terça-feira, 16 de agosto de 2011

Ricos cada vez mais super


O conhecido filantrocapitalista Warren Buffett afirmou há já algum tempo, com realismo, que a luta de classes existia e que a sua classe a tinha ganho: num contexto de estagnação dos rendimentos das classes trabalhadoras, a percentagem de rendimentos captada pelos 1% mais ricos passou, nos EUA, de 8,95% do total, em 1978, para 20,95%, em 2008 (semelhante a 1929). A taxa de IRS que incidia sobre o ultimo escalão de rendimento passou de mais de 70%, nos anos sessenta, para 35%, na actualidade e na melhor das hipóteses. Os resultados são os que se conhecem.

A vitória foi tal que Buffett vem agora pedir aos dirigentes políticos, em artigo no New York Times, que "parem de acarinhar os super-ricos": "Enquanto as classes baixas e médias lutam por nós no Afeganistão e enquanto a maior parte dos americanos luta para fazer face às despesas, nós os mega-ricos continuamos a ter isenções fiscais extraordinárias". Este apelo é de difícil concretização sistémica, uma vez que a concentração de dinheiro, perante a fraqueza dos contrapoderes relevantes, como os sindicatos, gera sempre concentração de poder e a correspondente adulação.

Em Portugal, os nossos ricos cada vez mais super, como Alexandre Soares dos Santos, queixam-se de que não são suficientemente acarinhados pelo poder político e pela sociedade, coitados. Talvez por causa dessa estranha avaliação tenham decidido investir na luta das ideias, na luta pela adulação. Imaginem então o que diriam e o que fariam se não fossem tão acarinhados. Imaginem se as suas imorais práticas fiscais ou salariais tivessem de ser consistentes com os seus discursos sobre ética social.

5 comentários:

  1. os nossos super-ricos são apenas uns 15% do PIB anual a maior parte em acções em queda....

    mesmo que as fortunas dos super-ricos atingissem os 40 ou os 50 mil milhões e incluimos aí aqueles euromilionários de 60 milhões que andaram a construir armazêns e comprar Mercedes de 600 mil euros com os trocos do euromilhões o que era isso

    os mais de 1000 e tal milhões que nestes meses de 2011 o Banco de Portugal admite terem fugido lá para fora não são desses super-ricos tal como não são desses super-ricos os mais de 100 mil milhões que os portugueses têm em off-shores e em apicações financeiras em bancos fora do território nacional


    ou seja quando se fala em taxar os mais de 7 mil milhões d'euros de juros e dividendos resultantes de aplicações em bancos e acções pertencentes a nacionais

    esquecem-se que muitos pequenos milionários do cimento ou dos serviços a este estado cheio de autarquias não têm as contas por cá...

    logo recolher esse dinheiro que está desde o Luxemburgo aos bancos em Ayamonte e Badajoz....é idiota

    e mais idiota é pressionar a saída daquele que ainda não migrou

    Quando surgiram notícias que carlos Cruz tinha 3,5 milhões numa off-shore New-Zelandesa ninguém pensou em mandar arrestar essa ou outras contas de cidadãos a contas com a justiça

    como o fariam?

    logo essa da meia-dúzia de super-ricos não nos resolve nenhum problema...

    De resto os grupos nacionais no comércio conseguiram ser competitivos face à invasão dos grupos franco-alemães

    que despejam milhares de toneladas de sobras e produtos no fim do prazo

    como o grupo Auchan que meteu 65 toneladas de chocolates alemães Merci...e alguns belgas a desconto
    a 4 euros o quilo...por terminar o prazo em Agosto e Setembro..

    logo ...logo as fugas de capitais já eram importantes em 77 hoje é muito mais fácil

    se se perseguissem aqueles que fogem ao pagamento de impostos
    e lavam o $ em bancos vários

    Há milhares de contas de1,2, 3 ou 4 milhões apenas a uns passos da fronteira

    e isto só pelo diferencial do imposto

    e centos de milhares de outras de menor dimensão e nem todas são de imigrantes a tempo inteiro...

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  2. Os super-ricos não passam de uma cambada de "Prima Donnas"

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  3. Na biografia do senhor, da Wikipedia, diz-se que ele chegou a vender balas. Não se precipitem: "balas" é como os brasileiros chamam aos rebuçados.

    Se ele vendeu mesmo balas de matar, não sei, mas que alguma coisa vendeu ou venderam ao preço necessário para os seus lucros, isso é incontornável. Nas políticas de preços, salários e juros é que os capitalistas poderiam manifestar a sua generosidade! E, de preferência, antes de morrerem.

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  4. http://adventofdeception.com/eurozone-central-bank-deception/

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