sábado, 25 de junho de 2011
Brincadeiras perigosas
Pedro Viana lembra aqui que “vários governos europeus estão empenhados em jogar o jogo da covardia (game of chicken) com o povo grego”.
Quem estudou economia ouviu falar de teoria dos jogos e também deste jogo. A teoria dos jogos procura analisar e prever o resultado das decisões de mais de um indivíduo em situação de interacção, isto é, em situações em que as consequências da acção de cada um não dependem só da escolha individual, mas da escolha de todos os outros. O jogo do cobarde é uma das situções abstractas analisadas em teoria dos jogos, neste caso inspirada na situação real particularmente absurda que de seguida vos descrevo.
Nos anos 50 do século passado parece que havia adolescentes motorizados, sobretudo nos EUA que se entretinham, cada um no seu bólide, a acelerar em rota de colisão para uma ponte estreita onde só cabia um carro. Se nenhum deles parasse no último minuto para dar passagem ao outro o resultado seria a morte certa para os dois. Se um parasse, o outro passava e ambos sobreviviam, mas o primeiro perdia o jogo (era o cobarde) e o segundo era o campeão. Resta ainda a possibilidade de ambos pararem, caso em que os dois ficariam cobardes, mas vivos.
Este jogo é interessante do ponto de visto teórico porque não é possível antecipar uma solução – um equilíbrio de Nash único como se diz na teoria dos jogos. Na realidade, para cada um dos jogadores em separado, a estratégia “racional” é parar o carro e deixar o outro passar. Mas se cada um dos jogadores acreditar que o outro é “racional”, cada um assumirá que o outro irá parar. O que seria "racional", dada esta crença, é avançar para ganhar o jogo. Em resumo, se ambos acreditarem que o oponente é “racional” e vai parar o carro temos um sério problema.
Quando li nos jornais que a UE ameaçava a Grécia com a recusa de entregar uma nova fatia do mega empréstimo a tempo de evitar o incumprimento Grego se o parlamento não desse confiança ao novo governo e não aprovasse um novo pacote de austeridade com ampla maioria, lembrei-me, como o Pedro Viana, deste jogo de adolescentes.
O parlamento grego deu ao governo a confiança a que a UE o obrigava – foi o “cobarde” desta ronda do jogo. Mas o jogo perigoso continua para a semana com a votação do pacote de austeridade. Desta vez é o próprio Papandreou que diz ter dúvidas acerca do resultado fazendo um intervalo no seu papel de aluno submisso para se mostrar renitente atrás da sua oposição parlamentar e popular e dos seus descontentes do PASOK.
A UE tem nas suas mãos o poder de infligir danos severos à Grécia, pelo menos no curto prazo, mas a Grécia tem poder para destruir o Euro. Estamos suspensos do jogo do cobarde. No entanto, a pergunta interessante não é saber quem vai parar para dar passagem, mas antes como é que a Eurozona se transformou num jogo tão absurdo.
Afinal o que fariam pessoas sensatas se fossem postas numa situação de “jogo da cobardia”? Estacionavam os automóveis e iam beber um copo, procurando pôr-se de acordo acerca de novas regras do jogo.
A salvaçao está na saida do Euro!!!
ResponderEliminarA salvação está mas é na saida da UE e portanto também do euro.
ResponderEliminarQuem estudou economia ouviu falar de teoria dos jogos.....é um conceito matemático e não económico
ResponderEliminarbocês (economistas-gestores) aproveitaram-se dele e diga-se de passagem de um modo muito literal
Brincadeiras perigosas tem a plebe
que pensa que o passado se repete nas acções futuras
as condições mundiais mudaram
a multiplicidade de opiniões leva à desintegração
não há grandes líderes políticos
porque grandes líderes existem graças aos consensos dos pequenos que se encolhem e apagam
Resumindo grandes líderes são produtos de épocas de medo e de euforias económico-sociais
ResponderEliminarSem estas condições grandes líderes e
pessoal com opiniões neutrais
são coisa bem escassa
presumo que seja um Caldas economista
e não um Caldas advogado ou médico
não são brincadeiras
da incerteza resultam sempre medos
e soluções parvas
O poder de destuir o euro!!!!!Como? Este tipo de opinião revela bem a conta em que têm o euro. A Grécia não respeitou os tratados que assinou e prejudica todos os outros países. Se tivesse havido uma boa governação a situação seria outra.
ResponderEliminar"Como?"
