segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A globalização infeliz

Depois de ter sido um dos principais intelectuais da “doutrina do choque” neoliberal imposta pelo FMI em tantos países – da América Latina ao Leste Europeu –, durante os anos oitenta e noventa, e agora desgraçadamente reeditada entre nós, é sempre bom confirmar que o economista Jeffrey Sachs está agora numa linha de economia mais substantiva, focada nos valores, como a felicidade, que temos boas razões para promover e na denúncia de processos económicos geradores de custos sociais, que acabam sempre por ser transferidos para quem menos poder e que temos boas razões para bloquear, reconhecendo então com todo o realismo que “o capitalismo global representa diversas ameaças directas à felicidade” ou que a “a procura louca pelos lucros empresariais está a ameaçar-nos a todos”. É por estas e por outras que temos de pugnar pela desglobalização sustentável.

1 comentário:

  1. Penso que a privação, o sofrimento e a tristeza são ainda hoje instrumentos ao serviço de uma lógica que assenta na menoridade do ser humano. O que será mais prolifero, a perspectiva de fugir a uma realidade adversa ou a perspectiva de algo melhor sem nada que se possa efectivamente perder? Aplicar um sistema que nunca funcionou bem a um mundo fora de portas dificilmente pode ser considerado um fenómeno de integração.

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