procura e a sua compressão que marcam o ritmo da destruição. A taxa de desemprego quase que terá quadruplicado entre 1999 e 2012. Quantas reformas do código do trabalho liberais teremos tido neste período? O poder de compra dos funcionários públicos terá sido reduzido, entre 2000 e 2012, em cerca de 30%. O esforço político é também o de fazer com que os trabalhadores do "privado" que não acompanharam esta tendência o façam. Parece que Cavaco afirmou a um diário económico holandês que os "portugueses" tiveram uma "vida fácil" com um euro que sempre foi de estagnação e que agora é só de crise. Em que país vive esta gente? Enfim, como só há uma economia, toda a conversa deste desgoverno sobre a criação de emprego não passa, enquanto vigorar uma política económica pré-keynesiana, de uma rematada aldrabice. Aliás, medidas como a redução cada vez mais mais brutal das indemnizações por despedimento, que poderá agora chegar aos 70%, destinam-se a tornar mais saliente, porque mais barata, a estratégia do despedimento e também a gerar aquela insegurança que, sendo pouco produtiva, sempre facilita a transferência de rendimentos de baixo lá para cima, o objectivo que dá consistência sistémica a todas as políticas públicas actuais. Lembrem-se que o FMI tem estudos que atribuem a crise à desigualdade excessiva...
Por mais evidente que seja a realidade nada importa porque o que está em causa é quem manda e quem manda não se tem de preocupar com a realidade dos factos porque os factos a estes não dizem respeito, mendigar decência, consciência ou dignidade é apelar ao dogma que todos os seres humanos são intrinsecamente bons e se calhar até o são agora parece-me por demais evidente o quão benevolentes temos sido ao aceitarmos um mundo onde a exploração, a morte e o sofrimento são a condição para o dito desenvolvimento.
ResponderEliminarO Governo faz um ataque aos nossos direitos e o PR vem bitaitar um contra parecendo estar do nosso lado apenas para amaciar e enquadrar o descontentamento dentro do mesmo quadrante político, depois adormece, entra em letargia e desaparece...
ResponderEliminarDo Blog RESISTIR:
ResponderEliminar"NOVOS NEGÓCIOS GREGOS
O governo dos EUA aprovou a entrega de 400 tanques Abrams à Grécia, tendo enviado ao seu governo uma carta quanto ao preço e disponibilidade. Por sua vez, o governo francês insiste em vender três fragatas à Grécia, o que tem provocado desgosto entre concorrentes da construção naval alemã. Assim se vê de onde vem o endividamento grego. Ao mesmo tempo, pode-se apreciar a qualidade de gestão de um governo sob a tutela da Troika FMI/BCE/UE."