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Excelente artigo
ResponderEliminarhá largos meses escrevi qualquer coisa sobre bocês
ResponderEliminarsobre a ilusão das visões e dos bisões
e o sabor das palavras varia
nem todos saboreamos o mesmo
Kankan Chadash
"Rebbi Meir says: Do not look at the DEBT vessel, but what is in it; there is a new vessel (DEBT) filled with old DEBT and an old DEBT that does not even contain new DEBT" (PRECONCEITOS IDEOLÓGICOS SOBRE O ESTADO 5:27)
Yom ha'Shoah
mensagens várias com sabores vários ácidos, doces, amargos e sabores intraduzíveis em emoções ou noutras palavras
há palavras intraduzíveis ou que têm outro sabor, quando lidas noutras línguas
não digo melhor ou pior, digo simplesmente diferente روش دوم: Clone ژنهاي كليه آنزيمهاي يك مسير بيوسنتز
به گونه اي كه سنتز آنها تحت كنترل يك پيش برنده كاملا مشخص نظيرlac promoter OF debt
باشد
há blogs com comentários e comentadores humorísticos Ladrões de bicicletas porque têm falta de apoios do estado para aspirarem a mais
Um psiquiatra ecu nóMICO CÓMICO que é tratado e curado peloS seuS pacienteS e cu MENTADORES esquizofrénic'US.
resumindo até podia estar errado
em cualquer caso
tendo em conta as opiniões e ideias
(ou FALTA DELAS) bigentes
atirem-se à loja de porcelanas
mas cuidado com as loiças....
Aparentemente o FMI já cortou nas receitas de antipsicóticos.
ResponderEliminarÉ mesmo isso! E a UE, ao contrário do jogo, por inteligência, vai parar, porque há muito inteligente covarde.
ResponderEliminarA Grécia, como qualquer outro país, só teve o azar de ser o primeiro e será a cobaia para a troika se impor, ou não e fazerem marcha a trás...
Aceitam-se apostas...
Nuno disse...
ResponderEliminarAparentemente o FMI já cortou nas receitas de antipsicóticos.
obviamente basta ver os comentários dos últimos anos
e as ilusões de grandeza num país com exportações que valem 31%
do PIB
e onde a indústria passou de 22% do emprego para 17%
e os serviços de 44% para 65%
ou já estamos acima?
agora de certezinha não devemos estar
firmas prestadoras de serviços a fechar é o que há mais
sai uma imobiliária com 10 ou 12 agentes
entram 3 chineses
e até as lojas de chineses estão em crise
fiz mais sentido agora ó economista Krippahlista?
ResponderEliminarse calhar não
Argentina exportava .....% do balor du PIB
e mesmo assi o PIB foi-se abaixo em flecha
deve ter sido por causa dos 35% de capitais que fugiram entre 1998 e 2002
e se calhar não
Caro Fernandel e caro Louva a Greve
ResponderEliminarVejam lá, por favor, se tomam o comprimido (comparticipado ou não), se se acalmam e se compreendem o seguinte: uma das consequências de estarmos no euro é precisamente a hipertrofia dos sectores de "não-transaccionáveis", logo dos "serviços", e a atrofia dos sectores de "transaccionáveis", logo em grande medida da "indústria". É esse o ponto! Vêem como até percebem quando querem? Em grande medida, trata-se precisamente de sair do euro para podermos desvalorizar, relançando com isso comparativamente os sectores de transaccionáveis, logo as exportações em geral... Quanto mais tempo lá continuarmos, mais continuaremos a ter os problemas de que depois o bom do Fernandel se queixa, e com razão (embora em seguida erre diametralmente o alvo, claro, por causa da famosa dislexia...). Vocês, no fundo, até já compreenderam!
Ah e, já agora, quanto à Argentina, em vez de virem mais uma vez com conversa balofa, leiam mas é o post anterior, do Alexandre Abreu, aqui nos LB.
Pelo meio, para se entreterem, e porque eu no fundo sei que vocês são uma jóia de moços, comam mas é uma peça de fruta. Ou então, dêem uma olhada aqui nos Gatos: http://www.youtube.com/watch?v=tNLT9bTqbz4
Na questão da ponte a solução racional é criar mais uma faixa de rodagem. E talvéz até uma rotunda. Bah
ResponderEliminaruma das consequências de estarmos no euro é precisamente a hipertrofia dos sectores de "não-transaccionáveis", logo dos "serviços", e a atrofia dos sectores de "transaccionáveis", logo em grande medida da "indústria". É esse o ponto
ResponderEliminaré só ver o ponto do Portugal Bipolar dois posts ou coisa assim incima
se já agora há pessoal a trocar euros por aquilo que designam moeda refúgio
imagine-se o que sucederia numa transição para o escudo
eu inda me lembro de 73 e de 77
e do cruzeiro e do cruzado
e destas notas que se trocavam em maços de cem por uma nota de 5 libras ou por notas de dólares norte-americanos
João Carlos Graça disse...
ResponderEliminarCaro Fernandel e caro Louva a Greve
Vejam lá, por favor, se tomam o comprimido (comparticipado ou não), se se acalmam e se compreendem o seguinte:
pois é que eu trouxe libras e coroas checas e outras e apostei na economia do euro
um holandês exporta produtos que competem com o produto chinês
a indústria do calçado checa ou portuguesa conseguem competir com sapatos feitos por 1 ou 2 dólares
depreciar continuamente a moeda para ser competitivo
é uma solução
na Argentina sairam 35% dos capitais
em Portugal....nós somos mui melhores nisso
por enquanto ainda tenho dinheiro para mandar vir um psiquiatra do bajé
daqui a uns anos em escudos sei não
por isso vou-me habituando aos placebos
devia experiment´-los pra essa's diarreias mentais