Como a recente experiência grega indica, com um ano de avanço sobre a intervenção externa em Portugal, é impossível “sanear” as finanças públicas num quadro brutalmente recessivo, como o que é agora causado pela austeridade. Daí que a mais recente notícia só deva surpreender os moralistas das finanças públicas que dominam uma Europa cada vez mais fracturada e que pedem mais “determinação” suicida – Grécia falha meta do défice e põe em dúvida próxima parcela do resgate: “O ministro das Finanças grego, Evangelos Venizelos, deu hoje uma conferência de imprensa onde assumiu que o défice aumentará ‘automaticamente’ devido ao ‘agravamento da recessão’, mas não adiantou ainda qualquer estimativa para o seu valor, que remeteu para meados de Setembro, após novas negociações com a troika.” A reestruturação a sério da dívida grega pode estar para breve. Depois logo se verá. Se não se superar a austeridade, a desagregação do euro começará pelo que é apresentando como sendo o seu elo mais fraco.
E como vai a Irlanda?
ResponderEliminarCusta-me a crer na ingenuidade dos planos de resgate e nas políticas a eles associadas, os países com maior peso estão a tentar tirar o máximo partido dos que estão mais fragilizados na expectativa de passarem ao lado de uma crise que muito tem a ver com a falta de escrúpulos e de ideias capazes de pensar o mundo de uma forma global.
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