quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Na era da austeridade

Sem confundir correlação com causalidade e sem querer reduzir a complexidade dos “motins”, que só uma análise de economia política e moral, como a que o Alexandre Abreu aqui tem esboçado, pode começar a expor, divulgo este estudo, via vox, impecavelmente ortodoxo nos métodos e nas referências, para o período entre 1919 e 2009: “os resultados indicam uma correlação positiva entre cortes orçamentais e instabilidade”. Para que não se diga, como uma jornalista preguiçosa num directo medíocre, que tudo o que está a acontecer é inexplicável.

1 comentário:

  1. Sim, correlação não significa causalidade. Mas além disso importa que se sublinhe que não é por se racionalizar uma explicação que o processo a que ela respeita passa a ser racional...A exploração contrafactual destes acontecimentos é muito estimulante. Os economistas arregimentam argumentos para a causa do combate ás politicas austeritárias, os sociologos escapelizam o multiculturalismo, os psicologos passam a ter mais munições para desenvolver os desiquilibrios emocionais provocados pelos desfazamentos entre expectativas criadas pelas sociedades de consumo e ...por aí adiante! Tudo somado a explicação é tão boa como a da jornalista. Claro que dos cientistas do social se espera mais. Se o resultado é melhor é que fica por demonstrar.

    Cumprimentos.

    MRocha

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