segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Opções

No blogue que partilha com a eurodeputada socialista Ana Gomes, Vital Moreira afirma: “o fim do euro não é simplesmente uma opção racional.” No post anterior, Vital, que, reparem, ainda acha que a crise do euro pode vir a ser sistémica, tinha precisamente defendido uma tese equivocada, mas que orientou as actuais políticas de desvalorização social e salarial na base da crise terminal de um euro disfuncional desde o início, como agora até Delors reconhece: “a crise existe por causa dos países que não cuidaram de controlar o seu endividamento e o desequilíbrio das suas contas externas, vivendo duradouramente muito acima das suas possibilidades.” Perante isto, é caso para perguntar: quando é que o eurodeputado Vital se junta formalmente ao Partido Europeu de Merkel? É que já que são muitos os social-democratas a reconhecer a realidade política de uma distopia ordoliberal que procura aprisionar as sociedades europeias periféricas numa espécie de panóptico financeiro comandado por Berlim, via Bruxelas-Frankfurt. Isto não vai acabar bem porque as más ideias contam.

2 comentários:

  1. "Adeus tristeza, até depois, chamo-te triste por sentir que entre os dois, não há mais nada para dizer ou..."
    -Este Vital Moreira que um dia pensei poder ser o substituto natural do enorme Álvaro Cunhal, de Vital em Vital, vai ficando de tal forma DesVitaliZado que nem sei se alguma vez desaparecerá, assim, sem mais, volatilizando-se no espaço qual ser imaterial!...

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  2. Há certamente uma agenda pessoal por trás de tal opinião, por sinal coincidente com a de Passos Coelho.
    É facto que os governos de Portugal (PS e PSD) nos últimos 30 anos apostaram em políticas centradas no betão, houve fraude e corrupção para benefício pessoal, delapidaram-se recursos, a alienação de bens públicos continua. Mas, afinal, não era essa forma de actuação uma das faces do neoliberalismo, a que a Terceira Via de Blair deu uma ajuda?
    Cos diabos, pretender reduzir esta questão a “países a viver acima das possibilidades” – e a Islândia, que nem pertencia ao euro e à UE? - só tem um propósito: descartar responsabilidades, culpabilizar os povos que aí vivem e mostrar-lhes o caminho do empobrecimento. Quem quiser, que compre.

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