Ao passar do protesto a uma proposta política alternativa consistente vai ser preciso reconsiderar a nossa posição na União Europeia. Porque, para além das mudanças internas que urgem, há políticas de âmbito comunitário que não são geridas no interesse da "periferia". Em particular, a natureza pro-cíclica dos 3% do PIB, a taxa de juro e a taxa de câmbio. Quanto a esta última, leia-se este trecho esclarecedor traduzido do livro em anexo:
"... a apreciação da moeda constitui um factor de assimetria, portanto de divergência adicional no interior da zona euro porque favorece os exportadores alemães: como vimos, a elasticidade-preço das exportações alemãs é fraca enquanto que as suas importações de bens intermediários e de componentes são cada vez mais importantes com as deslocalizações. Elas beneficiam pois de um euro forte. ...
Sendo certo que a apreciação do euro relativamente ao conjunto das moedas não toca na competitividade dos exportadores alemães, ela afecta a dos outros países da zona euro: é o que observámos, com um desfasamento, de cada vez que o euro se valorizava (1998, 2003 a 2005, 2007). Assim sendo, é de esperar o agravamento das divergências entre os modelos de uns e outros. Dito com clareza, é provável que venhamos a assistir à continuação da desindustrialização na zona euro, com excepção da Alemanha (após 2004, o desnível entre a Alemanha e os restantes Estados membros quanto à produção industrial e à balança comercial tornou-se considerável). ...
Uma observação fria da situação na União Europeia em 2008 conduz assim à constatação de que ela não está, de modo nenhum, a progredir em direcção a uma zona económica e monetária unificada, mas antes está a recuar para um aglomerado de regiões sem solidariedade, em que os ricos não querem transferir recursos para os pobres. Nesta Europa, as regiões pobres vão tornar-se mais pobres e as regiões ricas ainda mais ricas. Nisto, a mundialização é uma centrifugadora que pode acabar por fazer explodir o euro e, por que não, a Europa."
Caríssimo Jorge Bateira,
ResponderEliminarPertinente sugestão de leitura, porque na verdade parece cada vez mais que a Europa se está a desfazer dos seus ideais de solidariedade e que a Alemanha como "locomotiva" económica, não se quer compadecer dos países periféricos e quer, sim, libertar-se das restantes "carruagens" que lhe fazem perder o ritmo.
O peso da Manifestação da "Geração à Rasca", que extravasou todas as expectativas, promovida por 4 jovens nas redes sociais simboliza a violenta crise que a sociedade portuguesa está a viver, sob o efeito das crises sucessivas que temos passado nestes últimos anos!
E significa também, a falta de estratégia e de um novo modelo de desenvolvimento que se adapte a esta Era da Globalização tecnocrática em que as oligarquias da especulação financeira reinam a coberto da incapacidade das organizações internacionais (ONU,UE,BCE, etc) e das políticas que se vergam às "engenharias contabilísticas" despojadas de causas mobilizadoras dos cidadãos.
A sociedade portuguesa e europeia está partida entre os que pertencem às elites oligárquicas, financeiras, e os cidadãos que estão cada vez mais metidos num beco sem saída da "escravidão" para citar os Deolinda que serviram de elo dinamizador desta corrente de descontentamente e de indignação colectiva que teve expressão nestas Manifestações que se realizaram um pouco por todo o país.
Saudações cordiais, Nuno Sotto Mayor Ferrão
www.cronicasdoprofessorferrao.blogs.sapo.pt
é normal a acumulação
ResponderEliminare o renascer de nacionalismos
numa europa que não é uniforme
nem nas benesses nem nos previlégios
um engenheiro alemão que nos anos 80 veio visitar o filho, que era professor numa universidade do sul
do nosso ensolarado país
o filho que lhe disse que aqui aos 57 se reformavam pessoas válidas com a reforma por inteiro
é que dizer isto a um trabalhador há mais de 40 que continuava no activo
faz uma certa mossa
e inveja
tanto mais que os 200 contos que o filho auferia aos 30
valiam aqui mais do que os 3500 marcos na Alemanha
e lá levou o homem um saco de moedas de 2$50 que tinham o mesmo tamanho e peso que as alemãs
quem não se adapta, estiola
Essa historia que trabalhamos pouco e que os Prof. Universitários em Portugal ganham muito, além de falsa é repetitiva.
ResponderEliminarSe alguém com 57 anos se reformou (por inteiro) em Portugal, é porque trabalhou pelo menos 36 anos, caso não me engane,na algura na Alemanha (Ocidental, suponho que esteje a falar da Alemanha ocidental) eram precisos 37 anos para poder tirar a reforma.
Quanto ao facto dos Prof Universitarios é no minimo ridiculo, um estudante de doutoramento numa universidade publica alema ganha mais que um Professor Associado, um Professor Catedrático ganha mais ou menos 3x mais na Alemanha que em Portugal.
Por favor, não repita coisas sem pensar um bocadinho. A emigração crescente de Portuguêses na Alemanha tem de significar qualquer coisa...
Ao Tá: se isso fosse verdade, até acreditava em ti.
ResponderEliminarQue prof universitário de 30 anos ganhava 200 contos nos "anos 80" em Portugal? Dá-me nomes.
