sexta-feira, 10 de junho de 2011

Um belo jornal português com título em francês


Pode parecer estranho que o jornal português que melhor pensa Portugal, a Europa e o mundo seja um jornal com um título em francês. Estou a falar evidentemente do Le Monde Diplomatique (edição portuguesa) a cujo conselho de redacção tenho o gosto de pertencer.

É um jornal que vive livre das pressões do capital accionista e depende apenas dos que nele colaboram, voluntariamente ou quase todos eles, e dos seus leitores e assinantes. É um jornal com opções editoriais claras que pode justamente reclamar independência.

No LMd não tem faltado boa análise e comentário económico. No número de Junho que não é excepção a este respeito pode ler-se um artigo de apresentação da rede Economia com Futuro da autoria de alguns dos seus promotores, uma análise de Maria Clara Murteira sobre as ameaças que pairam sobre a segurança social e uma interessante reflexão de Pedro Leão acerca dos desfuncionamentos da zona euro e possíveis saídas.

Na mesma edição anuncia-se a chegada às bancas de uma colectânea de textos económicos publicados no LMd entre Março de 2008 e Maio de 2011, organizada por José Reis e João Rodrigues, com o título Portugal e a Europa em Crise.

4 comentários:

  1. E que diz este «belo jornal português com título em francês» destas palavras de Fernando Madrinha:

    Fernando Madrinha - Jornal Expresso de 1/9/2007:

    [...] «Não obstante, os bancos continuarão a engordar escandalosamente porque, afinal, todo o país, pessoas e empresas, trabalham para eles. [...] os poderes do Estado cedem cada vez mais espaço a poderes ocultos ou, em qualquer caso, não sujeitos ao escrutínio eleitoral. E dizem-nos que o poder do dinheiro concentrado nas mãos de uns poucos é cada vez mais absoluto e opressor. A ponto de os próprios partidos políticos e os governos que deles emergem se tornarem suspeitos de agir, não em obediência ao interesse comum, mas a soldo de quem lhes paga as campanhas eleitorais.» [...]

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  2. Sobreviverá?
    Vai ser quase impossível, face ao conteúdo do comentário do Diogo...

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  3. Mais um comentário meu para intimidar o Rogério Pereira:


    Mário Soares no Programa "Prós e Contras" [27-04-2009]:

    Mário Soares: [...] «Pois bem, agora um jornal, não há! Uma pessoa não pode formar um jornal, precisa de milhares de contos para formar hoje um jornal e, então, para uma rádio ou uma televisão, muito mais. Quer dizer, toda a concentração da comunicação social foi feita e está na mão de meia dúzia de pessoas, não mais do que meia dúzia de pessoas.»

    Fátima Campos Ferreira: «Grupos económicos, é?»

    Mário Soares: «Grupos económicos, claro, grupos económicos. Bem, e isso é complicado, porque os jornalistas têm medo. Os jornalistas fazem o que lhes mandam, duma maneira geral. Não quer dizer que não haja muitas excepções e honrosas mas, a verdade é que fazem o que lhes mandam, porque sabem que se não fizerem aquilo que lhe mandam, por uma razão ou por outra, são despedidos, e não têm depois para onde ir.» [...]

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  4. deve ser por causa disso

    que a circulação anda tã baixa

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