Álvaro Santos Pereira debatia assim em Março deste ano no Negócios, apresentando as bondades da austeridade idealizada como romance de cordel. Acho que posso repetir o que afirmei nesse frente a frente:
A austeridade já não é a conta gotas. A torneira abriu-se e a história repete-se. Os economistas pré-keynesianos ganharam politicamente em toda a linha. O refúgio na retórica vaga da "gordura do Estado" é uma fuga à ética da responsabilidade. É evidente que nenhum espírito isento discordará do combate ao desperdício, aos grupos económicos que parasitam o Estado e fogem às suas responsabilidades fiscais ou ao cancro da economia informal. No entanto, as politicas de austeridade exigidas pelos "mercados" e pelas "estúpidas" regras dos pactos europeus implicam em todo o lado fazer cortes abruptos, injustos socialmente e contraproducentes economicamente.
Por que é que a lógica intrínseca e as consequências inevitáveis das políticas de austeridade não são enunciadas? Estamos já em plena política à FMI, mesmo que sem uma das variáveis, a desvalorização cambial, que tornou no passado estas políticas menos destrutivas. Neste contexto, vários estudos, incluindo do próprio FMI, reconhecem que a austeridade é sempre recessiva. Os cortes nas despesas sociais e nos serviços públicos, os cortes salariais na função pública e o aumento do desemprego, que se segue à compressão da procura, aumentam o medo na economia, levando à aceitação de cortes salariais no sector privado e, com as alterações regressivas da legislação laboral associadas, a uma diminuição do poder da esmagadora maioria dos trabalhadores. Esta é a inconfessada economia política da austeridade.
A austeridade já não é a conta gotas. A torneira abriu-se e a história repete-se. Os economistas pré-keynesianos ganharam politicamente em toda a linha. O refúgio na retórica vaga da "gordura do Estado" é uma fuga à ética da responsabilidade. É evidente que nenhum espírito isento discordará do combate ao desperdício, aos grupos económicos que parasitam o Estado e fogem às suas responsabilidades fiscais ou ao cancro da economia informal. No entanto, as politicas de austeridade exigidas pelos "mercados" e pelas "estúpidas" regras dos pactos europeus implicam em todo o lado fazer cortes abruptos, injustos socialmente e contraproducentes economicamente.
Por que é que a lógica intrínseca e as consequências inevitáveis das políticas de austeridade não são enunciadas? Estamos já em plena política à FMI, mesmo que sem uma das variáveis, a desvalorização cambial, que tornou no passado estas políticas menos destrutivas. Neste contexto, vários estudos, incluindo do próprio FMI, reconhecem que a austeridade é sempre recessiva. Os cortes nas despesas sociais e nos serviços públicos, os cortes salariais na função pública e o aumento do desemprego, que se segue à compressão da procura, aumentam o medo na economia, levando à aceitação de cortes salariais no sector privado e, com as alterações regressivas da legislação laboral associadas, a uma diminuição do poder da esmagadora maioria dos trabalhadores. Esta é a inconfessada economia política da austeridade.
«Os economistas pré-keynesianos ganharam politicamente em toda a linha»
ResponderEliminarSanta ingenuidade!
"O aumento do poder dos banqueiros internacionais tem sido de tal ordem que já não podem ser considerados, quanto à sua actividade profissional, cidadãos nacionais de nenhum país, com direito a negociar exclusivamente sob a supervisão desses governos.
Eles são na realidade cidadãos do mundo, com interesses globais e, como tal, devem ser obrigados a aceitar qualquer forma de controlo supranacional. "
- George Pattullo, no Saturday Evening Post.
("The Dearborn Independent", de 9 de Julho de 1921)
Músculo do Estado: SNS, Educaçäo pública, Seg. Social, Fisco.
ResponderEliminarGordura do Estado: PPPs, benesses e mordomias a detentores de cargos públicos, benesses e mordomias a gestores de empresas públicas, reformas milionárias aos anteriores, perdöes fiscais.
Por enquanto só vi cortar no músculo e deixar a gordura!!!!!
E agora? Por enquanto, manifestar-se nas ruas, sempre que possível. E nas próximas eleiçöes votar nos anti-austeritários. Porque a alternativa (revoluçäo à francesa) näo agradará nada aos ricos...