E quem se reforma no Tugal aos 57 säo os "boys" do sistema, com cartäo de partido. Aliás, até se reformam aos 40 ou menos, se for preciso.
O problema näo é esse. Näo há alemäo algum a invejar trabalhar em Portugal. O que eles vêm é que no país deles näo se constroem auto-estradas sem haver necessidade para elas, näo se compram submarinos como quem compra Legos, só para dar exemplos simples. Os alemäes näo querem é dar dinheiro aos políticos corruptos do Sul da Europa, que até ganham mais que a Merkel.
Os Alemâes VENDEM submarinos
ResponderEliminarhttp://economico.sapo.pt/noticias/saiba-como-o-sismo-no-japao-vai-afectar-a-economia-mundial_113230.html
ResponderEliminar"Recuperação ganhará força
Depois de o Japão lidar com as massivas perdas humanas e económicas, o país terá de se concentrar na reconstrução. Isso vai custar milhões de dólares em fundos privados e públicos, o que, ironicamente, poderá gerar algum nível de estímulo e recuperação.
"Obviamente, o custo humano é o mais importante ", sublinhou Nicholas Colas, especialista da ConvergEx. " Mas a reconstrução cria muitos postos de trabalho para muitas pessoas e gera nova riqueza"
O que faz o Japão?
Investe na contrução e na reconstrução.
Mais vale um homem a abrir e a tapar buracos, e recebe por isso, do que o ter no desemprego.
--------------------
Por outro lado o Japão há muito tempo, desde os anos 70, que tinha um fundo de investimento, aplicado na Europa e nos Estados Unidos, para quando viesse o terramoto, terem dinheiro para a reconstrução.
Agora chegou o momento de reaverem esses investimentos.
Vâo vender ao desbarato actual, mas com mais valias relativamente ao valor inicial do investimento.
-------------
Mais tragédia-----MAIS UM PEC V
Aurélio Fajardinho
Este último comentário demonstra o grua de iliteracia económica que para por estas bandas. Como é que é possível que um desastre natural que causou a destruição de equipamentos, bens e infra-estruturas, cujas perdas ascendem certamente a vários milhares de milhões de euros pode ser bom para a economia? Esse capital que foi acumulado e conseguido após anos de investimentos perdeu-se de um dia para o outro e isso é estimulante para a economia? Explique-me lá como é que se a sua residência fosse destruída num incêndio, isso estimularia a sua situação económica em particular?
ResponderEliminarLá por se gastar dinheiro em contrução e isso gerar crescimento do PIB, não significa que o país fique mais próspero? E o valor das coisas que estavam perfeitamente funcionais e em bom estado? Isso pode não aparecer nos números do PIB, mas é efectivamente destruição de riqueza e capital que, como já disse, levou anos a acumular.
Além do mais deve não esquecer-se que a reconstrução irá, certamente, implicar mais gasto de matérias primas, muitas das quais terão que ser importadas. Portanto, a destruição nunca é boa para a economia, a começar pela perda maior que são as vidas humanas, cujo valor é incalculável. A dor é enorme e devemos reflectir sobre isso, tanto mais, que aqui o nosso cantinho português não está livre de um dia vir a ter um sismo com proporções destrutivas idênticas! Se a falha Marquês de Pombal voltar a mexer como aconteceu em 1755 não vamos ficar lá muito bem...
ResponderEliminarCaros Ladrões, já se começa a dizer o que era impensável:
ResponderEliminar"A Alemanha deve resistir ao doce veneno do Euro"
Hans-Olaf Henkel propõe a divisão entre um "Euro Nórdico" e um "Euro do Sul".
http://www.guardian.co.uk/commentisfree/2011/mar/13/eu-euro-competition-germany-take
...
Se a UE nos está a levar á miséria pela mão dos paises ricos, como Alemanha, França e Inglaterra, então o melhor é sair da UE e já.
ResponderEliminarAfinal de contas a riqueza desses paises é também a nossa miséria.
Os Alemães, Franceses e Ingleses, que sempre foram e continuam hipocritas e arrogantes ( para não dizer outras coisas...) com toda a gente porque é que que não o seriam connosco.?
Nesta tríade, claro que os Alemães são os que mais beneficiam pois finalmente, apesar de derrotados na 2ª grande guerra, voltam agora para ditar e impor a sua força e escravizar os restantes povos, que é isso que vai acontecer se nínguém se levantar contra isso.
Claro que não será a direita ( isto é, o PS, o PSD ou o CDS e outros quejandos), a fazer isso.
Só os cidadãos deste país podem faze-lo e espero que o façam e brevemente pois isto está a atingir intoleraveis e insuportáveis niveis de expropriação ou roubo coletivo que não podemos mais suportar.
É a terceira vez que venho alertar (provavelmente por erro de alguém meu talvez) para o facto de haver uma edição desta obra de Patrik Artus e Marie-Paul Virard publicada na língua de Camões, numa edição que considero cuidada e que inclui um pósfácio dos respectivios autores, editada pela Livre, uma chancela de Ana Paula Faria .
ResponderEliminarJúlio Mota
Faculdade de Economia de Coimbra
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