Numa altura em que até Durão Barroso já vai balbuciando “heresias” como Eurobonds, vemos bem desenhar-se no horizonte a necessidade de mais integração política contra a alternativa do falhanço total. Prepararmo-nos para o debate envolve esclarecer que estamos perante um trilema fundamental, em que as posições i) ser europeísta (defender a permanência na zona euro/união europeia), ii) ser “soberanista” (contra mais integração política), e iii) defender políticas socialistas não podem ser as três combinadas. Combinar i) e ii) resulta na integração assimétrica (i.e. integração de mercado sem instituições políticas) que nos trouxe até aqui, e que asfixia quaisquer hipóteses de estado na economia (a nível europeu ou nacional); manter ii) e iii) exige a saída de uma estrutura institucional que impede de facto políticas socialistas a nível nacional; finalmente, manter i) e iii) importa que não tenhamos medo de colocar um debate sério sobre federalismo no centro da agenda. Quanto mais tempo levarmos a reconhecer este trilema e a decidir que dois vértices dele queremos ter, mais provável será cairmos em contradições que nos enfraquecerão de futuro.
Mariana Santos
É só blasfémias da "esquerda radical/canibal", meu deus!
ResponderEliminarPrimeiro eram as terríveis euro-obrigações, agora abraçadas pelo nosso comissário.
Depois era a infame auditoria da dívida pública, agora tão amplamente defendida só em relação (curiosamente) à Madeira.
Agora já se admite a "reestruturação suave" das dívidas, sob um qualquer pseudónimo.
Meus senhores, ou a Europa e o governo estão a virar todos para a "extrema-esquerda" ou então a realidade teima em sobrepor-se aos dogmas da Igreja da Austeridade e à memória do "discurso irresponsável da esquerda radical/canibal".